O DEM decidiu ficar neutro no segundo turno da corrida presidencial. A maioria dos integrantes do partido deve apoiar Jair Bolsonaro (PSL), mas a sigla preferiu não fazer uma adesão formal à candidatura.
O comando da legenda emitiu nota em que faz duras críticas ao PT e expõe um alinhamento com a plataforma de Bolsonaro.
O texto, entretanto, anuncia que os filiados estarão livres para tomar qualquer posição no segundo turno entre o candidato do PSL e Fernando Haddad (PT).
"Nosso partido assume o compromisso de contribuir com a construção do novo Brasil, um país completamente diferente daquele que nos foi legado pelo PT nos últimos anos", afirma a nota. "Neste novo tempo que se anuncia, não cabem invasão e destruição de propriedades, e muito menos mensalão ou petrolão."
O presidente da sigla, ACM Neto, deve anunciar voto em Bolsonaro.
O governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado, pretende viajar ao Rio nesta quarta (10) para se reunir com o presidenciável.
Bolsonaro chegou a pedir o apoio formal do DEM em conversa por telefone com a cúpula do partido na terça-feira (9).
Ao fim das negociações, os dois lados decidiram que a neutralidade era o melhor caminho.
Tanto dirigentes do DEM quanto aliados de Bolsonaro acreditam que uma adesão formal poderia trazer desgastes tanto para a sigla (que ainda tem dúvidas sobre o candidato) quanto para o presidenciável (que construiu uma imagem de afastamento em relação aos partidos tradicionais).
O DEM mantém desconfiança em relação aos planos políticos de Bolsonaro.
O partido quer lançar o deputado Rodrigo Maia (RJ) à reeleição para a presidência da Câmara, mas Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenciável, já manifestou interesse em concorrer ao posto.
O provável articulador político de Bolsonaro em um eventual governo deverá ser Onyx Lorenzoni (RS), do DEM. Ele participou das negociações sobre um possível apoio da sigla ao candidato.
Por enquanto, o DEM prefere tratar a provável nomeação de Onyx para a vaga como uma escolha pessoal de Bolsonaro.
Não houve, até o momento, negociações de cargos entre o partido e a equipe do presidenciável do PSL.
No primeiro turno, o DEM apoiou a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), que ficou em quarto lugar na disputa.
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