Contador de 'causos', barbeiro relata mudan�as da Barra Funda

Gabriel Cabral/Folhapress
O barbeiro Miguel Arcanjo, 62
O barbeiro Miguel Arcanjo, 62

Montada em um pequeno sobrado, sem nome na fachada ou qualquer ornamento, uma pequena barbearia na rua Lopes de Oliveira, n�mero 547, resiste �s mudan�as ocorridas na cidade nos �ltimos 30 anos.
Cortar o cabelo ali ou sentar-se para conversar com o barbeiro Miguel Arcanjo, 62, � embarcar na nostalgia e ser transportado para outra S�o Paulo.

Morador da regi�o h� 40 anos, ele conta aos clientes (e a quem quiser puxar papo) sobre a Barra Funda de imigrantes italianos, dos prim�rdios do samba, do circo do palha�o Piolin e dos crimes no Castelinho da rua Apa.

"Antigamente, as pessoas daqui recebiam leite em casa, ent�o havia cabras que ficavam sendo levadas de porta em porta, e as pessoas diziam: 'Quero leite dessa ou daquela'", relembra.

O barbeiro ficou t�o conhecido pelo jeito despachado de contar a hist�ria do bairro que foi convidado a faz�-lo oficialmente. Em 2012 foi chamado para atuar na pe�a Barafonda, da Cia. S�o Jorge, na qual interpretou a si mesmo. Depois recebeu convite para fazer um curta-metragem e mais uma pe�a, de outra companhia.

Boa parte das anedotas foi presenciada pelo pr�prio Miguel, que veio de Minas Gerais aos 18 anos para trabalhar em uma barbearia na avenida S�o Jo�o. Logo montou a pr�pria loja com o irm�o, Jos� L�cio da Costa. Outros causos s�o repetidos ap�s serem ouvidos de clientes.

Apaixonado por S�o Paulo, o barbeiro diz que n�o sai da cidade de jeito nenhum. "Paulistano � cora��o de ouro."

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