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sustent�veis e inteligentes

Novos pr�dios em S�o Paulo trocam garagem por biciclet�rio

O n�mero de apartamentos sem vagas de garagem lan�ados em S�o Paulo cresceu 254% nos �ltimos tr�s anos. Saltou de 3.301 em 2014 para 11.692 em 2017, segundo o Secovi-SP (sindicato da habita��o).

Em 2018, at� agosto, foram anunciados 4.271 apartamentos novos sem espa�o para carros, ou 42,5% do total de lan�amentos no per�odo. Nesses empreendimentos, a garagem, antes item obrigat�rio, d� lugar aos biciclet�rios.

O Plano Diretor aprovado em 2014 explica, em parte, o fen�meno, segundo Claudio Bernardes, presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP e colunista da Folha.

A lei estipulou que pr�dios pr�ximos a vias com corredores de �nibus ou esta��es de metr� ou trem poderiam ter s� uma vaga de garagem por apartamento. Por isso, muitas empresas optaram pelo conceito sem garagem, o que acaba reduzindo os pre�os entre 5% e 10%, explica Bernardes.

A demanda pelo espa�o tamb�m n�o � a mesma. Parcela crescente de jovens j� n�o se interessa em ter carro –vide a queda de 31% nas emiss�es da Carteira Nacional de Habilita��o no estado de S�o Paulo nos �ltimos tr�s anos.

"Eles preferem outros diferenciais, como biciclet�rios e espa�os compartilhados", afirma o especialista.

� justamente este o p�blico-alvo da Vitacon, que lan�ou 16 empreendimentos nos �ltimos dois anos, todos com poucas ou nenhuma vaga.

Para isso, prioriza terrenos pr�ximos ao metr�, como no caso do VN Nova Higien�polis, com plantas de 10 m� a 77 m�, na regi�o central, entre as esta��es Santa Cec�lia e Marechal Deodoro, da linha 3-vermelha.

"Grande parte dos nossos clientes s�o jovens de 18 a 35 anos. S�o pessoas que moram sozinhas, buscam redu��o de custos e mais praticidade. A garagem acaba n�o fazendo muita diferen�a", diz Alexandre Lafer, presidente-executivo da Vitacon.

No meio do caminho, a incorporadora You lan�ou oito empreendimentos nos �ltimos dois anos com op��es de apartamentos com ou sem vaga de garagem.

"Foi uma jun��o de fatores que nos levou a apostar nesse formato. O Plano Diretor incentiva o fim das garagens, isso torna o produto mais barato e consequentemente mais atrativo", explica Rafael Mentor, diretor-comercial da You.

J� a construtora MAC lan�ou recentemente dois empreendimentos sem nenhum espa�o para carros: o IsMoema, na zona sul de S�o Paulo, e o IsLiberdade, no centro.

"Come�amos a enxergar essa tend�ncia em 2016. O jovem � mais n�made e quer praticidade, n�o faz mais quest�o do carro", diz Ricardo Pajero, gerente comercial da MAC.

Ele reconhece, contudo, que o formato enfrenta desafios devido ao pouco alcance do transporte p�blico na cidade. "O empreendimento sem vaga s� funciona com mobilidade na porta do morador."

Outra aposta das construtoras s�o os carros el�tricos.

A incorporadora Laguna, de Curitiba (PR), lan�ou no m�s passado o empreendimento Alm�a Cabral, que vai gerar toda a energia consumida pelos carros el�tricos dos moradores. Cada apartamento –de 227 m� a 573 m�, com valor entre R$ 2,5 milh�es e R$ 6,3 milh�es– ter� uma tomada na garagem.

"S�o 214 placas fotovoltaicas instaladas sobre as tr�s torres. Com isso estimamos que o excedente ainda ser� capaz de atender 30% do consumo de energia do condom�nio", diz Andr� Marin, diretor de incorpora��o da Laguna.

A mineira MRV testar� a partir deste m�s um sistema de compartilhamento de carros el�tricos em dois de seus empreendimentos, em S�o Paulo e Belo Horizonte.

At� mar�o de 2019, dois carros el�tricos ser�o disponibilizados aos moradores e recarregados nos pr�prios pr�dios.

A gest�o dos ve�culos, cedidos pela Renault, ser� feita por meio do aplicativo Renault Mobility. "Terminada essa fase de testes, vamos analisar os dados e ver como expandir essa iniciativa", diz o presidente da MRV, Rafael Menin.

At� 2022, todos os lan�amentos da construtora ter�o energia fotovoltaica dispon�vel aos consumidores. "Ser�o cerca de 100 mil unidades com as placas, e at� l� vamos decidir sobre os carros el�tricos", conta Menin.

Contar�o na decis�o as dificuldades de usar uma tecnologia incomum, a depend�ncia de fatores naturais e problemas com armazenamento.

"A maior parte das placas vem da China e j� tem montagem local, o que barateou o material, mas � verdade que h� atualiza��es constantes na tecnologia", diz Marin, da Laguna, que est� em uma feira de energia em Dubai acompanhando as tend�ncias.

Construtoras como a paulista Tecnisa e as cariocas Calper e BKO j� apostaram na tecnologia de carregamento de carros el�tricos no come�o da d�cada, mas, como a tend�ncia demorou a ganhar volume, acabaram n�o dando mais �nfase a esse tipo de projeto.

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