Pedalar no parque aos fins de semana pode ser uma boa para relaxar e se mexer um pouco. Mas h� quem queira dar tudo de si em cima do selim, em s�ries longas e aceleradas ou em competi��es na estrada.
Romper a barreira do "pedal leve" e come�ar a andar feito atleta exige disciplina e pr�tica -muita. Quem d� a dica s�o quatro ciclistas paulistanos que n�o s�o profissionais, mas que encaixam treinos duros em uma rotina de trabalho, casa e fam�lia.
A empres�ria Tatiana Bassi, 43, � frente de um restaurante especializado em carnes, reserva espa�o para botar a bicicleta na estrada. "Tenho o treino como uma v�lvula de escape da minha rotina. Como minha agenda � bem cheia, preciso modular para encaixar esse tempo, manter a disciplina com a dieta e dormir bem", comenta.
Ela se prepara para correr uma prova na It�lia no ano que vem: a dur�ssima Maratona Dles Dolomites, disputada em uma regi�o montanhosa no norte do pa�s.
Tatiana aconselha os interessados em treinar pesado a contratar uma assessoria, que pode indicar as atividades certas para cada biotipo e orientar quais provas disputar no in�cio.
Pedalar pesado n�o significa ir mais r�pido. H� quem v� devagar e v� longe. A agente de pesquisas Thais Konishi, 29, � uma das tr�s mulheres a completar o Brevet das Bandeiras, com mil quil�metros, a mais dif�cil da s�rie Audax, provas de longa dist�ncia que ocorrem no mundo todo.
A regra exige que os competidores completem, ao longo do mesmo ano, os "brevets" de 200, 400, 600 e mil quil�metros. Cada prova realizada dentro do tempo limite d� direito a disputar a pr�xima. N�o vale usar carro de apoio -o competidor tem que ser aut�nomo.
"Sempre fui muito cabe�a dura, gosto de desafios e odeio desistir. Nesse tipo de prova voc� deve saber dosar seu esfor�o, al�m de comer, dormir e se hidratar direito. Precisa ter um psicol�gico forte para aguentar calor, chuva e madrugadas", conta Thais, que fechou os mil quil�metros em 73 horas e meia.
Com pouco tempo na agenda, ela costuma se preparar em casa e somente estica pedaladas longas no fim de semana. Al�m disso, faz muscula��o, para manter a for�a.
Disciplina � a palavra-chave em todo o processo. "Para ser sincero, o cara que quer se manter bem precisa ser chato: n�o beber, n�o ficar at� tarde na balada, dormir cedo. Tem que ser obstinado", ressalta o arquiteto Vicente Parmigiani, 58, que encaixa as maratonas de bicicleta entre plantas e projetos.
F� de subidas, ele costuma disputar provas com trechos de montanha, como a Copa V02, na serra de Campos, entre Santo Ant�nio do Pinhal e Campos do Jord�o.
Vicente acrescenta que o ciclista tem que se preparar para superar imprevistos desagrad�veis.
Durante um treino, ao tentar desviar de um caminh�o parado no acostamento, ele caiu no meio da rodovia. Deslocou o ombro e machucou a m�o. "Com a gra�a de Deus, n�o houve nada com a bicicleta." A preocupa��o � comum entre os ciclistas ap�s um tombo: a sa�de da "magrela".
PEDALADA ON-LINE
Se n�o h� tempo nem paci�ncia para provas cheias de gente, a tecnologia j� se encarregou de transformar qualquer pedal em competi��o. A rede social Strava virou febre entre os pedalantes: � l� que alguns completam desafios propostos por clubes.
O professor Frederico da Costa Pinto, 44, do departamento de Medicina Veterin�ria da USP, resolveu se meter em um dos mais dif�ceis.
O Everesting desafia os competidores a subirem o monte Everest em uma �nica pedalada, ou seja, acumular 8.848 m de altimetria (deslocamento vertical).
A prova foi conclu�da em 15 horas, em 185 repeti��es da rua do Mat�o, subida famosa na Cidade Universit�ria. "Al�m de preparo f�sico, precisa ter uma sa�de mental razo�vel, pode ser muito entediante", conta Frederico.
Para come�ar a dar as primeiras pedaladas s�rias, ele recomenda apostar na for�a do grupo. "Pedalar com um grupo cria um compromisso. Se voc� criar esse v�nculo, ser� mais f�cil vencer a pregui�a."
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AUX�LIO PROFISSIONAL
As assessorias trabalham com programas personalizados, que envolvem nutri��o e exerc�cios funcionais, al�m, � claro, das t�cnicas em cima da bicicleta. Os instrutores indicam as provas mais interessantes para o perfil de cada atleta.
Race. 5184-1003 (pre�os sob consulta)
5Ways Coaching. 5wayscoaching.com.br (pre�os sob consulta)
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GRUPOS E CLUBES DE CICLISMO
Anda sem grana para investir em uma assessoria? Grupos de pedal e clubes de ciclismo s�o bem comuns e podem ser a solu��o. Com uma aura mais informal, as atividades s�o puxadas por
ciclistas mais experientes.
Lokobikers. Pedaladas semanais, com diferentes n�veis de treino, do leve ao "long�o". fb.com/LokoBikers. GR�TIS
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PELOT�O
Quer sentir o drama de pedalar com dezenas de ciclistas? Os pelot�es v�o para estradas, com ritmo puxado. Carros de apoio garantem a seguran�a do grupo e ajudam com problemas mec�nicos. Quem "sobra" atr�s pega carona.
Route Bike. Com carro de apoio, tem dois pelot�es, intermedi�rio e principal, em percursos de at� 120 km. Sai aos s�bados e domingos. Tel. 3045-9920. fb.com/routebike. A partir de R$ 250 por m�s.
Pelot�o do J�quei. Re�nem-se aos domingos e feriados para duas voltas de 45 km. fb.com/PelotaoDoJoquei. GR�TIS
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APPS
Quem quer ir com calma pode usar apps que ajudam a entrar na competi��o se exercitando no seu tempo e ritmo. O Strava � a rede social mais famosa, e os brasileiros s�o o segundo maior grupo de usu�rios.
Strava. strava.com. GR�TIS
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ONDE TREINAR?
Em S�o Paulo, dois destinos s�o bens comuns para quem pedala pesado: a USP e a ciclovia do rio Pinheiros. Na universidade, o treino come�a cedo, com grupos rodando ainda de madrugadinha. Vale destacar que a cidade universit�ria re�ne trechos de reta e subidas, ajudando a fazer um circuito mais completo.
J� a ciclovia do rio Pinheiros � bem disputada nos primeiros hor�rios da manh�, principalmente aos fins de semana. O espa�o � plano, e o �nico obst�culo � o vento. Com obras e interdi��es, a via diminuiu de tamanho. O melhor trecho para ir r�pido � o que fica entre as pontes Cidade Universit�ria e Vila Ol�mpia.