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Séries deixam a reflexão: o público quer realismo na TV?

Patrícia Kogut

Julio Andrade e Marjorie Estiano em 'Sob pressão' (Foto: João Faissal/Globo)Julio Andrade e Marjorie Estiano em 'Sob pressão' (Foto: João Faissal/Globo)

Com seus lindos figurinos e cenários e elenco de primeira, “Nos tempos do Imperador” bebe na História, mas oferece uma fantasia. É escapismo providencial neste momento em que o país não oferta motivos de comemoração. Será que o público está desejando só sonhar? Não é bem assim: duas séries realistas — e que tratam de temas especialmente sensíveis — estão sendo festejadas. Falo de “Sob pressão” e “Segunda chamada” (cuja nova temporada chega nesta sexta, 10, ao Globoplay em meio a grande expectativa). Ninguém discute a qualidade artística de ambas. Mas o fato de elas fazerem sucesso hoje mostra que os espectadores estão dispostos a acompanhar tramas que refletem o seu dia a dia, por mais terrível que ele pareça.

Houve um período, no início da década passada, em que a dramaturgia se voltou para a classe C. Foi quando “Avenida Brasil” explodiu. Na trama de João Emanuel Carneiro, o subúrbio carioca ganhava da Zona Sul em tudo. O fictício Divino era a expressão desse triunfo. As oportunidades de mobilidade social que o Brasil oferecia em 2012 estavam no coração da novela. Era uma história ao mesmo tempo realista e alegre. “Sob pressão”, ao contrário, mostra a penúria dos hospitais e o idealismo dos profissionais da saúde. Claro que há uma dose de heroificação, mas quem duvida de que aqueles personagens são mesmo dignos de reverência? “Segunda chamada” narra os dramas de quem não teve a chance de ir à escola e dos professores que atuam em condições precárias.

Conclusão: o Brasil está querendo se ver na tela.

 

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