Em vídeo no qual comenta a prisão de Roberto Jefferson, o influenciador bolsonarista foragido Allan dos Santos afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) está fazendo o que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), quer.
Ele se referia ao fato de Bolsonaro tentar se descolar de Jefferson, chamando-o de "bandido" e "criminoso" após o ex-deputado disparar mais de 20 tiros de fuzil e lançar duas granadas contra agentes da PF (Polícia Federal) que cumpriam mandado de prisão contra o político.
"Parabéns, Alexandre de Moraes. Eu tenho que reconhecer: você conseguiu colocar patriota contra patriota. Antes eram só os delegados, os policiais. Agora até o Bolsonaro está fazendo o que você quer", disse.
Na gravação, Allan dos Santos defende a resistência de Roberto Jefferson à ordem judicial e os tiros disparados contra os policiais. Ele afirma que a ordem de prisão, dada por Moraes, era ilegal.
"A vida é um direito que está acima de qualquer constituição —daí que a legítima defesa, independente de todas as leis do direito impositivo, elas caem quando você tem que defender a própria vida", afirmou.
"[Moraes] conseguiu fazer com que todo o seu pensamento, todas as suas palavras fossem parar na boca do Bolsonaro, usando a força policial para poder colocar atrás das grades uma pessoa que não cometeu um crime e simplesmente estava protegendo a própria vida", completou.
A gravação ainda mostra como os apoiadores de Bolsonaro estão divididos no caso. Enquanto alguns seguem o presidente e repudiam o ataque de Jefferson contra os agentes da PF, uma ala mais radical defende a ação do ex-deputado e reverbera críticas ao STF.
Foragido há mais de um ano, Allan dos Santos está nos Estados Unidos, de onde continua gravando vídeos e atuando como influenciador bolsonarista.
A ordem de prisão contra o blogueiro foi dada por Moraes, em 21 de outubro de 2021, a pedido da PF (Polícia Federal). A PGR (Procuradoria-Geral da República) foi contra. Apesar do pedido de extradição, ele continua foragido.
Allan é investigado em dois inquéritos no STF. Um que apura ameaças a ministro do tribunal e disseminação de conteúdos falsos nas redes sociais e outro que investiga o financiamento de atos antidemocráticos.
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