O vereador Tarcísio Motta (PSOL) foi oficializado nesta sexta-feira (20) candidato ao governo do Rio de Janeiro recusando uma possível aliança eleitoral com o PT e outros partidos de esquerda.
Ele afirmou que a candidatura tem como objetivo enfrentar "novos e velhos Cabrais", em referência a ex-aliados do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), preso desde novembro de 2016 condenado por corrupção.
"Temos muitas pautas comuns com o conjunto da esquerda. Mas o entendimento do partido é de que não havia condições de fazer uma aliança eleitoral com o PT e outros partidos de esquerda. Partidos que, no cenário estadual, muitas vezes estiveram ao lado desses que a gente agora vai enfrentar", disse Motta.
O PT ainda estuda lançar a candidatura da escritora Márcia Tiburi, ex-filiada do PSOL. Tarcísio terá apoio apenas do PCB.
O vereador disputou a última eleição ao Palácio Guanabara, em 2014, e teve 8,92% dos votos válidos. Na capital, superou inclusive o então candidato do PT, o senador Lindbergh Farias.
Motta repetiu o mote de sua campanha há quatro anos, em que criticava o que considerava falsos adversários de Cabral —à época com baixa popularidade, mas ainda solto. Foram adversários naquela eleição o governador Luiz Fernando Pezão (MDB), o atualmente prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), o ex-governador Anthony Garotinho (PRP) e Lindbergh.
"Se há quatro anos atrás enfrentávamos os quatro Cabrais, dessa vez vamos enfrentar mais deles. Novos e velhos Cabrais que estão na política para enganar o povo. Tentar, mudando de sigla, fazer com que o povo acredite que eles são diferentes do que sempre foram", disse o candidato do PSOL.
O principal alvo da crítica é o ex-prefeito Eduardo Paes, que trocou o MDB pelo DEM para fugir do desgaste da crise do partido no estado.
"Um velho conhecido da população é o Eduardo Paes. Vem numa nova sigla achando que vai enganar o povo para dizer que ele não tem nada a ver com o ciclo que a gente viveu agora. Novos Cabrais vão se apresentar tentando mostrar que não fizeram parte desse cenário", disse Motta.
O candidato não colocou sob o mesmo rótulo o senador Romário Farias (Podemos), pré-candidato ao Palácio Guanabara. Colocou em dúvida também a real intenção do ex-jogador em disputar o cargo.
"Sempre às vésperas da eleição ele acaba retirando a candidatura dele. A questão é que ele nunca esteve enfrentando essas máfias que estão por aí. Se ele é um Cabral a gente pode refletir ainda um pouquinho, mas é verdade que ele nunca enfrentou os Cabrais e esteve associado a eles em vários momentos", disse Motta.
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