A Pol�cia Federal deflagrou, na manh� desta segunda-feira (9), a s�tima fase da Opera��o Zelotes, que tem como alvo principal ilegalidades em processos da empresa Cimento Penha no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi um dos alvos de mandado de condu��o coercitiva, em S�o Paulo.

O ex-ministro foi levado at� a superintend�ncia da Pol�cia Federal em S�o Paulo, onde chegou por volta das 9h45, por uma entrada alternativa. Mantega prestou seu depoimento por cerca de duas horas na Delegacia de Repress�o a Crimes Financeiros.

Al�m de conduzi-lo para prestar depoimento, a Pol�cia Federal cumpriu mandado de busca e apreens�o na casa do ex-ministro Guido Mantega. A Folha apurou que as investiga��es apontaram ind�cios de movimenta��es financeiras incompat�veis com a renda de Mantega.

Em novembro do ano passado, os sigilos banc�rio e fiscal de Mantega foram quebrados pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, respons�vel pela Zelotes, que acolheu um pedido do Minist�rio P�blico Federal que procurava investigar a extens�o do relacionamento do ex-ministro com o empres�rio Victor Sandri, da empresa Cimento Penha, que conseguiu reverter multas no valor de R$ 106 milh�es em uma vota��o no Carf.

A inten��o do Minist�rio P�blico com as quebras tamb�m era verificar se Mantega sofreu influ�ncia indevida ao nomear determinados membros do Conselho.

7� fase da Opera��o Zelotes

� �poca, o advogado de Mantega, Jos� Roberto Batochio, afirmou que a rela��o entre Mantega e Sandri come�ou h� cerca de 20 anos, quando o ex-ministro vendeu ao empres�rio um terreno, que recebera de heran�a de seu pai. Sandri pagou o im�vel com unidades de um condom�nio constru�do no local. "Esse neg�cio ocorreu quando Mantega n�o era ministro", disse o advogado.

Nesta nova fase da Zelotes foram cumpridos 28 mandados, dentre busca e apreens�o, condu��o coercitiva e oitiva, em cinco Estados. Ainda n�o h� detalhes sobre os alvos dos mandados. N�o h� pris�es.

Em nota, a PF afirma que "o alvo desta fase de a��es da PF, empresa produtora de material de constru��o, celebrou contratos com escrit�rios de advocacia e de consultoria, os quais, por meio de seus s�cios, agiram de maneira il�cita, manipulando o andamento, a distribui��o e decis�es do CARF, visando obter provimento de seus recursos e cancelamento da cobran�a de tributos em seus processos".

JOS� RICARDO

Tamb�m foi conduzido a depor o lobista Jos� Ricardo da Silva, condenado na semana passada a 11 anos de pris�o por envolvimento no esquema que est� na mira da Zelotes.

Ele ganhou o direito de recorrer da senten�a em liberdade e, pela manh�, esteve na Superintend�ncia da Pol�cia Federal em Bras�lia, mas permaneceu em sil�ncio.

Seu advogado, Get�lio Humberto de S�, afirmou que ele s� falar� em ju�zo

ZELOTES

A Zelotes investiga casos de corrup��o em que empresas pagariam propina para obter vantagens em julgamentos no Carf, que analisa autua��es milion�rias da Receita Federal.

H� processos da empresa Cimento Penha que est�o sob a suspeita dos investigadores. A opera��o visa avan�ar nessas suspeitas.

Deflagrada no fim de mar�o de 2015 com origem em uma carta an�nima entregue num envelope pardo, a Opera��o Zelotes investiga um dos maiores esquemas de sonega��o fiscal j� descobertos no pa�s.

OUTRO LADO

Procurado, o advogado Guilherme Batochio, que defende o ex-ministro, afirmou que "Mantega respondeu a todas as perguntas e tudo foi esclarecido".

Ele ainda afirmou que "a condu��o coercitiva foi totalmente ilegal e arbitr�ria". "O Mantega j� prestou depoimento neste mesmo inqu�rito. Quando foi chamado, ele foi. O juiz Sergio Moro est� fazendo escola", disse.

Tribunal sob suspeita