Pris�o preventiva n�o � quest�o moral como 'altura de minissaia', diz Moro
Jorge Araujo/Folhapress | ||
![]() |
||
O juiz Sergio Moro, em evento sobre as opera��es M�os Limpas e Lava Jato |
O juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em Curitiba, voltou a defender nesta ter�a-feira (24) o uso de pris�es preventivas em a��es relacionadas a corrup��o, citando o caso do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e afirmando que situa��es assim n�o s�o de "deteriora��o moral", mas de "conduta criminal".
"N�s n�o estamos falando de altura de minissaia, estamos falando de crimes de corrup��o. Estamos falando de fen�menos jur�dicos muito claros. N�o queremos pautar condutas �ticas das pessoas", disse o magistrado, no evento "O legado da M�os Limpas e o futuro da Lava Jato", promovido pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
A fala foi feita ap�s compara��es sobre o uso da pris�o, que � cumprida antes do julgamento final e n�o tem prazo determinado, na opera��o italiana que inspirou a Lava Jato e no Brasil.
"N�o h� nenhuma d�vida no fato de que, se um agente p�blico receber dinheiro indevidamente, isso seja criminoso –e que isso tenha uma resposta institucional. A legisla��o prev� esses instrumentos, �s vezes mais dr�sticos, para interromper essas carreiras criminosas."
Ele n�o citou Geddel nominalmente, mas fez refer�ncia aos R$ 51 milh�es encontrados pela Pol�cia Federal em um apartamento em Salvador e atribu�dos ao ex-ministro. O caso foi citado ap�s Moro falar sobre condenados pela Lava Jato que tinham conduta reiterada de pr�tica de corrup��o.
"Posso falar com um pouco mais de conforto porque n�o � um caso meu, mas um caso atualmente que ganhou fama � de um agente pol�tico relacionado a um apartamento no qual foram encontrados dezenas de milh�es de reais", afirmou.
"Se n�s formos estudar um pouco a hist�ria desse indiv�duo temos o envolvimento dessa pessoa em pr�ticas criminosas que datam do in�cio da d�cada de 1990. Ser� que se as institui��es n�o tivessem dado resposta naquela �poca n�o ter�amos eliminado esse apartamento de R$ 51 milh�es?", questionou.
Al�m das pris�es preventivas, ele defendeu tamb�m os acordos de dela��o premiada, recorrentes nas a��es da Lava Jato.
EMENDAS
O juiz federal ainda defendeu mudan�as nas pr�ticas pol�ticas, ao ser questionado sobre libera��es de emendas pelo governo Temer para deputados, com o objetivo salvar o presidente de den�ncia da Procuradoria-Geral da Rep�blica.
"N�o me manifesto sobre casos concretos e situa��es espec�ficas. Acho que existem situa��es que precisam ser enfrentadas n�o s� por processos judiciais. Processos judiciais d�o uma resposta limitada � corrup��o e n�s temos que pensar em mudan�as em nossas pr�ticas pol�ticas", afirmou.
Ele diz que, em seus julgamentos na 13� Vara Federal de Curitiba, viu "pr�ticas que podem ser fonte de comportamento inadequado" como "loteamento pol�tico de cargos p�blicos na Petrobras com o objetivo de arrecadar dinheiro para agentes pol�ticos".
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade