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Grávida, Nathalia Dill planeja licença longa: 'Olhar para mim'

Thayná Rodrigues

Nathalia Dill (Foto: Vinicius Mochizuki)Nathalia Dill (Foto: Vinicius Mochizuki)

 

Nathalia Dill participou de 15 obras na televisão desde a sua estreia, em 2006. Até que, em 2020, quando a atriz de 34 anos se preparava para casar, mudar de casa e, quem sabe, aceitar mais um trabalho, a natureza se encarregou de impor pausas. 

— Com a gravidez e com a quarentena, sinto que é o momento de eu olhar mais para mim em todos os níveis. A última novela foi tão forte ("A dona do pedaço", em que ela interpretou a vilã Fabiana) que fiquei com esse desejo. Recentemente, quase aceitei um novo trabalho, mas pensei na gestação e na pandemia. Interpretei como um sinal. Estou há 15 anos trabalhando. É tempo de eu olhar mais para a minha casa, para a gravidez e para a família e ter um momento de resguardo. A gente precisa se curtir um pouco. Para isso, estou propensa a desconectar  — diz ela, que está grávida de seis meses de uma menina, fruto da união com o músico Pedro Curvelo.

Antes de concretizar essa desconexão, Nathalia encontrou um jeito de se manter profissionalmente ativa. Ela comanda a série de lives "Mamãe de primeira" no IGTV, em que já conversou com atrizes como Sheron Menezzes, Carolinie Figueiredo, Sophie Charlotte e Débora Nascimento. Dos vídeos também participam especialistas e integrantes da família da atriz.

— Minha ideia foi fazer uma mistura: conversar com mulheres que tenham vivido a experiência da maternidade e também mostrar as visões de um profissional. Assim, as lives ficam mais dinâmicas e se relacionam com os meus interesses. Eu quis trocar experiências mesmo, falar sobre o assunto. E muitas vezes as mães têm opiniões parecidas sobre o tema, mas isso serve de reforço. Acontece, por exemplo, quando algumas delas defendem a maternidade possível e real. Qualquer que seja o processo escolhido ou o tipo de parto, a mãe e o bebê devem ser respeitados — defende.

 

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As escolhas às quais Nathalia se refere vão desde as regras alimentares para gestantes ao tipo de parto. Ela explica:

— Sinto que há muitos mitos em relação às dietas, por exemplo. Vai um pouco da filosofia de cada obstetra, nutricionista e, claro, das mães. As grávidas também têm que estar bem, felizes e comendo o que gostam. Eu procurei a minha nutricionista, mas ao mesmo tempo me permiti comer. Emagreci um pouco no início também por conta dos enjoos. Agora está tudo certo. Com a pandemia, não tenho comido na rua, mas ocasionalmente peço delivery. Ao japonês, que é polêmico, abri uma ou outra exceção. Se for de um restaurante confiável, em que sempre comi, entendi com a minha médica que uma vez ou outra não haveria tanto problema. A gente é grávida, é ser humano, está na pandemia. Está todo mundo tão no limite, tão transformado e sensível. Um dos maiores agravantes da pandemia, tirando toda a parte da miséria, de as pessoas terem ficado sem emprego, é a saúde mental. Por isso, para mim é importante passar por isso sem que haja muitos danos psicológicos. É bom a gente ir se percebendo, optando por coisas que nos façam bem. Esse é o grande dilema. Tem tanto problema acontecendo: queimadas, desgoverno... Precisei cuidar, filtrar as militâncias. Dá um pouco de culpa se isso traz como consequência se alienar. Mas no momento é uma forma de cuidar da mente: desconectar dos problemas e seguir bem. Fui nesse processo.

Nathalia se apegou a uma reflexão. Por ter sentido enjoos nos primeiros meses de gestação, a atriz relata ter pensado em mulheres que precisam continuar a trabalhar após descobrirem que estão grávidas:

— Eu senti um mal-estar inicial. Não achei que pudesse passar tão mal. Fiquei pensando em muitas mulheres que precisam trabalhar. Eu tive o privilégio de neste momento poder ficar em casa. E ainda tem a questão de, no começo, a gravidez apresentar um risco. Passar mal e ainda não poder falar para ninguém é bem delicado. O mundo parece que não se compadece tanto com essa fase. Se a mulher fura uma fila com dois meses de gestação, as pessoas não entendem. Fiquei solidária a elas e grata por, ainda bem, eu ter conseguido fazer as coisas no meu ritmo, no meu tempo. No início da quarentena, eu estava ativa: tendo aulas de Física, de Arte e Cultura... (Ao descobrir a gravidez) Fui parando todas. No segundo trimestre é que fiquei mais ativa e me mexi. Nesse período também comecei a sentir os movimentos da bebê. É engraçado! Tenho vontade de chamar quem está do meu lado e dizer: "Olha! Olha!". É um processo doido e incrível ao mesmo tempo perceber cada um destes detalhes. Isso vai fazendo com que a gente se conecte. É gradual.

Eva deve chegar só em dezembro e, até a atriz voltar à TV, deve demorar um pouquinho. É possível que Nathalia Dill fique meses além da licença-maternidade com a filha:

— O primeiro ano do bebê é muito intenso, tem a amamentação, depois os passinhos. É uma pena que na licença-maternidade muitas mulheres tenham que sair para trabalhar antes disso. Pensando agora, se eu puder, gostaria de ficar esse primeiro ano com ela. São tantas mudanças... Acontecem tantas coisas. Mas eu não sei. Tento me manter livre, não queria me colocar uma regra.

Nathalia Dill, grávida de seis meses (Foto: Vinicius Mochizuki)Nathalia Dill, grávida de seis meses (Foto: Vinicius Mochizuki)

Famosas relatam experiência da maternidade durante a pandemia:

 

 

 

 


 

 

 

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