• Estúdio Globo (Publieditorial) Reportagem Mayra Stachuk
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 Coordenação motora (Foto: ThinkStock)

Coordenação motora (Foto: ThinkStock)

Depois de aprender a dominar o próprio corpo, graças às conquistas da primeira fase da coordenação motora, é chegada a segunda etapa do desenvolvimento infantil.

Entre 4 e 6 anos de idade, a criança aprimora sua capacidade de realizar movimentos delicados e específicos, aprendendo a usar talheres e tesouras, por exemplo, e participando de jogos e brincadeiras com ritmo, como dançar e pular corda – segundo informações da cartilha Como é a Criança de 4 a 6 Anos, da Unicef.

Nessa fase, os pequenos gostam quando são convidados pelos adultos a realizar pequenas tarefas. Por isso, é importante que os pais colaborem – sem exageros nem pressão.
Segundo a pediatra Clery Bernardi Gallacci, do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP), os estímulos devem começar logo nos primeiros meses de vida, por meio do toque, das histórias, dos sons. Além disso, é preciso ter muita atenção ao uso de tablets e outros eletrônicos, tanto na primeira quanto na segunda fases do desenvolvimento da coordenação motora. “Por mais tentadores e símbolos do mundo moderno que sejam, eles trazem poucos benefícios”, afirma.

Abaixo, confira como você pode ajudar na segunda etapa de desenvolvimento motor do seu filho, de acordo com os especialistas consultados e com as informações contidas na cartilha da Unicef.

Oferecer brincadeiras educativas
Aposte em jogos de encaixar, agrupar, empilhar ou juntar, de adivinhação, quebra-cabeças, massinhas e argila. Além de estimular a criatividade do pequeno, essas brincadeiras ajudam no aprendizado de conceitos como igual, diferente, maior e menor e no desenvolvimento de resoluções de problemas.

Colorir e desenhar
Na lousa, no papel, com tinta na ponta do dedo ou giz de cera na mão, não importa. O movimento necessário para desenhar – ainda que rabiscos aparentemente sem lógica – ajuda as crianças a lidar com os movimentos de forma mais delicada. Isso acontece aos poucos, e o ideal é que os pais deixem o filho livre. Por volta dos 4 anos, se o pequeno ainda estiver segurando o lápis de maneira errada, vale ensinar, mostrando e colocando a mão sobre a dele. Mas nunca em tom de reprovação, pois isso vai ser aprendido naturalmente. Cada criança tem seu tempo.

Estimular o pensamento e a comunicação
A partir dos 4 anos, a criança já se comunica usando frases completas, tendo total capacidade de expressar seus sentimentos e opiniões. Por isso, os pais devem estimulá-la com perguntas que promovam a curiosidade e evitar respondê-las apenas com um simples “sim” ou “não”. Segundo a cartilha da Unicef, questões como “o que você pensa sobre isso” e “como você pensa que podemos fazer isso” devem fazer parte do repertório dos pais.

Escrever
Quando a criança começa a aprender a escrever, é normal que as letras saiam tortas e de tamanhos diferentes. Na verdade, ela está apenas copiando. Mesmo assim, os especialistas explicam que o ideal é não segurar sobre a mão dela para que ela faça direito, mas deixar que conquiste a firmeza com o tempo. Incentive sempre e intervenha apenas se o pequeno estiver segurando o lápis ou a caneta de forma muito errada, de modo que atrapalhe o aprendizado.

Ler e contar histórias
Nessa fase, os pequenos também já apresentam a capacidade de imaginar além do que podem ver. Por isso, nada de reprimir as fantasias que eles inventam. Pelo contrário: demonstre interesse e peça que a criança conte uma história. Apresente o maravilhoso universo dos livros e também leia para ela. Eis a melhor receita para estimular a criatividade e o gosto pela leitura.

Pentear o cabelo e segurar talheres
Segundo o neurologista Fábio Porto, do Hospital das Clínicas e do Sírio Libanês (SP), a melhor maneira de ajudar seu filho a evoluir em tarefas que exigem movimentos específicos e coordenados – como escovar os dentes ou segurar uma tesoura – é permitindo que ele tente sozinho. Você pode mostrar uma vez como se faz, segurando sobre a mão dele, mas o ideal é depois deixar que ele tente do jeito dele – sempre com a sua supervisão, claro. Se a sua mão estiver sempre lá, a criança não ganha segurança para fazer sozinha.

Andar de bicicleta e skate
O equilíbrio é treinável e, assim como a coordenação, vai sendo adquirido com o tempo. No caso da bicicleta, por exemplo, de nada adianta a ansiedade em tirar as rodinhas se seu filho não está pronto. “Quando a criança já tem bom equilíbrio, os pais vão notar que a rodinha quase não encosta mais no chão”, diz Fábio Porto. Aí é a hora de encarar a clássica cena: segure nos ombros do seu filho ou no banco da bicicleta e o guie por alguns metros até que ele ganhe segurança. Então solte. Provavelmente ele sairá pedalando sozinho.

Já o skate é mais complicado. “Tem certas coisas que são aptidão; uns têm e outros não. Se o seu filho não consegue se equilibrar no skate, não necessariamente é um problema. Pode apenas não ser a praia dele. Mas você pode ajudá-lo a achar algo em que se encontre”, finaliza o neurologista.

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