Ex-secret�rio de Cabral confessa propina, mas nega fraudes na sa�de
Clever Felix - 11.abr.2017/Brazil Photo Press/Folhapress | ||
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O ex-secret�rio de Sa�de S�rgio C�rtes � conduzido por agentes da Pol�cia Federal |
O ex-secret�rio de Sa�de do Rio S�rgio C�rtes afirmou em interrogat�rio nesta quarta-feira (8) que recebeu propina do empres�rio Miguel Iskin. Os dois foram presos na Opera��o Fatura Exposta, desdobramento da Lava Jato no Estado.
Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, ele afirmou que recebeu US$ 3 milh�es e uma "carteira de a��es". Como a Folha revelou em agosto, C�rtes devolveu � Justi�a US$ 4,3 milh�es depositados nas Bahamas sem firmar colabora��o premiada. Ele afirma ser todo o saldo dos recursos recebidos do empres�rio.
C�rtes � r�u em a��o penal junto com o ex-governador S�rgio Cabral (PMDB) e outras cinco pessoas por supostos desvios de R$ 16 milh�es no setor de sa�de.
O ex-secret�rio afirmou que Iskin fez o repasse em 2011 para uma eventual candidatura em 2014, que acabou n�o se concretizando. Ele disse, por�m, que usou os recursos para gastos pessoais, principalmente em viagens.
C�rtes disse que decidiu entrar na pol�tica ap�s ser convidado a ocupar o cargo de ministro da Sa�de pela ex-presidente Dilma Rousseff. A nomea��o acabou n�o sendo concretizada porque ele n�o teve apoio do PMDB.
"Isso foi uma grande frustra��o para mim. Seria o apogeu da minha carreira. Em 2011, falo com ele [S�rgio Cabral] da minha inten��o de ser candidato Ele dizia que era importante estar numa estrutura partid�ria para virar ministro", disse C�rtes.
LICITA��ES
O ex-secret�rio disse, por�m, que a propina que recebeu n�o alterou sua atua��o no cargo em favor das empresas de Iskin. Ele afirmou apenas que os editais de licita��es dos �rg�os que dirigia exigiam maior qualidade dos produtos, o que acabava favorecendo as firmas representadas por Iskin.
Ele afirmou que teve a ajuda do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Junior, que indicou a melhor forma de abrir a conta na Su��a. Ela foi criada em nome da mulher do ex-secret�rio, Ver�nica Vianna. O ex-secret�rio disse que ela assinou pap�is sem saber a finalidade real.
C�rtes j� havia declarado ao Minist�rio P�blico Federal que, em raz�o da Opera��o Lava Jato, decidiu fechar a conta em nome da mulher e abrir uma com titularidade pr�pria. E com isso os recursos foram transferidos para um banco nas Bahamas.
O procurador Eduardo El Hage, coordenador da Opera��o Lava jato no Rio, afirmou que o MPF n�o considera que C�rtes tenha confessado crimes. A Procuradoria considera que os pagamentos il�citos geraram benef�cios diretos ao empres�rio nas licita��es da Secretaria de Sa�de.
O ex-secret�rio disse que recebia propina de Iskin desde quando era m�dico-residente do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia). A empresa pagava viagens para congressos no exterior.
Quando ele se tornou diretor do Into, ele passou a exigir passagens em classe executiva e dinheiro vivo para custear os gastos no exterior. C�rtes afirmou ter recebido cerca de R$ 60 mil por ano nesse per�odo.
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