Após perder a queda de braço pela licença de petróleo da Foz do Amazonas, o líder do governo Lula no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues, se desfiliou da Rede, partido da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A desfiliação acontece menos de 24 horas após o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), subordinado à pasta de Marina, negar à Petrobras a autorização para perfuração do solo na bacia amazônica.
Randolfe, ao lado do presidente da petroleira, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, era um dos defensores do empreendimento.
Em nota sobre a desfiliação, o senador afirmou que a Rede "esteve ao lado dos brasileiros lutando contra o fascismo, e cumpriu um papel histórico com amor, coragem e dedicação". "Me honrará para sempre ter sido parte desta jornada épica", completou.
Randolfe também agradeceu "o companheirismo e o convívio" no período em que esteve na legenda. "Em especial levo para toda a vida exemplos de lealdade ao povo, como o da companheira Heloísa Helena, que ontem, hoje e sempre me inspirará", afirmou o parlamentar.
Em redes sociais, Randolfe criticou a negativa do Ibama e foi ironizado pelo deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL).
O senador afirmou que irá se reunir com outras instâncias do governo federal para lutar "contra essa decisão". O deputado respondeu: "Bem-vindo ao time".
"Não sou da sua laia e muito menos da sua turma de bandidos", respondeu Randolfe. "Sempre lutei pelo meio ambiente, o que você sempre quis era 'passar a boiada' para acabar com a Amazônia", completou.
Neste ano, a disputa entre Randolfe e Marina também ficou escancarada na disputa pela presidência do partido —nesse caso, o grupo do senador saiu vitorioso na chapa com Heloísa Helena, com 58% dos votos, uma margem apertada.
A ministra do Meio Ambiente endossava a outra chapa, num grupo com a presidente da Funai, Joenia Wapichana (Rede-RR), e com Túlio Gadelha (Rede-PE).
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