Deputado réu no STF pelo assassinato da vereadora do PSOL é alvo de pedido de cassação na Casa
Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão é irmão do deputado Chiquinho Brazão. Ele foi preso pela Polícia Federal como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ele e o irmão foram citados na delação premiada de Ronnie Lessa, assassino confesso da parlamentar. Ao longo de seus 25 anos de vida pública, ele coleciona envolvimento em suspeitas de corrupção, fraude, improbidade administrativa, compra de votos e até homicídio.
A família Brazão sempre teve na Zona Oeste seu reduto eleitoral, especialmente em Jacarepaguá. Em 2011, Domingos chegou a ter o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) por suposta compra de votos por meio do Centro de Ação Social Gente Solidária, ONG vinculada ao deputado e onde ocorreria prática de assistencialismo, de acordo com a acusação. Com liminar conseguida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele conseguiu manter o mandato.
Antes, em 2004, uma gravação indicara envolvimento de Brazão e do ex-deputado Alessandro Calazans com a máfia dos combustíveis. O caso envolvia licenças ambientais da Feema para funcionamento de postos de gasolina. Em 2014, a radialista e então deputada estadual Cidinha Campos processou Domingos Brazão por ameaça. Durante uma discussão pública, Brazão teria dito que "já matou vagabundo, mas vagabunda ainda não", fazendo referência à deputada.
O homicídio ao qual Brazão fez referência teria ocorrido quando ele era jovem. Segundo o ex-deputado, ele foi absolvido porque o caso foi entendido como legítima defesa. "Matei, sim, uma pessoa. Mas isso tem mais de 30 anos, quando eu tinha 22 anos. Foi um marginal que tinha ido a minha rua, em minha casa, afrontar a mim e a minha família. A Justiça me deu razão", contou Brazão à época da briga com Cidinha Campos e numa entrevista ao GLOBO.