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Amamentação (Foto: Thinkstock)

Muitos dos benefícios do leite materno já são amplamente conhecidos: ele possui todos os nutrientes e vitaminas dos quais os bebês precisam até os 6 meses, colabora para a formação do sistema imunológico da criança, protege o intestino delicado dos recém-nascidos, previne anemia... Agora, mais um grande estudo sobre as vantagens da amamentação foi divulgado pela conceituada publicação científica britânica The Lancet.

Coordenada pelo professor brasileiro Cesar Victora, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, a pesquisa diz que, por ano, mais de 800 mil mortes de crianças e 20 mil mortes por câncer de mama poderiam ser evitadas se mais crianças recebessem o aleitamento materno pelo menos até os seis meses. Para chegar a essa conclusão, 30 cientistas de vários países do mundo se debruçaram sobre mais de mil estudos durante um período de dois anos.

De acordo com o estudo, 823 mil mortes de crianças com menos de 2 anos, o que representa cerca de 13% dos casos de óbito na infância, não aconteceriam se a amamentação exclusiva chegasse aos seis meses, como preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso porque o leite materno é capaz de diminuir em um 1/3 o número de ocorrências de infecções respiratórias e metade de todos os casos de diarreia em crianças de países de média e baixa renda. Ainda segundo a análise, com a prevenção dessas doenças, os custos de tratamento poderiam ser reduzidos, o que poderia gerar uma economia de até US$ 300 bilhões em todo o mundo. No Brasil, se 90% dos bebês fossem amamentados até os 6 meses, a economia por ano com o tratamento de doenças comuns na infância seria de cerca de US$ 6 milhões a cada ano.

Os benefícios para as mães


Além de evitar as mortes de crianças, a amamentação também protege as mães. Isso porque, quando uma mulher amamenta, algumas de suas características hormonais são alteradas, o que também reduz as chances de câncer de mama ou de câncer de ovário, por exemplo. Por isso, segundo a revisão, o aleitamento também seria capaz de salvar 20 mil mães.

Países ricos e países pobres


O estudo também mostra que, nos países ricos, apenas uma em cada cinco crianças é amamentada até os 12 meses. Já os países de média e baixa renda registram que uma criança em cada três recebe o leite materno durante o primeiro ano de vida, o que reduz em um terço as taxas de mortalidade infantil. Ainda assim, nesses países, menos de 37% dos bebês com menos de 6 meses são amamentados exclusivamente.

Mais vantagens


Os benefícios do leite materno não terminam por aí. "Crianças que são amamentadas por períodos mais longos têm menos infecções mortais, menos problemas na formação da arcada dentária e um nível mais alto de inteligência do que aqueles que são amamentados por pouco tempo ou que não são amamentados", diz o texto. Os cientistas ainda reforçam que as vantagens persistem por toda a vida. A publicação explica ainda que existem evidências crescentes de que a amamentação pode proteger da obesidade e de doenças como diabetes posteriormente.

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