Modelo tribut�rio beneficia a medicina privada, diz diretor de hospital p�blico
O impacto atual de custos em c�ncer foi o tema da sexta mesa do semin�rio O Futuro do Combate ao C�ncer, realizado nesta quarta (30) pela Folha, com patroc�nio dos laborat�rios Bristol-Myers Squibb e MSD, no teatro Tucarena, em S�o Paulo.
Um custo que, segundo Stephen Stefani, oncologista do Instituto do C�ncer do Hospital M�e de Deus, chega a mais de US$ 1 milh�o (R$ 3,6 milh�es) por ano por paciente.
Stefani afirmou que est� cada vez mais dif�cil encarar esse custo no modelo atual, que aumenta a desigualdade entre os recursos para a sa�de p�blica e os aplicados na medicina privada.
Henrique Prata, diretor-geral do Hospital do C�ncer de Barretos, criticou explicitamente o modelo que oferece isen��o fiscal a grandes hospitais privados em um cen�rio em que os recursos p�blicos para sa�de vindos da arrecada��o de impostos s�o escassos.
"O que mais me entristece � a desonestidade do sistema. Existe, por debaixo dos panos, favorecimento � medicina privada. H� anos o Brasil � injusto na distribui��o ao acesso � medicina", afirmou.
Prata tamb�m afirmou ser necess�rio mais investimento na preven��o e diagn�stico precoces. "O tratamento que come�a mais cedo � mais simples e mais barato."
O aumento de custo causado pelo diagn�stico tardio e pela demora no atendimento foi uma das quest�es levantadas por todos os participantes da mesa, que contou tamb�m com a participa��o de Antonio Luiz Frasson. mastologista do hospital Albert Einstein e professor da PUC-RS e Raquel Lisb�a, gerente-geral de regula��o assistencial � sa�de da ANS.
Lisb�a falou sobre a incorpora��o de novas tecnologias nos planos de sa�de. Segundo ela, s�o feitas revis�es bi-anuais dos procedimentos que devem ser pagos pelos planos de sa�de e s�o inclu�dos os que demonstrem uma boa rela��o custo-benef�cio.
"Muitas novas tecnologias chegam ao mercado sem evid�ncia cient�fica dos benef�cio. E chegam a um custo muito elevado".
O custo adicional da nova tecnologia que possibilita exames ultrassens�veis foi lembrado por Frasson. "Estamos detectando altera��es m�nimas, mas, talvez 30% das interven��es feitas hoje n�o fossem necess�rias."
Frassson afirmou que, no Brasil, o acesso r�pido ao tratamento � mais importante do que a incorpora��o de novas tecnologias.
O peso da carga tribut�ria no custo da sa�de foi comentado por Stefani. "Temos a maior carga tribut�ria do planeta. O maior comprador de medicamentos � o governo. Ent�o, � o governo que est� pagando esse custo".
Segundo ele, � preciso discutir a quest�o tribut�ria para equacionar o custo da sa�de no pa�s.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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