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    Lava Jato

    Procuradoria rompe negocia��o de dela��o com L�o Pinheiro

    DE BRAS�LIA

    22/08/2016 16h07 - Atualizado �s 21h09

    Alan Marques - 22.jun.2016/ Folhapress
    BRAS�LIA, DF, BRASIL 22.06.2016. O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, participa da reuni�o do Supremo. Sess�o do STF, onde os ministros do tribunal v�o decidir se instauram nova a��o penal contra o presidente afastado da C�mara. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, participa da reuni�o do Supremo

    Em meio � cobran�a de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, anunciou o rompimento das negocia��es de dela��o premiada com L�o Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, um dos principais alvos da Opera��o Lava Jato.

    A decis�o ocorreu ap�s ter vazado que o nome do ministro do STF Jos� Ant�nio Dias Toffoli havia sido mencionado nas conversas entre Pinheiro e procuradores da Rep�blica. A informa��o foi divulgada pela revista "Veja" no fim de semana.

    O vazamento provocou uma rea��o de ministros do Supremo contra a PGR nos bastidores sob a avalia��o de que n�o h�, ao menos por ora, nenhum ind�cio de crime contra Toffoli.

    A hist�ria envolvendo o ministro e a OAS n�o teria, segundo advogados e investigadores, se transformado em um anexo da pr�-dela��o –ou seja, oficialmente o caso estaria fora do "card�pio" da colabora��o.

    O ministro Gilmar Mendes afirmou � Folha suspeitar que a cita��o ao colega de Supremo tenha vazado a partir de procuradores.

    "N�o quero fazer imputa��o, mas os dados indicam que a investiga��o [do vazamento] deve come�ar pelos pr�prios investigadores. Est�o com mais liberdade do que o normal. (...) Eu diria que o vazamento n�o � de interesse dos delatores. Acho que � dos investigadores, como tem se repetido em outros casos", afirmou Mendes.

    De acordo com o ministro, h� sinais de retalia��o de procuradores a decis�es de ministros do STF —Toffoli � autor, por exemplo, da decis�o que tirou da cadeia o ex-ministro Paulo Bernardo, alvo da Opera��o Custo Brasil, o que contrariou integrantes da Lava Jato.

    "Essas autoridades que est�o investidas desse poder investigat�rio, que podem fazer qualquer coisa, e isso � inaceit�vel. Eles v�o querer agora imputar [o vazamento] aos delatores, que ficam prejudicados? As probabilidades n�o indicam isso", afirmou Mendes.

    Nesta segunda (22), o jornal "O Globo" publicou que a Procuradoria havia decidido suspender as conversas com a empreiteira sob o argumento de que um acordo de confidencialidade entre as partes havia sido assinado na semana passada.

    � tarde, por meio de sua assessoria, a PGR declarou que a negocia��o "est� rompida". O procurador Rodrigo Janot n�o deu declara��es.

    H� pelo menos dois meses circula a informa��o de que os investigadores estavam questionando delatores sobre integrantes do Judici�rio. O epis�dio envolvendo Toffoli foi o estopim para acirrar a crise entre procuradores e ju�zes. No fim de semana, houve mobiliza��o de integrantes do Judici�rio, por meio de telefonemas e troca de mensagens, no sentido de sinalizar que "vazamentos" n�o seriam mais aceitos. O objetivo foi dar um recado de que dela��es vazadas n�o ser�o homologadas pelo Supremo.

    INFILTRA��O

    Segundo a reportagem da "Veja", L�o Pinheiro relatou � Lava Jato que engenheiros da OAS fizeram uma vistoria na casa de Toffoli em Bras�lia ap�s ele se queixar ao presidente da empreiteira de problemas de infiltra��o. O ministro ent�o contratou uma empresa indicada pelo empreiteiro para fazer a reforma. O ministro do STF diz ter pago a obra do seu pr�prio bolso. A reportagem da Folha confirmou que Toffoli foi citado nas conversas.

    Dentre os poss�veis citados na dela��o de Pinheiro poderia estar inclusive o presidente interino Michel Temer. Mensagens no celular do empreiteiro trazem refer�ncia a um repasse de R$ 5 milh�es para o peemedebista –sua assessoria informou se tratar de doa��o oficial.

    OUTRO LADO

    Procurada por meio de sua assessoria de imprensa para se manifestar sobre a decis�o do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, a empreiteira OAS afirmou � reportagem da Folha apenas que "n�o comentar� o assunto"


    (AGUIRRE TALENTO, GABRIEL MASCARENHAS, BELA MEGALE, DANIELA LIMA E MARIO CESAR CARVALHO)

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