• 18/03/2019
  • Por Paula Jacob
Atualizado em

Tendências não param de pipocar ao passo que a tecnologia avança num piscar de olhos. Mas o que isso influencia dentro das casas de cada geração? Tudo! Por isso, Casa Vogue consultou duas experts do WGSN para investigar as principais características comportamentais de cada uma e o quanto essas necessidades/desejos esbarram na decoração de interiores. Descubra o que não pode faltar no lar de cada idade com os highlights abaixo:

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Geração Alpha

Apartamento é decorado para crianças brincarem (Foto: Dos Family/Divulgação)

Pode parecer estranho, mas já é possível reconhecer os efeitos de uma geração totalmente digital no mundo de hoje. O ditos geração alpha influenciam 65% das decisões de seus pais – e se olharmos para os Estados Unidos, esse número sobe para 81%. Mas o que isso influencia dentro da casa? O primeiro passo para compreender como esse comportamento reflete diretamente na dinâmica do lar, em termos de arquitetura e convivência, é: a casa deixa de ter o status de um ambiente físico e estável, que permanece o mesmo enquanto a criança cresce. Muito por conta da necessidade de conexão com novas propostas digitais, gadgets, tecnologias interativas e integradas, esse "novo lar" é mais mutável, aberto e integrado. "Sempre pensamos na 'casa do futuro', e ela chegou com a geração alpha", comenta a expert do WGSN, Luísa Loyola, em entrevista à Casa Vogue. "O que é estranho para nós nos acostumarmos, como realidade virtual, para eles é comum. E com esse poder de influência na compra dos pais, essas crianças são e serão responsáveis pela introdução de novas tecnologias para a casa, porque as consideram como amigas." Separamos 5 itens essenciais para montar uma casa adaptada para a geração alpha.

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Geração Z

Cozinhas coloridas: 9 modelos para uma decoração contagiante (Foto: Reprodução)

A máxima “menos é mais”, defendida pelos millennials, também se aplica na geração Z, mas de um jeito diferente. Ainda mais digitais e integrados do que a geração anterior, esses jovens nascidos entre 1994 e 2009 possuem referências visuais mais apuradas e, portanto, prezam com muito afinco pela estética (em tudo!). Não à toa, existem projetos arquitetônicos e de interiores sendo pensados para serem, além de tudo, instagramáveis. Considerando tudo isso, como são as casas da geração Z? “Espaços menores, mais conectados e próximos à áreas verdes são algumas das principais exigências para essa geração escolher onde vão morar”, pontua Luísa Loyola, expert do WGSN. “Além disso, eles também prezam pela otimização do tempo, que consideram uma prioridade. Por isso, optam por espaços próximos do trabalho ou da faculdade para não depender tanto do carro ou do transporte público.” Com a localização geográfica definida, é hora de explorar esse ambiente interno para eles. A casa precisa ser pequena, mas totalmente conectada, ou seja, eles são uma geração que preferem um sistema unificado, com soluções inteligentes. Além da tecnologia, a geração Z é ainda mais pautada pela estética. Tudo precisa ser compartilhável nas redes sociais, e para isso, portanto, deve ser visualmente atraente de alguma forma.

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Millennials

Modelo e ambientalista tem 670 plantas em apartamento em Nova York (Foto: HomesteadBrooklyn / Joey L )

Millennials, aqueles que passaram da “geração do futuro” até a “cor do ano” não oficial. Os jovens criados por pais que ainda acreditam no plano de carreira, que viveram a era do consumismo e da abundância do pós-guerra. “Eles preferem experiências a comprar coisas e são exigentes com o trabalho”, explica Natália Gramari, expert da consultoria WGSN. A sustentabilidade, a consciência, a noção do tempo (e a valorização dele), a busca por novas vivências, a instabilidade como algo positivo e a volatilidade da vida são algumas das características comportamentais desses jovens. Plantas, espaços para exercícios, móveis modulares estão entre os 10 itens que não podem falar na casa dos millennials

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Geração X

Décor do dia: cores integram sala de jantar e cozinha (Foto: Divulgação)

Em tempos de conectividade, start-ups e espaços cada vez mais reduzidos, como ficam as casas para a geração X? Esses adultos com idades entre 41 e 54 anos normalmente ainda têm filhos morando no mesmo espaço e/ou os pais (idosos) dentro do lar. Por isso, para eles é importante que o bem-estar norteie a decoração dos interiores, acolhendo todos os moradores, levando sempre em consideração a acessibilidade. “Essa geração acaba sendo o centro de muitas famílias, com filhos pequenos (geração alpha) e os pais (boomers) - também são conhecidos como a geração ‘sanduíche’”, diz Luísa Loyola, expert do WGSN, em entrevista à Casa Vogue. “As prioridades para eles, portanto, são casas possíveis e reais, inclusivas para todas as necessidades, garantindo, assim, conforto para todos.” Ambientes convidativos, como salas de estar abertas para a varanda, sala de brinquedos e/ou cozinha, são mais do que necessários. “Para quem ainda tem em mente aquela casa de pais, com ambientes bem delimitados - sala de jantar é aqui, cozinha é ali -, pode esquecer. É tudo junto e misturado!”, alerta Luiza. A mesa de jantar vira espaço para os filhos fazerem lição de casa, enquanto, logo ali, a sala vira um cinema indoor para os adultos enquanto alguém está preparando a refeição na cozinha conectada. “É uma verdadeira cena de conexão entre todas as gerações.”

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Boomers

Décor do dia: quarto de casal com madeira e concreto aparente (Foto: Fernando Guerra/Divulgação)

Filhos da retomada econômica mundial depois da Segunda Guerra Mundial, os baby boomers fazem parte da alta na natalidade infantil da época - até por isso o termo “boom”. A geração nascida entre 1945 e 1960 contribuiu para várias conquistas sociais, incluindo a entrada da mulher no mercado de trabalho, o debate da liberdade de expressão e das causas sociais e ambientais. Ainda assim, estavam em um momento econômico muito propício para compras de imóveis e (muitas) outras coisas para a casa e para a vida cotidiana. Estabilidade talvez seja uma palavra boa para traduzir esse lifestyle. Contudo, os boomers estão a caminho da aposentadoria hoje em dia, “eles já fizeram muitas coisas ao longo da vida. Não à toa, buscam conforto e acessibilidade em suas casas. Alguns ainda querem envelhecer onde vivem, mas outros já desejam novos espaços e, para isso, precisam de lugares menores, práticos e flexíveis”, pontua Natalia Gramari, expert do WGSN. Confira as quatro características que não podem faltar na casa dos boomers.


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