Jonas Suassuna fechou neg�cio com a Vivo ap�s reuni�o de Lula
Angel Martinez - 16.abr.2011/Real Madrid | ||
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Foto de 2011 mostra Lula em Madri com Suassuna (2� da dir. para a esq.) e Lu�s Cl�udio (� dir.) |
O empres�rio Jonas Suassuna, s�cio do filho do ex-presidente Lula, anunciou parceria comercial com a Vivo cinco meses ap�s encontro do petista com executivos espanh�is da Telef�nica, dona da operadora brasileira. O acordo incluiu a "Nuvem de Livros" entre os produtos oferecidos aos clientes da empresa de telefonia no Brasil.
Marco Aur�lio Vitale, ex-diretor do grupo empresarial de Suassuna, afirmou em entrevista � Folha que ouviu de Kalil Bittar, tamb�m s�cio de Fabio Lu�s Lula da Silva, o Lulinha, que o petista iria interceder junto aos executivos espanh�is em favor do neg�cio.
"O Kalil Bittar falou para o Jonas que o ex-presidente iria para a Espanha e que teria uma reuni�o com a presid�ncia da Telef�nica, e que seria falado da 'Nuvem' para viabilizar um neg�cio com a Vivo aqui. E foi o que aconteceu. N�o tenho detalhes da reuni�o, mas ele [Jonas] volta j� procurando o [Ant�nio Carlos] Valente [� �poca presidente da Telef�nica no pa�s]", disse o ex-executivo do Grupo Gol, que atua nas �reas editorial e tecnologia e n�o tem rela��o com a companhia a�rea.
O an�ncio da parceria entre a Editora Gol e a Vivo ocorreu em setembro de 2011, durante a Bienal do Livro. Entre os dias 12 e 17 de abril daquele ano, Lula viajou � Espanha para, entre outros compromissos, quatro eventos com executivos da Telef�nica –almo�o, jantar, palestra e uma visita � sede da companhia.
Suassuna se encontrou com o ex-presidente na Espanha. Ele assistiu a uma palestra de Lula a funcion�rios da Telef�nica, al�m de ter visitado ao lado do petista o est�dio Santiago Bernabeu, do Real Madrid. Mas nega interfer�ncia do petista em favor do neg�cio.
O empres�rio � dono de metade do s�tio em Atibaia atribu�do ao ex-presidente Lula. No terreno de sua propriedade n�o houve reformas –apenas a instala��o de uma cerca– o que fez com que a Procuradoria n�o o denunciasse no caso. � tamb�m s�cio de Lulinha na Play TV.
O acordo permitiu que a "Nuvem", ap�s tr�s anos de concep��o, fosse oferecido aos clientes da Vivo no pa�s. Ela chegou a registrar, de acordo com a empresa de telefonia, 1,4 milh�o de usu�rios. O produto rendeu � editora de Suassuna R$ 29 milh�es l�quidos.
O acordo pela "Nuvem" ocorreu logo ap�s a incorpora��o da Vivo pela Telef�nica.
Em julho de 2010, a espanhola Telef�nica comprou os 30% da Vivo que pertenciam � Portugal Telecom, ficando com 60% da empresa de telefonia m�vel. Ela comprou o restante das a��es no mercado por meio de oferta p�blica de a��es em mar�o de 2011.
Em maio, a incorpora��o da Vivo pela Telef�nica foi anunciada.
N�o � a primeira vez que � apontado um ato de Lula que beneficiou Suassuna e a "Nuvem", um dos principais produtos do Grupo Gol. A Folha revelou em fevereiro do ano passado que uma lei assinada pelo ent�o presidente estimulou a cria��o do aplicativo.
A lei, de maio de 2010, obrigou todas as institui��es de ensino p�blicas e privadas a possuir, at� 2020, pelo menos uma biblioteca com no m�nimo um t�tulo por aluno. A cole��o pode existir "em qualquer suporte", abrindo margem para bibliotecas virtuais.
Segundo relato de Suassuna, o projeto estava em elabora��o tr�s anos antes da sua concretiza��o.
OUTRO LADO
O empres�rio Jonas Suassuna negou que o ex-presidente tenha interferido no neg�cio. Ele afirma ter neg�cios na Espanha desde 1999, tendo inclusive entre seus executivos no pa�s um ex-vice-presidente da Telef�nica.
"Por que eu precisava dele? O presidente do meu escrit�rio na Espanha [Luiz Scurra] tinha sido vice-presidente da Telef�nica. Tinha todos os acessos", diz ele.
Nos anos 1990, o grupo de Suassuna vendeu produtos editoriais colecion�veis que intermediava na Europa para v�rios jornais brasileiros, entre eles a Folha. Ele mant�m um contrato ativo com o UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha.
"O fato de ter encontrado com o ex-presidente � porque eu estava l�. O presidente n�o � meu headhunter. Ele fez uma palestra sobre Brasil para um monte de gente da Telef�nica. Eu estava l�, sentadinho como qualquer mortal", declarou Suassuna.
O empres�rio disse tamb�m que a Vivo ganhou mais de R$ 100 milh�es com o produto. Em nota, assessoria de Suassuna afirmou que a as acusa��es de Marco Aur�lio Vitale s�o "fruto de tentativa frustrada de chantagem junto aos executivos da empresa".
A Vivo disse, em nota, "que n�o houve interfer�ncia de quem quer que fosse para que a empresa fechasse acordo com a Editora Gol".
A defesa do Lula disse, em nota, que "jamais interferiu em qualquer ato comercial" de s�cios de seu filho F�bio Lu�s Lula da Silva.
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