Jair Bolsonaro fez um desagravo público em mensagem de aniversário ao seu segundo filho Carlos, vereador do Rio de Janeiro pelo PSC e gerenciador das mídias sociais do pai durante a campanha eleitoral.
"O primeiro a aceitar o desafio de encarar os ventos das adversidades que enfrentamos até chegar aqui. Não fosse seu intuito em tomar iniciativas e se antecipar a problemas, talvez não tivéssemos chegado tão longe. Muito mais acertos que erros. Carlos sempre foi e é decisivo em nossas conversas. Enganam-se os que creem que irão nos separar", foram algumas das palavras do presidente eleito sobre o aniversariante.
Segundo a coluna de Mônica Bergamo, a atuação de Carlos Bolsonaro tem preocupado integrantes da equipe do presidente eleito desde a campanha eleitoral, quando o filho comandou as redes sociais do pai.
Carlos já se desentendeu com os dois ex-dirigentes do PSL, Gustavo Bebianno e Julian Lemos.
O atrito com Gustavo Bebianno (advogado do presidente eleito, ex-presidente do PSL e futuro secretário-geral da Presidência) aconteceu quando o presidente eleito disse que estudava o nome do filho para a Secretaria de Comunicação Social (Secom), dando à área status de ministério. A ideia foi afastada, e quem ficou com a Secom foi Bebianno, que abrigará o órgão sob sua Secretaria-Geral.
Após a definição do futuro da Secom, Carlos foi ao Twitter declarar que estava voltando à Câmara de Vereadores do Rio e que não iria mais administrar as redes sociais do pai.
A última desavença pública aconteceu na quarta-feira (5) e envolveu Julian Lemos, deputado federal eleito, membro da equipe de transição e ex-dirigente do PSL.
Carlos Bolsonaro publicou em seu Twitter que Lemos estaria se "colocando como coordenador de Jair Bolsonaro no Nordeste", função que Carlos disse que ele nunca teve. "Não é e nunca foi! Senhor Julian Lemos [marcando o perfil], quem elegeu Bolsonaro foram pessoas que, em nenhum momento, pleiteiam algo a mais, a não ser um Brasil melhor! Sugerimos parar de aparecer atrás dele por algum motivo como faz sempre!"
Lemos replicou no Facebook: "Na minha casa o que meu pai falava era respeitado. Um homem, quando está em paz, não quer guerra com ninguém". Lemos também postou link de uma entrevista ao jornalista paraibano Marcone Ferreira, a quem disse que só dava atenção a Jair Bolsonaro e não responderia Carlos porque está trabalhando.
Carlos Bolsonaro, 36, entrou no mundo da política aos 17 anos, quando o pai rompeu com Rogéria Nantes Nunes Braga, ex-esposa e mãe de Carlos e seus irmãos Flávio e Eduardo. Bolsonaro emancipou o filho para que ele disputasse com Rogéria uma vaga na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. O filho foi eleito e a mãe, não. Carlos Bolsonaro é vereador há 18 anos (cinco mandatos consecutivos). Rogéria depois se reconciliou com o marido.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.