De longe, parece uma foto da rotatória Columbus Circle, um dos pontos turísticos de Nova York. Mas é uma pintura, acrílica sobre tela, criada a partir de 60 fotografias que o espanhol Andrés Castellanos, 62, fez entre 2013 e 2014.
Ele, que é pintor há 40 anos e mora em Madri, estava na cidade trabalhando para uma galeria localizada na 5ª Avenida. "Escolhi esse cenário pelo desafio de reproduzir o movimento do lugar com tamanha exatidão", diz.
A tela é uma das 94 peças que estarão na exposição “50 Anos de Realismo”, que abre no dia 7 de novembro no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), no centro de São Paulo.
A mostra reúne pinturas, esculturas e instalações de 30 artistas, brasileiros e estrangeiros, que seguem o hiperrealismo, estilo caracterizado pelas representações detalhadas de pessoas, objetos e lugares.
Há destaque para as pinturas de arquitetura, como o trabalho do pernambucano Hildebrando de Castro, baseado em fachadas de Hong Kong.
De acordo com a curadora, a historiadora Tereza de Arruda, a tendência se tornou mais evidente na década de 1960. “Surgiu como um contraponto ao abstracionismo, que servia como um escape ao trauma deixado pela 2ª Guerra Mundial (1939-1945)”, afirma.
Os pintores, então, começaram a basear as suas obras em fotografias, que já estavam mais populares ao público geral. “Eles transferem as suas experiências para tela com base nesses registros”, explica a curadora.
A exposição fica em cartaz até o dia 14 de janeiro de 2019. A entrada é gratuita.
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