Serafina
Presidente do grupo Iguatemi lan�ar� ecommerce com bandeira de shopping
Filipe Redondo/Folhapress | ||
Carlos Jereissati em escrit�rio no Shopping JK Iguatemi |
Um dos grandes feitos de Carlos Jereissati, 72, foi ter convencido o pa�s de que as compras, das essenciais �s por capricho, poderiam acontecer entre quatro paredes -no caso dele, adornadas pelas colunas em estilo neocl�ssico e pelo teto de vidro da primeira unidade do shopping Iguatemi, em S�o Paulo.
O filho que carrega seu nome, por sua vez, quer legar o mesmo h�bito de consumo fora da rua, mas em vez das quatro arestas do centro de compras,�apostar�no�smartphone.
Presidente do grupo Iguatemi, Carlos Jereissati Filho, 46, prepara para o in�cio de 2019 o lan�amento da primeira plataforma brasileira de vendas online com a bandeira de um shopping center.
Ainda sem nome definido, o ecommerce abrigar� parte das marcas, entre etiquetas nacionais e internacionais, que j� est�o sob o guarda-chuva do grupo.
Deve ser o pontap� mais agressivo no varejo de moda nacional e ocorrer� no mesmo ano em que se completar� quatro d�cadas desde que seu pai comprou�um�empreendimento quase falido�que,�no segundo trimestre deste ano, bateu os R$ 3,25 bilh�es�de faturamento.�
"Sempre fomos o grande lan�ador de opera��es do varejo no pa�s. Essa incurs�o online � a extens�o do neg�cio dos shoppings e atender� pessoas que dispensam o percurso de entrar na loja, pagar e carregar", explica Jereissati.
"Essa chatice", como ele mesmo define.
Isso n�o significa, por�m, que ele deixar� de comprar suas pastas Prada, as quais sempre carrega entre os bra�os, nos pontos f�sicos da marca.
O luxo para esse empres�rio que o Financial Times chama de "magnata" e det�m um dos 15 centros comerciais com o metro quadrado mais caro do mundo, segundo levantamento da ag�ncia imobili�ria Cushman & Wakefield, est� atrelado � experi�ncia de compra e ao prazer em estudar uma marca.
Iguatemi talks
Por isso, o minimalista JK, shopping que tem mais cara de filho jovem do grupo do que o cinquent�o da av. Faria Lima, � o palco do Iguatemi Talks.
Projeto pessoal de Jereissati Filho, a segunda edi��o do evento de palestras, no pr�ximo m�s, trar� ao pa�s nomes grandiosos do mercado, como o empres�rio italiano de moda masculina Gildo Zegna, da Ermenegildo Zegna, e a diretora de moda do Instagram, a americana Eva Chen.
Esp�cie de embaixador do luxo nacional nas rodas fashionistas da Europa –e apaziguador de �nimos desde que a crise financeira do pa�s abalou a confian�a das grifes estrangeiras no potencial dos tr�picos–, Carlos trouxe ao Brasil as primeiras lojas dos amigos de sua fam�lia.
Da criadora dos "vestidos-envelope", Diane von Furstenberg, ao dono dos solados vermelhos, Christian Louboutin (outro nome confirmado no Iguatemi Talks), ele foi um dos respons�veis por enfiar na cabe�a dos empres�rios estrangeiros que os brasileiros viajam, logo n�o querem pagar mais por um produto do que pagariam fora, e t�m gostos particulares de estilo vinculados � sensualidade e � exposi��o do corpo.
"N�o d� para querer vender igual para todo o mundo. Hoje, entro numa loja e j� vejo o que vende e o que n�o. O grande erro [das grifes] � querer homogeneizar o mundo."
O receio das empresas estrangeiras em investir no pa�s, segundo ele, teria a ver com um "momento de histeria generalizada", que vai al�m dos h�bitos de compra e atinge das rela��es interpessoais � pol�tica nacional –ele � sobrinho do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), coordenador da campanha � Presid�ncia do tucano Geraldo Alckmin.
"Nunca houve tantas vozes. Antes, voc� lia tr�s jornais, via dois canais de TV e tinha uma opini�o criteriosa sobre os assuntos. Hoje, com a internet e as redes sociais, formou-se uma confus�o de ideias muitas vezes mentirosas", diz Jereissati.
Mas nem por isso ele pretende deixar de aproveitar a audi�ncia�para a plataforma online do shopping. "A quest�o n�o � a internet, porque ela democratizou o acesso a tudo, mas sim a irracionalidade das pessoas que ela exp�s."
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