Studio Arthur Casas
Mirante 9 de Julho: novos olhares sobre a cidade
Em São Paulo, endereço icônico reabre, ao lado do MASP
2 min de leitura![Vista do mirante a partir da Praça Geremia Lunardelli. Ao fundo, a Avenida 9 de Julho e, acima, o Viaduto Professor Bernardino Tranchesi. (10/2015) Editora Globo (Foto: Editora Globo)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/ayBOE5ZubyQ5YD7K1Pcii63LEko=/smart/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/11/11/colunas-arthur-casas-mirante.png)
Vista do mirante a partir da Praça Geremia Lunardelli. Ao fundo, a Avenida 9 de Julho e, acima, o Viaduto Professor Bernardino Tranchesi. (10/2015)
À espreita do Museu de Arte de São Paulo (MASP), sobre a Av. 9 de Julho, a cidade de São Paulo ganha novos olhares a apreciá-la. Operando em um impulso de retomada de memórias, o Mirante 9 de Julho é um ambiente identificado não somente por seu espaço, mas também pelas memórias que fortalecem a sua identidade.
O sítio foi ponto de encontro de intelectuais sobretudo na década de 1920, quando ocorreu a Semana de Arte Moderna de São Paulo. Posteriormente, o local perdeu seu protagonismo e acabou invisibilizado para a maioria da população. Tal circunstância permitiu que, em meados dos anos 1970, a gestão Paulo Maluf removesse a torre do mirante para a construção do viaduto Professor Bernardino Tranchesi, sem qualquer preocupação com a importância histórica de se preservar o conjunto.
![Fotografia de 1947 revela o Mirante 9 de Julho, ainda com sua torre, demolida nos anos 70. Ao fundo, o Belvedere Trianon Mirante 9 de Julho (Foto: Fabiana Imamura e Dmitri Kessel )](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/osNd0MdOSps9LeqduHXInYcykpw=/smart/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/11/11/untitled-2.jpg)
Fotografia de 1947 revela o Mirante 9 de Julho, ainda com sua torre, demolida nos anos 70. Ao fundo, o Belvedere Trianon
Até agosto de 2015, o local se configurava como um espaço residual, frequentado e habitado por pessoas que, assim como ele, estavam esquecidas pela sociedade. O ponto de inflexão ocorreu a partir da proposta de uma parceria público-privada dedicada a transformar o mirante em um local de cultura e entretenimento, com um gesto de requalificação do espaço e de seu entorno.
![Vista da janela do mirante para a Av. 9 de Julho. Ao fundo, o centro antigo da cidade de São Paulo (10/2015) Editora Globo (Foto: Editora Globo)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/T6MOFoowbJau63RvdG6YzrUkaoM=/smart/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/11/11/colunas-arthur-casas-mirante_2.png)
Vista da janela do mirante para a Av. 9 de Julho. Ao fundo, o centro antigo da cidade de São Paulo (10/2015)
A intervenção delineada para este interposto urbano partiu da iniciativa do consórcio formado entre o Grupo Vegas e o escritório de arquitetura MM18, que vislumbraram a criação de um espaço de encontro, troca e performances artísticas para a cidade.
O projeto se resume em três fases. A primeira delas, já implantada, consistiu na recuperação interna do mirante. Um bar e um café destacam-se nas extremidades do alongado espaço, permeado por bancos e mesinhas. A segunda conta com a reforma dos chafarizes da Av. 9 de Julho, que podem ser avistados do mirante. A terceira e última fase desdobra-se a partir da construção de uma estrutura metálica sobre a laje do mirante, a fim de abrigar uma galeria.
![Mobiliário do mirante, locado entre seus pilares (10/2015) Editora Globo (Foto: Editora Globo)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/cyDMswokkktt-ZUlrZh0DclUdSo=/smart/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/11/11/colunas-arthur-casas-mirante_1.png)
Mobiliário do mirante, locado entre seus pilares (10/2015)
Embora ainda incompleta, a intervenção se impõe como uma curiosa experiência urbana. Com algum esforço de instrução do olhar, é possível avistar a avenida e apreciar a bela vista que deu nome ao bairro. Ao caminhar por seu corredor, as colunas de concreto ditam o ritmo de observação dos arredores.
De um lado, mesas abrigam as mais entusiasmadas e diversificadas conversas. Do outro, a disposição se repete, mas marcada pelo convite do cenário urbano ao fundo, que chama o visitante para reconhecer a cidade em que se vive e se apropriar desse espaço a ser explorado.
![Transeuntes cruzam as escadarias do endereço (10/2015) Editora Globo (Foto: Editora Globo)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/oygjg4mgWROJLfO6IG5Wzj3jE1U=/smart/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/11/11/colunas-arthur-casas-mirante_3.png)
Transeuntes cruzam as escadarias do endereço (10/2015)
A reativação do mirante incita uma reflexão acerca da importância dos espaços públicos históricos da cidade. E vai além, convidando a expandir olhares para um MASP inusitado e para a história, agora sob uma outra perspectiva.
![MASP visto do Mirante 9 de Julho (10/2015) Editora Globo (Foto: Editora Globo)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/dkhAhlEKntVCd54d2anWfVp3ksQ=/smart/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/11/11/colunas-arthur-casas-mirante_4.png)
MASP visto do Mirante 9 de Julho (10/2015)