![Claudia Di Moura (Foto: Reprodução/ YouTube) Claudia Di Moura (Foto: Reprodução/ YouTube)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/GLr5QdNq03Ex3m04-k0_wfcl5MQ=/640x424/top/i.glbimg.com/og/ig/infoglobo/f/original/2020/11/26/img_8145_1.jpg)
Conhecida pelo grande público pelo papel de Zefa na novela “Segundo Sol”, a atriz Claudia Di Moura fez um desabafo sobre o preconceito racial e a desigualdade de oportunidade para atores negros na televisão, no cinema e no teatro:
- A gente fala muito sobre representatividade. Bacana, que bom. Mas, acho que o branco entendeu diferente. Representatividade não é ter um casal de pretos na televisão, no cinema, no teatro... A gente quer proporcionalidade. A gente quer protagonismo na frente das câmeras e atrás delas. A gente quer preto escrevendo, a gente quer preto dirigindo, a gente quer preto na linha de frente. A gente quer normatizar a nossa presença, os nossos corpos. Por que é que a preta tem que falar da escravidão ou estar sempre com o papel de subalternidade? A gente quer se deslocar desses lugares e normatizar. Ser uma dona de siderúrgica, por exemplo. Ser uma CEO, uma presidente de uma empresa. Então, é disso que a gente quer falar. E é por aí que a gente vai continuar clamando. A gente não quer mais papéis subalternizados – comentou a atriz numa conversa com o ator Guilherme Logullo para o projeto “Eu ator”, disponível no YouTube e nas plataformas de áudio.
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Claudia, então, opinou sobre os caminhos para que a situação melhore:
- Isso só vai ser possível se o branco pegar na nossa mão. Isso não é uma guerra. Isso é empatia. Isso é ceder um pouco dos seus privilégios. Eu sei que é difícil, porque privilégio é poder. Ninguém quer abrir mão do poder.
Ela, também, desabafou sobre a questão do racismo:
- Eu não sei falar de racismo, porque racismo é invenção do branco. É um assunto que não me interessa, porque eu não sei falar dele... (...) A gente precisa parar de falar das dores... Já foi lá, aconteceu, vive acontecendo... Mas, a gente quer falar que nós somos um povo resistente, um povo de luta. A gente morria lutando. A gente também tocou fogo no canavial, a gente matou branco... E, a gente pode voltar a fazer isso... Porque eu acho que está passando da hora de deixar de ser revolta para ser vingança. Me desculpa – completou.