Opera��o se expande, mas Lava Jato paranaense reduz n�mero de fases
Avener Prado - 17.nov.2014/Folhapress | ||
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Superintend�ncia da PF em Curitiba, onde come�ou a Lava Jato |
A Opera��o Lava Jato pode derrubar neste ano mais um presidente, mas desta vez os holofotes n�o est�o em Curitiba ou no juiz Sergio Moro.
O n�cleo paranaense da investiga��o, que deu a partida � Lava Jato em mar�o de 2014, deflagrou menos fases da opera��o em 2017 em rela��o a anos anteriores e reduziu a repercuss�o de suas ofensivas.
A tend�ncia coincide com um per�odo de reorganiza��o da equipe da Pol�cia Federal que atuava exclusivamente no caso. O n�mero de delegados foi reduzido e a equipe anteriormente exclusiva foi incorporada a uma delegacia da superintend�ncia do Paran� voltada ao combate � corrup��o, em medida divulgada na semana passada.
A dire��o da PF e o delegado que coordena a Lava Jato no Estado, Igor Rom�rio de Paula, negam interfer�ncia pol�tica ou que a altera��o afete os trabalhos de apura��o.
Mas os procuradores da Rep�blica reclamaram e afirmaram, em nota, que o governo atual reduziu drasticamente o efetivo da PF na opera��o.
Neste ano, foram deflagradas quatro fases da Lava Jato "paranaense", ante nove no primeiro semestre de 2016. Na segunda metade do ano passado, foram sete.
Mais do que o n�mero de opera��es, mudou tamb�m o perfil dos alvos. Enquanto no ano passado a Lava Jato devassou a Odebrecht, maior empreiteira brasileira, o patrim�nio do ex-presidente Lula, e o financiamento do � �poca principal marqueteiro do pa�s, Jo�o Santana, neste ano os casos s�o desdobramentos de irregularidades na Petrobras levantadas em anos anteriores, como pagamento de propina a ex-executivos.
O valor das irregularidades apontadas, por�m, continua expressivo –mais de R$ 100 milh�es em uma das fases.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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O ANDAMENTO DA LAVA JATO 'ORIGINAL' N�cleo do Paran� tem menos fases em 2017 |
As principais decis�es de Moro em 2017 s�o de casos iniciados no ano passado, como condena��es do ex-deputado Eduardo Cunha e do ex-governador do Rio S�rgio Cabral, e a realiza��o do depoimento de Lula em uma a��o penal.
A Lava Jato paranaense vem gerando desdobramentos em s�rie pelo pa�s, como as opera��es relacionadas a Cabral no Rio e a dela��o dos irm�os Joesley e Wesley Batista, que amea�a tirar do poder o presidente Michel Temer. Esse acordo foi firmado diretamente no DF, pela Procuradoria-Geral da Rep�blica.
REFLEXOS
O procurador Deltan Dallagnol, da for�a-tarefa em Curitiba, diz que menos fases n�o significam necessariamente o encolhimento da opera��o e afirma que a intensidade do trabalho at� aumentou, com mais acordos internacionais de coopera��o.
Mas sustenta que existe um "sufocamento" da PF que afeta as opera��es. "Das �ltimas seis fases da Lava Jato [no Paran�], a Pol�cia Federal conseguiu produzir s� uma. Isso � um sintoma."
Ele diz que a dilui��o de inqu�ritos entre delegados sem especializa��o traz preju�zos.
Dallagnol aponta ainda como motivos para o menor n�mero de opera��es a quantidade de inqu�ritos que esbarraram em autoridades com foro e a dispers�o de investiga��es para outros Estados.
O delegado Igor Rom�rio de Paula afirmou a jornalistas na semana passada que a decis�o de incorporar os policiais da Lava Jato a uma delegacia espec�fica partiu da pr�pria equipe no Paran� e foi de "car�ter operacional".
Segundo ele, a PF adota com a Lava Jato um "formato de investiga��o permanente" e continua como o maior grupo de investiga��o do pa�s.
Com os desdobramentos da opera��o pelo Brasil, diz ele, a PF n�o tem como deslocar policiais para o Paran� como antes. "Os recursos eram todos direcionados para c� [anteriormente]. Hoje os recursos t�m que ser compartilhados com as unidades priorit�rias, e a gente tem que lidar com o que a gente tem dispon�vel."
PRINCIPAIS FRENTES
2016 - 1�.sem
Mossack Fonseca
Prendeu funcion�rios do escrit�rio panamenho que se tornou mundialmente conhecido meses depois pela abertura de offshores
Jo�o Santana
Prendeu o marqueteiro sob suspeita de receber dinheiro desviado pela Odebrecht e estaleiro Keppel Fels
Lula
Levou o ex-presidente para depor em apura��o sobre suposto beneficiamento por empreiteiras
Odebrecht
Fez buscas em setor que ficou conhecido como "departamento?da propina"
Empr�stimo com liga��o ao caso Celso Daniel
Prendeu o empres�rio Ronan Maria Pinto, de Santo Andr�, apontado como benefici�rio de pagamentos via PT
Gim Argello
Prendeu o ex-senador sob suspeita de proteger empreiteiros em CPI da Petrobras
2016 - 2�.sem
"Banco da propina" que atuava para a Odebrecht
Apurou a liga��o da empreiteira com uma institui��o sediada no Caribe
Queiroz Galv�o
Prendeu ex-diretores da empreiteira em investiga��o sobre o cartel na Petrobras
Eike Batista e Guido Mantega
Ap�s depoimento do ex-bilion�rio, prendeu o ex-ministro da Fazenda, que foi liberado horas depois. O caso ainda n�o virou a��o penal
Antonio Palocci
Prendeu o ex-ministro sob suspeita de receber propina da Odebrecht
Eduardo Cunha
Ap�s perder o foro privilegiado, o caso do ex-deputado foi enviado para Sergio Moro, que mandou prend�-lo
S�rgio Cabral
Em a��o conjunta com autoridades do Rio, prendeu o ex-governador
2017 - 1�.sem
Decano dos operadores
Prendeu Jorge Luz, conhecido como o mais antigo lobista na Petrobras
Sucessor de Pedro Barusco
Prendeu o ex-gerente da Petrobras Roberto Gon�alves, suspeito de receber propina no exterior
Executivos de �leo e G�s da Petrobras
Tr�s ex-gerentes da estatal suspeitos de receber mais de R$ 100 milh�es em propina foram detidos
Banqueiro
Na fase mais recente, em maio, a PF prendeu Jos� Augusto Ferreira dos Santos, que era dono do BVA, sob suspeita de receber propina de uma empresa que vendeu um campo de petr�leo na �frica � Petrobras
S�tio de Atibaia
Em um rescaldo da investiga��o de 2016, Lula foi novamente denunciado sob acusa��o de ser beneficiado por empreiteiras
Livraria da Folha
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