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Bolsonaro não fez imposição sobre vice, diz Nunes após ex-presidente insistir

Após ex-presidente reforçar pressão por Mello Araújo, prefeito diz que não antecipará escolha

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São Paulo

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou, nesta quarta-feira (5), que Jair Bolsonaro (PL) "nunca fez nenhuma imposição" em relação à escolha de seu vice, apesar de o ex-presidente ter reforçado a indicação de Ricardo Mello Araújo (PL), ex-coronel da Rota.

Como mostrou a Folha, a pressão para que Nunes escolha um vice bolsonarista e, assim, amarre o apoio do ex-presidente cresceu depois que o coach Pablo Marçal (PRTB) entrou na disputa pela Prefeitura de São Paulo, ameaçando trazer para si o voto da direita conservadora e flertando com o apoio de Bolsonaro.

Também nesta quarta, depois de um encontro com Marçal em Brasília, Bolsonaro afirmou à reportagem que mantém seu apoio a Nunes e Mello Araújo, reforçando o nome que indicou para o posto.

Apesar disso, mesmo depois da fala do ex-presidente, Nunes evitou se comprometer com a escolha do ex-policial, que foi nomeado por Bolsonaro para comandar a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) durante seu governo.

O prefeito Ricardo Nunes durante evento no estádio do Canindé, em abril - Divulgação/Prefeitura de SP

Questionado em sabatina da Reag Investimentos e do canal MyNews sobre a possibilidade de antecipar a decisão sobre o vice diante dessa pressão e do risco Marçal, Nunes afirmou que Bolsonaro já havia lhe dito que não faria uma imposição.

"Eu te falo das vezes que eu tive conversa [com Bolsonaro]. Em uma das vezes, estava a imprensa acompanhando junto, ele falou: ‘olha, quando eu fui candidato a presidente, não aceitei que ninguém me impusesse o vice, então eu jamais faria uma imposição ao Ricardo’. Agora, lógico, o desejo dele é legítimo, de querer ter alguém em que ele confia", respondeu.

"É um nome que ele [Bolsonaro] tem muito apreço. Eu também tenho apreço, porque ele fez um trabalho muito importante na Ceagesp sobre um tema que todos nós combatemos, que é a corrupção. Ele pôs ordem naquilo", disse Nunes.

O prefeito mencionou que esteve com Mello Araújo duas ou três vezes quando ele era presidente do Ceagesp. "Sempre foi uma conversa muito objetiva. Nas poucas vezes em que eu estive com ele, me deu uma boa impressão. Tenho amizade, relacionamento, tenho o celular, troco mensagem? Não. Mas eu tenho uma boa impressão."

Ao final do evento, Nunes não concedeu uma entrevista à imprensa, como era o previsto, afirmando estar atrasado para uma reunião com o presidente da Croácia, que estava prevista em sua agenda oficial.

Durante a sabatina, Nunes alfinetou Marçal: "É uma decisão dele querer ser candidato, eu só acho difícil você ser prefeito sem conhecer a cidade".

O emedebista voltou a dizer que vai consultar todos os 12 partidos da sua coligação, além do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), para escolher um vice, ressaltando que não vai haver concordância plena de todos, mas ao menos de uma maioria.

Ele afirmou ainda que o PL tem a preferência, por ser o partido com mais tempo de televisão.

"Tem que ser uma pessoa de caráter ilibado, que tenha prestado serviço para a cidade, que conheça a cidade e que possa colaborar comigo caso eu venha a ser eleito", disse o prefeito ao descrever o vice ideal.

Nunes mencionou algumas mulheres no páreo, como a delegada Raquel Gallinati (PL), as vereadoras Rute Costa (PL) e Sonaira Fernandes (PL) e a ex-deputada Zulaiê Cobra (PL).

Como revelou a coluna Painel, o secretário municipal Aldo Rebelo (MDB), que também era uma opção de vice, decidiu continuar no cargo de secretário de Relações Internacionais e, portanto, não poderá ser candidato.

Aldo precisaria deixar o cargo até esta quinta (6) devido ao prazo de desincompatibilização de quatro meses para secretários que pretendam disputar cargos de prefeito ou vice.

"Normalmente não se discute vice com tanta antecedência. […] Sempre os vices são escolhidos perto das convenções. […] Para quem tem uma verdadeira frente ampla, com muitos partidos, a decisão tem que ser mais para frente", completou.

Questionado sobre ser o representante da direita na eleição, em que conta com o apoio de Bolsonaro e tem como principal rival Guilherme Boulos (PSOL), Nunes buscou colocar-se ao centro e disse representar o que a maioria da população quer.

"Sou representante da minha história e do meu governo; […] A gente representa o que a maioria da cidade é e gosta, uma posição de centro, de direita, e que olha por todos. A grande característica de São Paulo é a diversidade, é ser acolhedora."

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