• Carolina Ambrogini
Atualizado em
balança; pós-parto;  (Foto: Thinkstock)

Que mulher não gostaria de perder (no mínimo) dois quilos? Eu diria que 80% das minhas amigas, pacientes e conhecidas adorariam essa ideia, inclusive eu! Movida pelos exigentes parâmetros de beleza, a obsessão feminina pelo peso “ideal” é cada vez mais prevalente. Estamos constantemente insatisfeitas quando a questão é o nosso corpo e precisando sempre de um detox básico.

Está difícil se achar bonita hoje em dia. Sim, querida, tenho que concordar com você (mulher real e não celebridade) que fica mais difícil emagrecer depois da maternidade. Primeiro, temos quilos extras da gravidez e, se você achava que ia “secar” com a amamentação, se surpreende com uma fome desvairada. Depois, ficar em casa nos primeiros meses do bebê proporciona mais oportunidades de “assaltos à geladeira”.

Com a volta ao trabalho, o tempo fica curto e a saudade do bebê não deixa você ficar mais uma hora longe de casa para ir à academia. Atividade física vira luxo. E assim vai... Com direito a festinhas infantis quase todo fim de semana.

Quem resiste a um brigadeiro? O fato é que a nossa relação com a comida vai muito além da nutrição. Comer é um prazer, sacia momentaneamente tristezas, angústias e carências. Agrupa pessoas e proporciona momentos agradáveis ao redor da mesa. Fica complicado, para quem está de dieta, ir a uma festa.

Como ginecologista, estou sempre a pardas mil e uma engenhocas para emagrecer. Apesar de não ser especialista em dietas e tratamentos estéticos, minhas pacientes me atualizam com certa frequência. Por isso, afirmo que sofrer dias de privação calórica não garante muito resultado em longo prazo. A boa e velha reeducação alimentar ainda é o que há de mais eficaz. Com uma alimentação equilibrada, você pode se permitir um pedaço de pizza no fim de semana ou um petit gateau. Faça trocas inteligentes, consulte uma nutricionista, monte um cardápio saudável e conforme-se: guloseimas todos os dias não dá.

Outra maneira de se manter no peso e controlar a ansiedade é praticar exercícios físicos. Ah, sim, você arruma tempo. Basta organização e, o mais importante, determinação. Se não gosta do “clima” de academia, procure uma atividade ao ar livre, caminhar, que seja, vai ajudá-la a emagrecer e a relaxar a mente. Uma boa dica é matricular seu filho em um esporte e aproveitar aquele momento para se exercitar também. Como estamos em dezembro, aproveito para lembrar que os excessos das festas de fim de ano pesarão na balança e na sua consciência. Passe esse período em equilíbrio para poder se sentir bem linda em 2014 e para ter coisas mais interessantes para pensar do que em alfaces. Combinado?

*Este texto foi publicado na edição 240 (novembro, 2013), da Revista Crescer

Carolina Ambrogini (Foto: Crescer)

CAROLINA AMBROGINI é obstetra, sexóloga e mãe de Marina, 6 anos, e Victor, 4. Coordena o Projeto Afrodite, da Universidade Federal de São Paulo. E-mail: carolinaambrogini.colunista@edglobo.com.br