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    Em 1988, prefeito anunciou a fal�ncia do Rio

    DO RIO

    19/06/2016 02h00

    O estado de calamidade p�blica nas finan�as n�o � in�dito no Rio. H� 28 anos, a prefeitura da capital decretou fal�ncia.

    Faltava dinheiro para pagar ao funcionalismo e manter os servi�os b�sicos em funcionamento.

    Em 15 de setembro de 1988, o ent�o prefeito, Saturnino Braga, foi � TV para anunciar a quebra do munic�pio. Ele culpou o governo federal, sob a gest�o de Jos� Sarney, pela situa��o das contas cariocas.

    No m�s anterior, o BC havia bloqueado as contas da prefeitura. As institui��es financeiras privadas foram orientadas a suspender empr�stimos � cidade.

    "Isso nos obriga a tomar a medida mais do�da, a �ltima das medidas que eu gostaria de ter tomado, que � a de adiar por 15 dias o pagamento do nosso funcion�rio", afirmou Saturnino na TV.

    Rio decreta calamidade p�blica
    Veja implica��es para o Estado e Olimp�ada

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    PERGUNTAS E RESPOSTAS

    1) O que � o estado de calamidade p�blica?
    De acordo com a lei, "situa��o de altera��o intensa e grave das condi��es de normalidade em um determinado munic�pio, Estado ou regi�o, decretada em raz�o de desastre, comprometendo substancialmente sua capacidade de resposta"; precisa ser decretado em publica��o oficial do Estado ou munic�pio e reconhecido pelo Poder Executivo federal em no m�ximo dez dias.

    2) Quais os efeitos do estado de calamidade na administra��o?
    O decreto cria uma "situa��o jur�dica especial", que permite a emiss�o de cr�ditos adicionais extraordin�rios, ou seja, autoriza��es de despesas n�o computadas na Lei de Or�amento; dispensa a obrigatoriedade de licita��es para contrata��o de obras e servi�os. O decreto do governo do Rio autorizou as "autoridades competentes" a adotar "medidas excepcionais necess�rias � racionaliza��o de todos os servi�os p�blicos essenciais, com vistas � realiza��o dos Jogos Ol�mpicos e Paraol�mpicos Rio 2016".

    3) Quanto tempo dura a decreta��o do estado de calamidade?
    180 dias a contar de sua publica��o no "Di�rio Oficial".

    4) O estado de calamidade pode ser decretado por quest�es financeiras?
    N�o h� unanimidade entre especialistas. A instru��o normativa do Minist�rio da Integra��o Nacional que regula o assunto diz que � necess�ria a ocorr�ncia de "desastre de grande intensidade".

    4) O que � "desastre"?
    � definido como "resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem sobre um cen�rio vulner�vel, causando grave perturba��o ao funcionamento de uma comunidade ou sociedade, envolvendo extensivas perdas e danos humanos, materiais, econ�micos ou ambientais, que excede a sua capacidade de lidar com o problema usando meios pr�prios". O conceito traz impl�cita a no��o de imprevisibilidade. Para que um desastre seja classificado como "de grande intensidade", precisa ter causado certos danos humanos, materiais, ambientais ou perdas econ�micas.

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    Ricardo Borges/Folhapress
    O presidente interino Michel Temer, faz visita ao parque olimpico no Rio. Tamb�m estavam presentes o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o governador em exerc�cio, Francisco Dornelles e o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.
    Eduardo Paes, Alexandre de Moraes, Francisco Dornelles e Michel Temer no Parque Ol�mpico do Rio

    CRONOLOGIA DA CALAMIDADE

    1�.jan.2015
    O governador Pez�o anuncia corte de 20% em todas as secretarias

    23.dez.2015
    PEz�o decreta situa��o de emerg�ncia na sa�de. Governo federal anuncia repasse de R$ 155 milh�es ao Estado, e a Prefeitura do Rio anuncia empr�stimo da ordem de R$ 100 milh�es.

    > No mesmo m�s, o governo do Rio abole os subs�dios ao transporte p�blico criados ap�s as manifesta��es em 2013, que tinham como origem a cr�tica � tarifa no setor.

    31.dez.2015
    Minist�rio da Sa�de libera a primeira parcela de R$ 45 milh�es para ajudar a combater o caos na rede estadual de sa�de

    5.jan.2016
    Prefeitura anuncia que assumiria a gest�o de dois hospitais estaduais: o Albert Schweitzer e o Rocha Faria, ambos na zona oeste da cidade.

    4.fev.2016
    Secretaria Estadual de Planejamento e Gest�o anuncia que prev� rombo de R$ 18,4 bilh�es.

    18.abr.2016
    Sob pena de arresto de R$ 1,07 bilh�o das contas do Estado, Justi�a do Rio determina que o Rioprevid�ncia pagasse a aposentados e pensionistas que n�o haviam recebido seus vencimentos de mar�o.

    26.abr.2016
    Justi�a arresta R$ 648 milh�es das contas estaduais para pagar aposentados e pensionistas que n�o receberam.

    9.jun.2016
    Dornelles anuncia pacote de cortes que englobam a suspens�o do Renda Melhor; restri��es do Bilhete �nico; extin��o de cinco secretarias e restri��o de 30% nos gastos com custeio ou pessoal. A economia com as medidas vai de R$ 1 bilh�o a R$ 2 bilh�es, insuficiente para cobrir o rombo calculado em R$ 19 bilh�es no or�amento do Estado.

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