Piren�polis, cidade pr�xima a Bras�lia, � Paraty com ar sertanejo
Piren�polis � uma Paraty que vive dentro de uma m�sica sertaneja tocada por Leandro e Leonardo. Est� tudo l�: as casinhas hist�ricas coloridas, as ruas feitas com pedras, as mesinhas com grupos que tomam cerveja na cal�ada por causa do calor.
Mas o clima colonial logo ganha um ar matuto quando uma tropa de vaqueiros vestindo camisa xadrez, bota e espora dobra a esquina. Todos sobre os seus cavalos, que fazem as ruas vibrarem com o impacto da ferradura nos pedregulhos do ch�o. Com um olhar atento, percebe-se o berrante pendurado na parede da vendinha.
Localizada entre Goi�nia e Bras�lia (a cerca de 130 km da primeira e de 150 km da segunda), Piren�polis funciona como um ref�gio hist�rico e caipira para as duas cidades –onde pessoas v�o passear por igrejinhas aos fins de semana e mergulhar nas quase cem cachoeiras da regi�o.
A proximidade com o centro nervoso da pol�tica brasileira tamb�m fez do munic�pio um ponto de veraneio para poderosos e funcion�rios que orbitam o Planalto Central desde a inaugura��o de Bras�lia, nos anos 1960.
Moradores mais antigos contam que j� viram at� o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda no cargo, sentado em banco de pra�a em algumas manh�s de domingo.
Talvez ele estivesse contemplando a igreja Matriz de Nossa Senhora do Ros�rio, erguida em 1728 e uma das mais antigas de Goi�s. Restaurada ap�s um inc�ndio que a destruiu em 2002, ela � um cl�ssico arquitet�nico de estilo colonial brasileiro, com paredes de taipa e alicerces feitos de pedra –o que a fez ser nomeada Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional em 1941.
Ali�s, desde 1988 o centro hist�rico de Piri, como � carinhosamente chamada, � tombado pelo Iphan (Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional) e fornece aos visitantes um ar que lembra a �poca em que ali havia s� um arraial fundado por garimpeiros ligados ao bandeirante Anhanguera, no s�culo 18.
Foi justamente com a explora��o do ouro que a cidade come�ou a crescer e a enriquecer, surgindo as igrejas do Senhor do Bonfim e a de Nossa Senhora do Carmo, ambas de 1750 e com pr�dios ainda abertos a visita��o.
VELHO E NOVO
Mas Piren�polis vai al�m da poeira da hist�ria. Da igreja da Matriz, � poss�vel contratar um passeio de tuk-tuk pelo centro da cidade que leva cerca de 40 minutos.
Com passagens que custam R$ 50 para duas pessoas, o trajeto � uma boa maneira de entender o munic�pio, conhecer a ponte sobre o rio das Almas e ver o museu das Cavalhadas, que guarda elementos da manifesta��o cultural t�pica da regi�o. Durante a Festa do Divino, 50 dias ap�s a P�scoa, pessoas se mascaram e saem �s ruas numa festa que dura cerca de 20 dias, sem hora para acabar.
O roteiro termina na rua do Lazer, que concentra uma m�dia de 20 bares e restaurantes com mesas do lado de fora. L�, toma-se uma pinga na cacha�aria Seo Rosa, que funciona em um casar�o colonial, ou prova-se um prato com pequi no Emp�rio do Cerrado.
Aos s�bados, madrugada adentro, alguns dos estabelecimentos oferecem m�sica ao vivo e pista de dan�a a visitantes que aguentam firme at� o dia amanhecer.
Mas o agito n�o vence o sil�ncio. A poucos passos da rua do Lazer, um vendedor de algod�o doce espera sozinho o pr�ximo cliente em frente a uma casa colorida. Poucos carros cruzam as ruas. O som dos cavalos segue distante.
O jornalista viajou a convite do Enecob (encontro de jornalistas de turismo)
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