Ir para o conteúdo


Publicidade

Claudia Di Moura faz desabafo sobre racismo

Claudia Di Moura (Foto: Reprodução/ YouTube)Claudia Di Moura (Foto: Reprodução/ YouTube)

 

Conhecida pelo grande público pelo papel de Zefa na novela “Segundo Sol”, a atriz Claudia Di Moura fez um desabafo sobre o preconceito racial e a desigualdade de oportunidade para atores negros na televisão, no cinema e no teatro:

- A gente fala muito sobre representatividade. Bacana, que bom. Mas, acho que o branco entendeu diferente. Representatividade não é ter um casal de pretos na televisão, no cinema, no teatro... A gente quer proporcionalidade.  A gente quer protagonismo na frente das câmeras e atrás delas. A gente quer preto escrevendo, a gente quer preto dirigindo, a gente quer preto na linha de frente. A gente quer normatizar a nossa presença, os nossos corpos. Por que é que a preta tem que falar da escravidão ou estar sempre com o papel de subalternidade? A gente quer se deslocar desses lugares e normatizar. Ser uma dona de siderúrgica, por exemplo. Ser uma CEO, uma presidente de uma empresa. Então, é disso que a gente quer falar. E é por aí que a gente vai continuar clamando. A gente não quer mais papéis subalternizados – comentou a atriz numa conversa com o ator Guilherme Logullo para o projeto “Eu ator”, disponível no YouTube e nas plataformas de áudio.

 

SIGA A COLUNA NAS REDES

No Twitter: @PatriciaKogut

No Instagram: @colunapatriciakogut

No Facebook: PatriciaKogutOGlobo

 

Claudia, então, opinou sobre os caminhos para que a situação melhore:

- Isso só vai ser possível se o branco pegar na nossa mão. Isso não é uma guerra. Isso é empatia. Isso é ceder um pouco dos seus privilégios. Eu sei que é difícil, porque privilégio é poder. Ninguém quer abrir mão do poder.

Ela, também, desabafou sobre a questão do racismo:

- Eu não sei falar de racismo, porque racismo é invenção do branco. É um assunto que não me interessa, porque eu não sei falar dele... (...) A gente precisa parar de falar das dores... Já foi lá, aconteceu, vive acontecendo... Mas, a gente quer falar que nós somos um povo resistente, um povo de luta. A gente morria lutando. A gente também tocou fogo no canavial, a gente matou branco... E, a gente pode voltar a fazer isso... Porque eu acho que está passando da hora de deixar de ser revolta para ser vingança. Me desculpa – completou.

Mais em Kogut

Publicidade