Um dia após os atos de vandalismo na praça dos Três Poderes, a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, convocou nesta segunda-feira (9) uma sessão virtual extraordinária até o fim do mês para que os 11 ministros julguem eventuais processos de forma colegiada.
O Judiciário está em recesso e só retoma as atividades no dia 1º de fevereiro, mas Rosa decidiu abrir a sessão virtual depois do ataque às sedes do Supremo, do Congresso e ao Palácio do Planalto por bolsonaristas.
Em nota, informou que o objetivo é permitir "julgamentos colegiados que se façam necessários durante o período".
Na sessão virtual, os ministros depositam os seus votos em uma plataforma do STF durante um determinado período.
A sessão extraordinária aberta por Rosa se iniciou às 18h desta segunda e irá até as 23h59 do dia 31 de janeiro. Ainda não há processos pautados para a sessão.
A expectativa de ministros do Supremo é de que sejam tomadas medidas duras contra os responsáveis pelos atos do domingo.
Em nota ainda no domingo, o decano da corte, Gilmar Mendes, disse que houve "uma comunhão de esforços criminosos: alguns executaram, outros tantos financiaram, planejaram, estimularam. Se uns atuaram, muitos outros ajudaram pela omissão".
Já o ministro Alexandre de Moraes afirmou que "serão responsabilizados, assim como os financiadores, instigadores, anteriores e atuais agentes públicos que continuam na ilícita conduta dos atos antidemocráticos".
Na madrugada, ele determinou o afastamento do cargo do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
A própria Rosa divulgou uma nota em que disse que a Suprema Corte "não se deixará intimidar por atos criminosos e de delinquentes infensos ao estado democrático de direito".
"O STF atuará para que os terroristas que participaram desses atos sejam devidamente julgados e exemplarmente punidos. O prédio histórico será reconstruído."
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