• 02/06/2014
  • por Michell Lott; fotos divulgação
Atualizado em
Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Tom Dixon

Quando largou a escola de arte, Tom Dixon não estava interessado em se tornar um designer, mas sim um popstar. E o tunisiano radicado em Londres parece não ter mudado de ideia. Tanto que, mesmo hoje, tendo transformado o seu nome em uma marca celebrada, ele não abandonou uma antiga paixão: o baixo. Mas ele não quer conquistar apenas os palcos. Para Dixon, o céu e o limite e ele continua destilando versatilidade por onde passa. Além de móveis e luminárias, já criou ambientes inteiros - a exemplo do recente restaurante Éclectic, em Paris -, acessórios para casa e colaborou com diversas grifes de moda. E tudo com sua inconfundível marca.

Para entender um pouco melhor o que se passa na cabeça do designer do ano de 2014, de acordo com a Maison & Objet, Casa Vogue fez uma entrevista exclusiva com Tom Dixon. Leia abaixo!

Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Coleção Club, lançada no Salão do Móvel de MIlão em abril deste ano

Achei muito legal saber que você tocou em uma banda. A música ainda te inspira?
É claro que sim! A propósito, eu ainda toco baixo.

E o que mais te influencia na hora de criar?
Minhas referências vêm de pontes, aviões, museus, viagens, esculturas, exploração espacial, metalurgia... Na verdade, sou fascinado pela lógica e pelo realismo dos processos industriais. As técnicas da manufatura da indústria são minha maior inspiração, pois eu amo ver como as coisas são feitas.

Tem algum designer, artista ou alguém que você admire muito?
A colaboração que fiz com Giulio Cappellini foi extremamente importante para mim, pois com ele aprendi o quanto o design é crucial para a indústria. Na Itália, os artesãos e as próprias empresas consideram o design componente intrínseco da vida e do trabalho. Atuar como diretor criativo da Habitat também ampliou meus horizontes. Entender como funcionam os processos internacionais, desde a manufatura até o branding e a ambientação das lojas foi muito importante na minha carreira.

Para citar outros nomes, admiro muito a genialidade de Buckminster Fuller e de Leonardo da Vinci. Também tenho gostado muito do trabalho que Konstantin Grcic está fazendo, mas o que mais me chama atenção são projetos de alguns designers relativamente desconhecidos que prometem, de fato, fazer alguma diferença.

Você tem algum ritual em particular na hora de criar?
Eu raramente foco na forma final do objeto ou no acabamento antes de começar. Sempre penso, em primeiro lugar, nas possibilidades do material, no potencial da fábrica e na estrutura do objeto. É como se eu fizesse um design vertebrado. A estrutura deve vir primeiro no processo criativo.

É por isso que suas criações tem um quê de atemporal?
Eu sou obcecado por como e com o quê produzir. Meu estilo é reducionista e construtivista, o que significa que eu faço as coisas da forma mais simples possível. O design existe para aprimorar a vida.

Você foi um dos primeiros a investir no acabamento metálico, uma característica marcante da sua nova coleção, que também é uma das tendências mais fortes do momento. Qual material você acha que será o próximo hit?
É difícil prever, As tendências que sigo vêm de fora do mundo do design. Adoro moda, culinária, arte e arquitetura.

E o que podemos esperar do futuro próximo de Tom Dixon?
Tudo o que não fiz ainda me estimula. Eu adoraria fazer novas construções, pontes, carros ou participar de projetos em áreas ainda não exploradas pelo design. Eu nunca planejo nada. Tudo o que aconteceu na minha vida foi como uma boa surpresa. E continuo esperando mais boas surpresas pela frente! Para mim, design é uma maneira de fazer a diferença no mundo e espero que eu consiga fazer parte de algo grande.

Para terminar, que conselho você daria para os jovens designers que sonham em ser como você algum dia?
Eu acho que uma das coisas mais difíceis nesse mundo de hoje, tão rico de imagens, é deixar de ser soterrado por influências externas. É muito importante estabelecer o próprio ponto de vista e desenvolver personalidade e estética pessoais. Um designer tem de estar trabalhando no limite de sua zona de conforto, inovando quando se diz respeito a processos, materiais, formatos, combinações e funções para criar algo novo. Para isso, é preciso estar focado no presente.

Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Conjunto de luminárias Beat

Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Lançamentos de 2014

Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Conjunto de pendentes Mirror Ball

Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Luminárias de chão e de teto Beat  com acessórios para a casa

Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Luminária Beat Stout

Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Luminária de mesa Beat

Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Luminárias Grey Beat, na cor cinza

Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Luminárias da linha Beat, lançadas na cor cinza em 2014

Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Coleção de luminárias Beat

Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Pendentes e mesas de vidro lançadas no Salão do Móvel de Milão em abril passado

Tom Dixon (Foto: Divulgação)

Coleção Club