Ex-secret�rio de Cabral e empres�rios s�o alvo de opera��o da PF no Rio
Jos� Lucena/Futura Press/Folhapress | ||
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Regis Fichtner, ex-chefe da Casa Civil do Rio, chega � sede da Pol�cia Federal |
A Pol�cia Federal prendeu na manh� desta quinta-feira (23), na Opera��o C'est fini, o ex-secret�rio da Casa Civil do Rio R�gis Fichtner, o ex-presidente do DER (Departamento de Estradas e Rodagem), Henrique Ribeiro, e os empres�rios Georges Sadala e Maciste Granha de Mello Filho.
O empres�rio Fernando Cavendish est� sendo conduzido coercitivamente e Alexandre Accioly, intimado a depor. Ambos foram chamados para explicar opera��es financeiras com Sadala.
Todos os suspeitos presos tamb�m foram identificados na contabilidade paralela de Luiz Carlos Bezerra, respons�vel por recolher e entregar dinheiro entre 2011 e 2016 a mando do ex-governador S�rgio Cabral, preso h� um ano.
Ele controlava a movimenta��o de dinheiro em cadernos que foram apreendidos pela Pol�cia Federal na Opera��o Calicute. Usava apelidos para identificar os remetentes e destinat�rios dos recursos.
As investiga��es tamb�m apontam suspeitas de fraudes no uso de precat�rios para pagamentos de d�vidas fiscais no Rio. Fichtner era o coordenador do chamado Refis estadual que vigorou entre 2010 e 2012, no qual o Estado concedia isen��o na multa e desconto nos juros sobre impostos em atraso.
O pagamento poderia ser feito com dep�sito em dinheiro, ou atrav�s de precat�rios –t�tulo emitido pela Justi�a quando o Estado � condenado a pagar certa quantia. A l�gica do encontro de contas � simples: o governo abre m�o da d�vida e, ao mesmo tempo, quita o precat�rio.
Em 2014, a Folha revelou que o com�rcio de precat�rios do Rio se intensificou em raz�o do programa e movimentou mais de R$ 1,7 bilh�o. At� indeniza��es a parentes de pessoas mortas pela pol�cia do Rio foram usadas para pagar, com desconto, d�vidas de empresas com o Estado.
SUSPEITOS
Fichtner era o �nico secret�rio do "n�cleo" da gest�o Cabral que ainda n�o havia sido preso. Ele j� havia sido citado em depoimento de Bezerra. Identificado o ex-secret�rio como "Alem�o", a contabilidade do "carregador de mala" indica o repasse de R$ 1,56 milh�o ao ex-secret�rio.
Sadala, por sua vez, � mais um integrante do que ficou conhecida como a "gangue dos guardanapos" a ser alvo da Opera��o Lava Jato. A express�o � refer�ncia � foto feita numa festa em Paris em homenagem a Cabral, ap�s receber a medalha da Legi�o d'Honneur do Senado franc�s.
Era tamb�m o �nico empres�rio da chamada "Rep�blica de Mangaratiba" que ainda n�o havia sido alvo da Lava Jato no Rio.
Os pap�is apreendidos com Bezerra indicam que o empres�rio entregou R$ 1,3 milh�o ao grupo de Cabral, segundo a Procuradoria.
O empres�rio , tamb�m conhecido como "G�", � investidor do mercado financeiro e era s�cio de um cons�rcio com contratos com o Estado.
Ele foi s�cio do cons�rcio Agiliza Rio, respons�vel pelo programa "Poupa Tempo", que re�ne �rg�os oficiais com o fim de facilitar a obten��o de documentos. A empresa recebeu R$ 132,5 milh�es entre 2009 e 2015.
Al�m disso, � tamb�m representante do banco BMG no Rio, que negociava cr�dito consignado para servidores estaduais.
Maciste, vizinho de Cabral, tamb�m foi citado por Bezerra em depoimento. Ele disse que ia ao apartamento do empres�rio, s�cio da Macadame, construtora que somou R$ 103 milh�es em contratos na administra��o do peemedebista. Os cadernos apreendidos com Bezerra indicam o recolhimento total de R$ 552 mil com o empres�rio.
Ribeiro foi apontado pelo empres�rio Marcos Andrade Barbosa Silva, executivo da Uni�o Norte, como respons�vel por cobrar propina destinada a Cabral no DER. A empresa firmou acordo de leni�ncia com o Minist�rio P�blico Federal.
O respons�vel por recolher a propina no DER era Lineu Castilho Martins, funcion�rio do DER. Na contabilidade de Bezerra, ele � identificado como "Boris", "Russo" e "Kalashi", e � atribu�do a ele o repasse de cerca de R$ 18 milh�es entre 2011 e 2016. Ele tamb�m foi preso.
Cavendish, conduzido coercitivamente, � r�u em a��o penal decorrente da Opera��o Saqueador. Em interrogat�rio este ano reconheceu ter pago propina a Cabral.
O nome da Opera��o C'est fini � uma refer�ncia � festa promovida em Paris, em que Sadala e Cavendish dan�aram com guardanapos na cabe�a junto com os ex-secret�rios estaduais S�rgio C�rtes e Wilson Carlos, ambos presos pela Lava Jato.
Embora signifique "acabou", outro personagem que usou guardanapo ainda n�o foi alvo das investiga��es. � o ex-secret�rio municipal de Urbanismo S�rgio Dias.
Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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