Desfilando no ch�o, as Ganhadeiras de Itapu� enchem a avenida com o seu samba de roda. Em cima de um minitrio, o BaianaSystem arrasta uma multid�o de foli�es com a sua mistura de reggae, dub e rap com ijex� e guitarra baiana.
| Fernando Vivas/Folhapress | ||
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| O bloco afro Olodum |
Moraes Moreira e Daniela Mercury, em trios el�tricos tradicionais, relembram porque foram pioneiros do Carnaval da Bahia. E at� mesmo a onipresente Anitta promete trazer o seu pop e funk para a avenida.
O que junta todos eles? Desfilar�o em 2017 sem as cordas que costumam separar o foli�o que paga do que n�o paga no Carnaval de Salvador. Num tempo em que erguem-se muros, Salvador aos poucos livra-se das suas barreiras. Os blocos e trios que desfilam de gra�a j� s�o maioria. E isso n�o � pouco para uma festa que j� teve a segrega��o como principal marca.
Acossada pela concorr�ncia do Rio de Janeiro e Recife, Salvador come�a a reaprender a fazer uma festa de rua mais democr�tica e com diversidade. Em 2017, s�o oito dias de Carnaval e tr�s de pr�-Carnaval, em 11 dias de festa. Sim, n�o � para principiantes.
A abertura acontecer� na quarta-feira, 22 de fevereiro. No Terreiro de Jesus, tradicionais blocos afro e afox� saem em cortejo at� a Pra�a Municipal, onde uma orquestra com 40 m�sicos comandar� o baile de abertura, relembrando antigos Carnavais.
Na sequ�ncia, Bell Marques, em clima de nostalgia, desfila em trio el�trico relembrando antigos sucessos do Chiclete com Banana.
| Prefeitura de Salvador/Divulga��o | ||
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| Bell Marques, em clima de nostalgia |
Enquanto isso, no circuito da Barra, bloquinhos como o Habeas Copus e o Gravata Doida desfilam acompanhados por bandas de fanfarra. Os sambistas se re�nem no Cachasamba, os advogados no Alvar� de Soltura e os torcedores do Bahia na Barca Tricolor.
A festa, contudo, come�a antes da entrega das chaves da cidade ao Rei Momo. Nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro, o Fuzu� e o Furdun�o levam minitrios e manifesta��es folcl�ricas tradicionais para o circuito da Barra.
No primeiro, haver� apresenta��es do grupo Paroano Sai Milh�, relembrando antigas marchinhas, a percuss�o do Quabales e a tradi��o do Zambiapunga, com seus integrantes que desfilam fantasiados de "caretas".
No Furdun�o, grupos como Bailinho de Quinta e Vitrola Baiana misturam-se a artistas consagrados como o pagodeiro L�o Santana, que desfila em um minitrio.
Ambos consolidam um novo formato para o Carnaval de Salvador, que vai no sentido contr�rio � grandiloqu�ncia que reinou nos anos 1990 e 2000 -um tempo em que bandas chegavam a disputar quem tinha o maior e mais potente trio el�trico.
Hoje, a concorr�ncia � outra: quanto menor o trio, melhor. O importante � ter o artista mais perto do p�blico.
Os pioneiros foram o MicroTrio, de Ivan Huol, e o Coreto El�trico, de Alex Costa. Mas at� os artistas de ax� se renderam � novidade: a banda Alavont�, formada por veteranos do ax� como Ricardo Chaves, inventou o trio "pranch�o", no qual a banda toca na altura dos ombros do foli�o.
� quase uma volta ao in�cio de tudo, em 1950, quando Dod� e Osmar desfilaram um velho Ford bigode com alto-falantes acoplados e inventaram o trio el�trico.
AX�S E AFOX�S
Entre quinta e a ter�a de Carnaval, ganham protagonismo os blocos de trio. Bandas de ax�, pagode, blocos afros e afox�s tomam conta dos circuitos Barra-Ondina e Campo Grande.
Para os f�s de ax�, � a oportunidade de ver artistas como Ivete Sangalo, Claudia Leitte e Durval L�lis, que desfilam em blocos tradicionais como o Coruja, Largadinho e Me Abra�a.
Quem n�o quer pagar o abad� tem como op��o Saulo Fernandes, unanimidade da nova gera��o do ax�, que desfila sem cordas.
N�o pode faltar espa�o para ver desfiles de blocos afros e afox�s. Os tradicionais Il� Aiy�, Filhos de Gandhi e Olodum s�o obrigat�rios.
Mas tamb�m n�o deixe de conferir os blocos de �ndio, como os Comanches e os Apaches do Toror� e afros como Muzenza, Cortejo Afro e Mal� Debal�, que fazem um espet�culo visual marcado pelo som da percuss�o.
O Pelourinho pode ser um microcosmo de tudo ao mesmo tempo agora. Numa esquina, voc� ver� um samba, na outra, um grupo infantil. Pelas ladeiras desfilar�o pequenos blocos afro e nos palcos haver� shows de artistas em homenagem aos 50 anos da Tropic�lia.
Para quem n�o quiser nada disso e preferir s� a badala��o, n�o faltam op��es de festas privadas em camarotes, com ingressos que chegam a R$ 1.000 do dia e atra��es como Mar�lia Mendon�a e Luan Santana.
O importante � entrar no esp�rito e aproveitar cada dia. E se render at� aos hits de ver�o como o "Pared�o Metralhadora" de 2016 e "Xenhenh�m" de 2015 e "Lepo Lepo" de 2014.
Neste ano, n�o faltam op��es. Pode esquecer se sua aposta for "o Doce" de Ivete Sangalo ou "Taiui�" de Claudia Leitte.
| Adilton Venegeroles/Ag�ncia A Tarde | ||
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| O bloco Filhos de Gandhi |
Despontam a banda Psirico, de M�rcio Victor, que se rende ao feminismo com "Mulheres no Poder" e o lend�rio � o Tchan, que traz o "Desafio do Manequim", inspirado na brincadeira que virou febre em redes sociais.
Mas as mais fortes candidatas s�o sucessos improv�veis: "Me Libera, nega", m�sica do MC Beijinho, que despontou em uma viatura policial, e "Magnata faz O�h", da banda La F�ria.
Esta �ltima tem um segredo infal�vel: um refr�o que se resume a gritinhos a la Silvio Santos. Bem-vindo ao Carnaval de Salvador. Oehhhhhhhhhhhhhhh.
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