• 01/12/2015
  • por Julia Mello
Atualizado em
Marte (Foto: Giles Keyte/ Twentieth Century F)

Trecho do filme The Martians, da FOX, que estreia hoje. Será que essa cena retrata o futuro?

Marte (Foto: Divulgação)

Terceira fase do projeto de habitação de Marte, pela Foster + Partners

Em setembro, a NASA confirmou a evidência de fluxo de água em Marte. E hoje (1/10), acontece o lançamento do filme The Martian, da FOX, dirigido por Ridley Scott. Durante uma missão para o planeta vermelho, o astronauta Mark Watney (interpretado por Matt Damon) é deixado para trás por sua tripulação. Com condições de vida extremas e hostis, ele desenvolve técnicas de plantio e de moradia para sobreviver. Se os estúdios de arquitetura já tivessem aterrisado por lá, provavelmente o tripulante não precisaria ter passado por isso.

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The Martians (Foto: FOX/ Divulgação)

No filme, o personagem interpretado por Matt Damon cria um sistema agrário para sobreviver


A Foster + Partners, estúdio britânico fundado e liderado por Norman Foster, acaba de desenvolver um projeto de habitação para Marte. Sumidade quando o assunto é arquitetura e inovação na construção, eles assinam uma série de edfiícios dos mais icônicos da atualidade, como o City Hall e o British Museum, ambos em Londres. Eles são os criadores, inclusive, de alguns dos projetos com conclusão mais aguardada para os próximos anos, como a nova sede da Apple, na Califórnia, e o projeto do aeroporto da Cidade do México, nos Estados Unidos.

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Marte (Foto: NASA/JPL-Caltech/Univ. of Arizon)

Imagem divulgada pela NASA mostra marcas de fluxo aquático em Marte


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Quando uma firma com essa autoridade cria um projeto para a NASA em Marte, é perceptível que o futuro está logo ali – e ele parece ter saído de um filme de ficção científica. Na visão dos arquitetos, nós podemos habitar estruturas de 93 m² feitas de regolito e impressas em 3D por robôs semi-autônomos.

O design, pensado para os acampamentos de quatro astronautas no planeta vermelho, faz parte de um desafio lançado pela agência espacial para criar habitats impressos em três dimensões. "A NASA está desenvolvendo as habilidades necessárias para enviar humanos para Marte em 2030", afirma o site do governo americano. Nada mais propício do que ter uma morada no mínimo aconchegante ao aterrisar por lá, já que a viagem de ida dura cerca de 350 dias.

Marte (Foto: Divulgação)

Chegada dos robôs semi-autônomos para a construção das habitações

Marte (Foto: Divulgação)

Quebra do regolito

A ideia é que três tipos diferentes de robôs desçam à superfície marciana: um para cavar uma cratera onde acontecerá a construção, outro que processe e quebre o regolito e um terceiro que utilize micro-ondas para fundir os fragmentos. O material é uma camada de diversos sedimentos, como poeira e pedra, que cobrem a superfície sólida do planeta. Quando fundido, seria um escudo permanente que protegeria o assentamento do excesso de radiação e das extremas temperaturas exteriores, permitindo, assim, a construção das bases em si.

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Marte (Foto: Divulgação)

Base com regolito para proteger a construção


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"A proposta considera todos os aspectos, da entrega ao desenvolvimento e a conclusão das operações", afirma o escritório. "Por causa da grande distância e do constante problema e atraso na comunicação, todas as etapas locais foram pensadas para ter o mínimo de envolvimento humano", completou. De acordo com eles, essa técnica tornaria a construção mais adaptada à mudança e aos desafios inesperados do processo. Por dentro, cada módulo teria materiais macios, combinados com interfaces virtuais eficientes para os astronautas.

Marte (Foto: Divulgação)

Crateras para a construção de habitações em Marte

Marte (Foto: Divulgação)

Interior das estruturas de habitação em Marte



Firmas do futuro


Não é a primeira vez que a Foster + Partners concorre à "licitações" fora do planeta. Em 2013, eles trabalharam junto com a Agência Espacial Europeia para desenvolver métodos de construção na lua. Em 2014, anunciaram que estavam desenvolvendo uma impressora em 3D que pudesse imprimir estruturas de concreto em escala comercial.

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O projeto acima fez parte da inscrição do grupo Gamma no desafio do habitat 3D da agência espacial e, apesar de toda a tecnologia, ficou em segundo lugar. O prêmio de U$ 25 mil ficou para a Ice House (abaixo), a única a não utilizar o regolito em sua composição. A firma optou por aplicar várias camadas de gelo para estruturar sua habitação. Já fez as malas? 

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Norman Foster (Foto: Getty Images/ Divulgação)

O arquiteto Sir. Norman Foster

Marte (Foto: Divulgação)

Ice House, projeto da Team Space Exploration Architecture and Clouds Architecture Office, vencedor do desafio da NASA