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Bruno Reis (União Brasil) afasta fator nacional e se opõe a PT de Salvador em sabatina Folha/UOL

Pré-candidato à reeleição diz que estado deve enfrentar facções e que prefeitura ajuda na segurança pública

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Recife

Pré-candidato à reeleição em Salvador, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) minimizou, nesta sexta-feira (21), a influência de lideranças políticas nacionais na eleição municipal da cidade.

"Com muito respeito a todos os líderes nacionais e estaduais, essa é uma escolha das pessoas, que vão poder conhecer cada um dos candidatos, sua história de vida, seus valores e ver quem está mais preparado para cuidar do dia a dia da cidade. Quem vai cuidar do dia a dia das pessoas é o prefeito, com todo respeito ao governador, ao presidente", disse.

"O que pesa numa reeleição de qualquer candidato é a aprovação do seu governo. A interferência externa tem um peso muito menor."

Bruno Reis (União Brasil) participa de sabatina Folha/UOL com pré-candidatos de Salvador - Youtube/Reprodução/Folha de S.Paulo

Em Salvador, o principal adversário de Bruno Reis, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), tem o apoio do presidente Lula (PT) e do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Já o prefeito recebeu o apoio formal do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, para a sua reeleição.

"Já tive apoio do PL na eleição passada, de João Roma [ex-ministro do governo Bolsonaro], com quem trabalhei durante 20 anos, já votei nele para deputado. Nosso governo é para cuidar da vida das pessoas pobres e mais carentes", afirmou.

Na Bahia, Bruno Reis é aliado do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). A dupla faz oposição ao PT, que governa a Bahia desde 2007. No campo nacional, a União Brasil indicou três nomes para a Esplanada dos Ministérios no governo Lula.

"Todos sabem que somos oposição ao PT na Bahia. Essa decisão foi dos deputados e senadores que compõem a base de sustentação do atual governo", disse. "Hoje temos a candidatura do melhor governador do Brasil, Ronaldo Caiado, nosso pré-candidato a presidente. Mas no futuro é que vai se decidir isso", acrescentou.

"É natural que o partido tenha qualquer tipo de composição, aqui na realidade local todos sabem que estamos em campos opostos ao do PT."

O pré-candidato à reeleição afirmou ainda que tem relações institucionais com Jerônimo e com Lula, mesmo sendo de campo político oposto aos petistas. Também criticou o governo baiano pelos problemas de segurança pública no estado.

"Infelizmente, a Bahia é o estado campeão nacional da violência. O Atlas da Violência essa semana mostra que, das dez cidades mais violentas, sete são da Bahia, e, infelizmente, Salvador é a nona", disse.

Bruno Reis ressaltou que a prefeitura não se exime de ajudar na segurança pública, mas que o papel de enfrentar das facções e o crime organizado, na sua avaliação, tem que ser do governo estadual.

"O papel da prefeitura, na área da segurança, todo mundo sabe. O tráfico de drogas e de armas, a briga das facções, o problema de Salvador na briga de facções nas comunidades, quem pode enfrentar é o Estado com a Polícia Militar e a Polícia Civil. A guarda municipal, que hoje trabalha armada, e está presente nas ruas, faz um trabalho preventivo e está presente nas ruas", afirmou.

Bruno Reis elencou ações de sua gestão na área, que, segundo ele, melhoraram a segurança em Salvador, como investimentos no centro histórico, 100% da iluminação da cidade em LED e construção de campos de prática esportiva.

O pré-candidato assegurou que, se reeleito, cumprirá o mandato até o final de 2028. "Não existe eleição decidida. Eleição é sentimento, é verdade que o sentimento amplo majoritário na cidade é de ver a cidade avançar e se transformar."

Ele minimizou reajustes na taxa do lixo durante a sua gestão. "Taxa de lixo é como a de água e esgoto e de iluminação, tem a sua dinâmica. Se for ver essas taxas outras, com certeza [o aumento] foi superior à taxa de lixo. Em relação ao IPTU, o que fiz ao longo desse período foi reajustar pela inflação do período."

O prefeito alegou ser inviável financeiramente a implantação de uma tarifa zero nos ônibus da cidade. "Quem está prometendo tarifa zero precisa conhecer melhor o Orçamento. Nem que feche hospital e escola. Quase 1 bilhão de reais para disponibilizar essa receita por ano", disse.

Bruno Reis disse também que a prefeitura vai adquirir câmeras para uniformes da guarda municipal e defendeu o subsídio federal para transporte público nas cidades. O pré-candidato também se colocou contra o projeto de lei antiaborto por estupro, em tramitação no Congresso Nacional, a favor da restrição da posse e porte de armas e contra a legalização da maconha.

A entrevista foi conduzida por Diego Sarza, com participação dos repórteres André Santana, do UOL, e João Pedro Pitombo, correspondente da Folha em Salvador.

Bruno Reis é formado em direito e prefeito da capital baiana desde 2021. Foi deputado estadual por dois mandatos, de 2010 a 2016. Depois, se elegeu vice-prefeito de Salvador na chapa de ACM Neto (hoje União Brasil). Em 2020, concorreu como titular à prefeitura e agora busca a reeleição.

Além dele, outros dois postulantes foram convidados. Na quinta-feira (20), Kleber Rosa (PSOL) foi o entrevistado. O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) também foi convidado, mas não confirmou participação.

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