Bolsonaros tentam indicar En�as her�i da p�tria, mas esbarram no PT
Alan Marques/Folhapress | ||
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Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo, fazem selfie com o agente Newton Ishii, o Japon�s da Federal |
A vontade de ter um her�i para chamar de seu virou pano de fundo para disputas na C�mara dos Deputados. No centro do embate est� o Livro dos Her�is e Hero�nas da P�tria, galeria com uma fila de candidatos que vai do m�dium Chico Xavier aos jogadores da Chapecoense mortos na queda de avi�o.
O livro, que existe fisicamente e fica no Pante�o da P�tria Tancredo Neves, na pra�a dos Tr�s Poderes, em Bras�lia, foi estreado em 1992 por Tiradentes, primeiro a ter o nome gravado nas p�ginas de a�o.
O cap�tulo mais recente da obra � protagonizado pelos deputados Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) e �rika Kokay (PT-DF). O parlamentar apresentou com o pai, o tamb�m deputado e pr�-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSC-RJ), proposta para incluir En�as Carneiro na rela��o.
A petista se alarmou e brecou a homenagem ao dono do bord�o "meu nome � En�as", que disputou de um jeito que pode ser considerado heroico tr�s elei��es presidenciais, fazendo campanha com m�seros segundos no hor�rio de TV. Eleito deputado federal em 2002 com recorde de votos na hist�ria do pa�s (1,74 milh�o), morreu em 2007.
Kokay diz nem questionar a princ�pio se o fundador do Prona se encaixa na defini��o prevista em lei para merecer a homenagem –o livro � para "registro perp�tuo do nome dos brasileiros e brasileiras ou de grupos de brasileiros que tenham oferecido a vida � p�tria, para sua defesa e constru��o, com excepcional dedica��o e hero�smo".
Ela at� acha que "o senhor En�as n�o preenche os requisitos", mas diz que qualquer proposta dos Bolsonaros esbarra "na vis�o distorcida deles" sobre hero�smo. "� uma proposi��o feita por quem vangloria torturadores."
Exemplo disso, segundo ela, foi a men��o de Bolsonaro pai � mem�ria do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, s�mbolo da repress�o durante a ditadura militar, ao votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff, em 2015.
"O reconhecimento dele [En�as] � pela intelectualidade", reagiu Bolsonaro filho durante discuss�o com Kokay, ao ouvir o argumento.
"N�o tem nada a ver com ditadura. � uma pessoa que se destacou desde jovem ao se dedicar aos estudos, [teve] uma vida dif�cil e provou que qualquer brasileiro pode alcan�ar grandes postos na sociedade."
A deputada pediu vista do projeto, que segue em debate na Comiss�o de Cultura —o relator, Diego Garcia (PHS-PR), vota pela aprova��o, mas outros integrantes, como Jean Wyllys (PSOL-RJ), s�o contr�rios.
Na mesma comiss�o, Bolsonaro pai e filho j� defenderam a proposta de tornar her�is pelo menos dois militares mortos em combate com guerrilheiros durante a ditadura.
Ao mesmo tempo, os dois parlamentares fazem press�o contra a inclus�o de Carlos Marighella e de Luiz Carlos Prestes na rela��o de homenageados. At� agora nem o guerrilheiro nem o l�der comunista tiveram a candidatura a her�i aprovada.
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