Pai tem medo

Você provavelmente não me conhece. Logo, talvez seja educado da minha parte me apresentar. Mas não se fruste... por mais que pessoas que resolvem expor seus pensamentos publicamente possam ser vistas como diferentes das demais, eu sou simplesmente um pai como - acredite - milhões de outros Brasil afora.

Sou Beto Lima, casado, pai do João Pedro de 4 anos e à espera da Helena para um não tão distante Fevereiro/2018. Não sou estudioso do tema. Sou pai. Começo essa jornada escrevendo para a Crescer para compartilhar um pouco do ponto de vista masculino sobre esse processo complexo que é gerar e educar nossas crianças. Que fria, hein?

Talvez essa visão te incomode um pouco, mas pode ser que dê voz a muitos pais que não se sentem à vontade para dizerem o mesmo. E tenha certeza: se você der um pouco de ouvidos a eles, você pode ter muito a ganhar.

Apesar de estarmos nos conhecendo agora, sejamos práticos. Nós, homens, estamos longe de sermos uma fortaleza em pessoa quando o assunto é filhos. Talvez esse seja o principal fator que nos tira dos trilhos ao longo da vida. E a pior parte é que muitas vezes temos que parecer fortes. E muitos erram quando, para parecerem fortes, se distanciam de uma realidade que não tem volta.

Simplificando. Temos medo. E o medo começa desde a frase “acho que estou grávida”. Esse medo talvez seja a única coisa em comum entre nós, independentemente de classe, raça, credo, idade ou região.

Nós sabemos que os hormônios passarão a ser seus companheiros mais frequentes no dia a dia. Que vão te enlouquecer. Que, sim, vão nos enlouquecer também, mesmo não estando no nosso corpo. Estranho, né? Mas fato.

Se a mulher passa por uma revolução biológica, fisiológica e psicológica, pelo menos dessa última o homem também sofre. É importante que vocês acreditem nisso. Saber que somos fracos pra esse tipo de situação e que não estamos numa disputa sobre quem sofre mais. Apenas sofremos também.

Para passarmos todos bem dessa, uma palavra: sabedoria. Para entender o outro, para esperar o outro, para perdoar o outro, para aproximar o outro. E para olhar para si mesmo e entender que esse é um jogo de longo prazo. De evolução.

Vamos ter bastante oportunidade para falarmos sobre isso. Tragam os papais para este debate. Conversando, a gente vai se entender.

Até a próxima!

Beto Lima é publicitário e desde 2013 escreve sobre família no @eupapai, perfil de Instagram que traz a visão paterna sobre a criação dos filhos. Quer escrever para ele? Clique aqui! (Foto: Divulgação)