Preven��o de acidentes passa por pesquisa estat�stica e exame de drogas
Reinaldo Canato/Folhapress | ||
Da esq. para dir. Moacir Rossetti, Pedro Mariani, Rodolfo Rizzotto e mediador Eduardo Sodre, colunista da Folha |
Planejamento qualificado com base em estat�sticas e melhora nos exames toxicol�gicos s�o armas valiosas na redu��o do n�mero de acidentes de tr�nsito.
Os especialistas reunidos na segunda mesa do F�rum Seguran�a no Tr�nsito, realizado pela Folha nesta segunda (29), com patroc�nio da Ambev e da Labet, concordaram que, al�m de promover pol�ticas p�blicas de qualidade, � importante prevenir acidentes garantindo que o motorista estar� em condi��es de dirigir.
"O problema dos motoristas profissionais n�o � o �lcool, mas as drogas. Metade dos alimentos que chegam �s nossas mesas s�o transportados por usu�rios de drogas", afirmou Rodolfo Rizzotto, coordenador do programa SOS Estradas.
"Caminhoneiros se drogam porque as empresas t�m um sistema de explora��o que faz com que tenham que recorrer a isso para sobreviver � jornada", completou.
Segundo Rizzotto, os exames feitos em motoristas s�o protocolares, duram poucos minutos e s�o incapazes de detectar problemas que deveriam impedi-los de ter habilita��o.
A obrigatoriedade do exame toxicol�gico tamb�m foi levantada como solu��o por Moacir Rossetti, secret�rio-adjunto da Secretaria Estadual de Governo de S�o Paulo, mas seu posicionamento foi mais focado na quest�o da fiscaliza��o e obten��o de dados.
O secret�rio-adjunto defende o sistema Infosiga, iniciativa do governo do Estado em parceria com entidades privadas e prefeituras, que detalha informa��es como local, hor�rio e circunst�ncias dos acidentes de tr�nsito.
Ele ressaltou a import�ncia de que essas informa��es cheguem de forma transparente � popula��o e aos tomadores de decis�o.
O sistema permitiu notar, por exemplo, que um ter�o dos acidentes vitimam pedestres, 80% dos causadores de acidentes fatais s�o homens e que 94% se devem a falha humana. "A metodologia visa subsidiar o planejamento, a tomada de a��o. � importante que a pol�cia fiscalize, mas a quest�o � como fazer interven��o focada para intensificar o efeito dessa fiscaliza��o", disse Rossetti.
Pedro Mariani, vice-presidente jur�dico e de rela��es corporativas da Ambev, parceira do Estado na implementa��o do Infosiga, disse que a empresa investe no programa porque quer "ser parte da solu��o" para os �ndices de acidentes nas rodovias e considera importante amealhar dados para tomar melhores decis�es.
"O sistema n�o vai te dar a resposta exata, mas permite que voc� note que em determinado local acontecem mais acidentes, e a� voc� vai at� l� para ver que medidas implementar. �s vezes s�o coisas singelas, cortar um galho de �rvore, melhorar a visibilidade de um sem�foro."
Rizzotto citou como exemplo de sucesso na preven��o a implanta��o das faixas reflexivas em caminh�es, que permite aos outros motoristas ver o outro ve�culo a 200 metros de dist�ncia, contra os 20 metros que s�o necess�rios em caminh�es sem o aparato.