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Microsoft comprará energia de fusão nuclear de empresa de criador do ChatGPT

Expectativa é que a usina da Helion esteja em funcionamento em 2028

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Timothy Gardner
Washigton | Reuters

A empresa norte-americana de fusão nuclear Helion Energy fornecerá à Microsoft eletricidade em cerca de cinco anos, disseram as empresas nesta quarta-feira (10), no primeiro acordo desse tipo para a fonte de energia que alimenta o Sol, mas que tem representado um desafio de ser reproduzida pelo homem.

A fusão ocorre quando dois átomos leves, como o hidrogênio, aquecidos a temperaturas extremas, se fundem em um átomo mais pesado, liberando grandes quantidades de energia.

Até agora, as reações de fusão realizadas em laboratório foram momentâneas e consomem mais energia do que liberam. No entanto, empresas do setor levantaram cerca de US$ 5 bilhões (R$ 24,7 bilhões) em financiamento privado para pesquisa e desenvolvimento para tornar a fusão uma realidade comercial.

A expectativa é que a usina da Helion esteja em funcionamento em 2028. A instalação terá como meta a geração de 50 megawatts ou mais após um período de um ano. Um megawatt pode abastecer cerca de mil residências nos Estados Unidos em um dia normal.

Parte da máquina Polaris da Helion Energy para experimentos de reação de energia de fusão Helion Energy - Helion Energy/Handout via Reuters

"Cinquenta megawatts é um grande primeiro passo da fusão em escala comercial, e a receita obtida realimenta o desenvolvimento de mais usinas", disse David Kirtley, fundador e CEO da Helion.

O reator Polaris, a máquina de sétima geração da Helion, deve entrar em operação no próximo ano e demonstrar geração de eletricidade, usando uma mistura de tecnologias de laser e magnetismo para alcançar a fusão, disse Kirtley. Em 2021, a Helion foi a primeira empresa privada a atingir cem milhões de graus Celsius, enquanto a temperatura ideal é cerca do dobro disso, disse Kirtley.

Enquanto muitas empresas de fusão buscam o trítio, um raro isótopo de hidrogênio, para ajudar na reação, a Helion planeja usar o hélio 3, um tipo raro do gás usado também na computação quântica. Até agora, a empresa levantou mais de US$ 570 milhões (R$ 2,8 bilhões) em capital privado com o CEO da OpenAI, Sam Altman, fornecendo 375 milhões em 2021.

As empresas não divulgaram os termos do contrato de compra de energia.

A Helion ainda precisa de aprovações de projeto e construção da NRC (Comissão Reguladora Nuclear) dos Estados Unidos, bem como de licenças locais. A indústria de fusão aplaudiu a decisão da NRC no mês passado de separar a regulamentação da fusão da fissão, uma medida que os apoiadores da tecnologia dizem que poderá reduzir prazos de aprovação de licenças.

"O mundo dos negócios está começando a entender que a fusão está chegando e talvez mais cedo que muita gente pensava", disse Andrew Holland, diretor da Associação da Indústria da Fusão. "É um voto de confiança de que a Helion está no caminho assim como outras empresas estão trabalhando em prova de conceito de suas máquinas."

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