A eleição para a Prefeitura de São Paulo movimenta a pré-candidatura de 11 postulantes, numa disputa que tende a ser acirrada, polarizada e nacionalizada. A capital paulista tem 11,5 milhões de habitantes e um Orçamento de R$ 111,8 bilhões.
Segundo a última pesquisa Datafolha, de maio, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) lideram a corrida empatados, com 24% e 23%, respectivamente.
A pesquisa traz uma paleta de candidatos diferente daquela realizada em março —não havia o nome do apresentador José Luiz Datena (PSDB), do coach Pablo Marçal (PRTB) e de nanicos. Logo, não são comparáveis diretamente, ainda que a rodada anterior também tenha aferido um empate entre os atuais líderes, mas com intenções de voto superiores.
No cenário com Datena e Kim, há um grande empate no segundo pelotão. Nele estão o apresentador recém-filiado ao PSDB (8%), a deputada federal Tabata Amaral (PSB, 8%) e Marçal (7%). Em um patamar numérico pouco abaixo vêm Marina Helena (Novo) e Kim, ambos com 4%.
Já a lanterna é ocupada por João Pimenta (PCO), Fantauzzi (DC), Ricardo Senese (UP) e Altino (PSTU), todos com 1%. Declaram votos em branco ou nulo 13%, e 5% não opinaram.
Sem Datena e Kim na disputa, as posições dos líderes Boulos e Nunes se invertem apenas numericamente, com 26% a 24% para o atual titular do cargo.
O segundo cenário leva em conta o histórico de desistências, quatro ao todo, de Datena, e o fato de que dificilmente Kim terá a legenda da União Brasil, cujo principal cacique é o mais influente aliado do prefeito Nunes, o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite.
Nele, além da troca numérica na primeira posição, aparecem embolados Tabata e Marçal com 9%, Marina Helena com 6%, Pimenta com 3% e os restantes, com menos de 1%. Os brancos e nulos oscilam para 15%, assim com vão a 6% os que não querem opinar.
Nesse cenário sem Datena e Kim, Nunes é o principal beneficiado entre os líderes: herda 26% dos votos do apresentador e 24%, do deputado. Marçal fica com 27% dos votos do nome da União Brasil, dos quais 26% migram para branco e nulo (são 21% entre os eleitores do pré-candidato do PSDB).
Nunes, que era vice de Bruno Covas (PSDB) e assumiu a prefeitura após a morte do tucano em 2021, tenta a reeleição com o apoio de mais de 10 partidos, que integram a sua gestão.
Ele também obteve o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e evitou que um bolsonarista fosse lançado, o que poderia dragar seus votos. Agora, o prefeito tenta se equilibrar entre fazer gestos à extrema direita e apresentar-se como um candidato de centro.
Seu principal oponente, Boulos, por sua vez, tem o presidente Lula (PT) como padrinho e o apoio do PT e de outras quatro siglas de centro-esquerda.
Ao tentar vincular Bolsonaro a Nunes, o deputado contribui para que a disputa paulista se organize em torno da polarização nacional entre bolsonaristas e petistas. Enquanto trabalha para melhorar sua rejeição, o líder do MTST (movimento sem-teto) aposta em repetir a vitória de Lula, que teve maioria na capital em 2022.
Tabata, com o apoio de Geraldo Alckmin (PSB), tenta encontrar espaço como alternativa entre Nunes e Boulos. Já Kim, do MBL (Movimento Brasil Livre) não tem a certeza sobre sua candidatura, porque a União Brasil ainda pode apoiar o prefeito.
PRÉ-CANDIDATOS À PREFEITURA DE SÃO PAULO
- Altino (PSTU)
- Fernando Fantauzzi (DC)
- Guilherme Boulos (PSOL)
- José Luiz Datena (PSDB)
- João Pimenta (PCO)
- Kim Kataguiri (União Brasil)
- Marina Helena (Novo)
- Pablo Marçal (PRTB)
- Ricardo Nunes (MDB)
- Ricardo Senese (UP)
- Tabata Amaral (PSB)
CALENDÁRIO ELEITORAL
- 06.abr: data-limite para a filiação partidária
- 20.jul a 05.ago: convenções dos partidos
- 15.ago: prazo para o registro de candidaturas
- 30.ago a 03.out: propaganda eleitoral no rádio e na TV
- 06.out: primeiro turno
- 27.out: segundo turno
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