O governo Rodrigo Garcia (PSDB) atendeu indicações de 85 parlamentares ao liberar, em 2022, um total de R$ 1,27 bilhão em emendas voluntárias.
Como mostrou a Folha, o Governo de São Paulo direcionou 90% da verba para deputados federais e estaduais que integraram a coligação do tucano no ano eleitoral.
Os valores foram levantados com base em dados obtidos após reiterados pedidos via Lei de Acesso à Informação. Tarcísio de Freitas (Republicanos) manteve a prática do governo anterior de não dar transparência em relação à distribuição desses recursos.
As emendas extras ou voluntárias, chamadas de demandas parlamentares, são liberadas de forma desigual e conforme a conveniência do governo —ao contrário das emendas impositivas, que têm o mesmo valor para todos os deputados e são de pagamento obrigatório. A verba serve para atender a pedidos de deputados por repasses a prefeituras e entidades ou por obras e melhorias em suas regiões.
O ex-deputado federal Guilherme Mussi (PP), que não tentou a reeleição, foi o parlamentar com maior valor em indicações liberadas, com um total de R$ 75 milhões. Depois, vêm os deputados federais Renata Abreu, presidente do Podemos, com R$ 60,3 milhões, e Fausto Pinato (PP), com R$ 50,8 milhões.
Abreu afirmou que, por recomendação do governo, concentrou em seu nome as indicações da bancada paulista do Podemos. Ela disse que as indicações são legítimas e fruto do trabalho parlamentar de apoiar as cidades.
Pinato afirmou que as emendas permitem atender necessidades das regiões e disse que nem todo o valor prometido a ele foi de fato pago. A reportagem não conseguiu contato com Mussi.
A assessoria de Rodrigo afirmou que as liberações são publicadas no Diário Oficial e atendem aos municípios e instituições "em prol de toda população, independente de partidos". Doria não se manifestou.
Veja abaixo quanto cada parlamentar indicou:
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