O empres�rio Salim Schahin, dono do grupo Schahin e r�u em processo da Opera��o Lava Jato, prestou um depoimento nesta quarta-feira (13) em que se disse "extremamente amargurado" com o caso e pediu "perd�o � sociedade brasileira" por ter cometido um crime.

Schahin se tornou delator no ano passado e virou pe�a-chave em um bra�o da Lava Jato que investiga um empr�stimo de R$ 12 milh�es do banco Schahin concedido ao pecuarista Jos� Carlos Bumlai em 2004. O dinheiro, diz ele, foi destinado ao PT e, em troca, o grupo Schahin ganhou a opera��o de um navio-sonda da Petrobras.

Em audi�ncia com o juiz Sergio Moro, Salim Schahin pediu um espa�o ao final para um "desabafo". Disse que sua vida empresarial acabou devido � Lava Jato e que est� "muito constrangido". Tamb�m afirmou que o acordo de colabora��o com o Minist�rio P�blico Federal o "alivia um pouco".

"Quero pedir perd�o ao meu pai por fazer com que a nossa fam�lia sofra o que estamos sofrendo hoje. Nosso nome est� sendo enxovalhado pela imprensa."

PERGUNTA SOBRE LULA

No depoimento, Schahin disse que resistiu em conceder o empr�stimo porque Bumlai afirmou que o dinheiro seria destinado ao PT.

Como o dinheiro n�o era devolvido, ele procurava Del�bio Soares, � �poca tesoureiro do partido. Del�bio, contou o delator, disse que Marcos Val�rio de Souza, piv� do esc�ndalo do mensal�o, ajudaria na quita��o.

No depoimento, Moro perguntou sobre uma declara��o dada anteriormente por Schahin de que o neg�cio com a Petrobras estava "aben�oado" pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. O empres�rio disse que ouviu falar que Lula estava "a par" do acordo.

Em mar�o, o Supremo Tribunal Federal tirou do juiz federal a responsabilidade de investiga��es envolvendo o ex-presidente Lula devido ao envolvimento de autoridades com foro.

Al�m da a��o penal relacionada a Bumlai, o empr�stimo do banco Schahin tamb�m foi alvo de outra fase da Lava Jato, que investiga o empres�rio Ronan Maria Pinto, preso na 27� fase da opera��o.

EX-GERENTE

Outro depoimento do dia, na mesma a��o penal, foi do ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa, que tamb�m firmou acordo de dela��o. Musa disse que o recebimento de propina era "comum" na estatal e que sabia que outros tamb�m recebiam na empresa.

O ex-gerente tamb�m afirmou que o ex-diretor Nestor Cerver� contou que a contrata��o da Schahin pela Petrobras era uma "ordem de cima". Questionado, disse que "imagina" que era uma refer�ncia � "presid�ncia da Petrobras".