Melhor de s�opaulo - Comidinhas e Guloseimas 2015

Lojas usam cacau nacional em cen�rio dominado por chocolate importado

"O chocolate brasileiro � muito bom. Temos potencial e os belgas v�o ter um problema com a gente", brinca Luisa Abram, que comanda desde o come�o do ano uma minif�brica desse produto, feito apenas com cacau amazonense.

A marca, que leva seu nome, tem vendas on-line para o p�blico (www.luisaabram.com.br) e tamb�m � usada por chefs como Ivan Ralston, do premiado restaurante Tuju. Abram � parte de um n�mero pequeno, mas crescente, de lojas que usam mat�ria-prima brasileira em bombons, barras, sobremesas e brigadeiros, num cen�rio dominado por chocolate importado, fornecidos sobretudo por B�lgica e Fran�a.

"Muita gente ainda tem orgulho em falar de chocolate belga. Estamos come�ando a nos desfazer dessa imagem, mas ela ainda � muito firme", diz Diego Badar�, da Amma Chocolates. Em mar�o deste ano, ele abriu nos Jardins a Casa do Sabor Amma, onde, al�m de vender as barras que produz desde 2008, tamb�m apresenta receitas como o petit g�teau feito com chocolate 75% cacau e brigadeiro recoberto por nibs, a am�ndoa torrada da fruta. Badar� � parte da quinta gera��o de uma fam�lia de cacauicultores e um dos precursores da recente produ��o brasileira do chamado cacau fino, de melhor qualidade.

O Brasil foi, por muito tempo, um dos l�deres na produ��o mundial de cacau –que era vendido como commodity, para ser beneficiado fora do pa�s. At� que, no fim da d�cada de 1990, o fungo vassoura-de-bruxa, que ataca os frutos, dizimou planta��es, diminuindo a exporta��o em toneladas.

Para alguns, como Juliana Motter, � frente da Maria Brigadeiro, foi a chance para que uma parcela dos lavradores enxergasse uma oportunidade na crise: a produ��o de cacau de maior qualidade, voltado a um mercado mais exigente que o industrial e de melhor remunera��o.

S�o compradores como Motter, que traz da Bahia cacau para torrar na Maria Brigadeiro, em uma f�brica inaugurada neste ano. Na doceria, a paulistana transforma o ingrediente em p� e confeitos usados em seus brigadeiros, al�m de barras de chocolate ao leite. "Percebi que era um cacau puro, arom�tico. Mas toda vez que eu falava em chocolate nacional, tinha um preconceito grande", afirma ela.

A situa��o foi parecida quando a Chocolat du Jour lan�ou a classe Pratigi h� oito anos, feita com am�ndoas baianas, que s�o processadas na f�brica da marca em S�o Paulo. "Quando a linha estreou, notamos essa mesma resist�ncia. Mas logo os clientes perceberam que era um chocolate que se equipara aos melhores do mundo", diz Patricia Landmann, propriet�ria da Chocolat du Jour.

At� a gigante Cacau Show lan�ou, em agosto, uma barra de chocolate brasileiro feito com cacau do Esp�rito Santo. A inten��o, segundo Alexandre Costa, presidente e fundador da marca, era atender � exig�ncia e � curiosidade de um consumidor que est� estendendo a preocupa��o de produtos como vinhos e azeites tamb�m ao chocolate.

Publicidade
Publicidade