'Nunca houve propina de 5%; que maluquice � essa?', diz Cabral
Geraldo Bubniak - 10.dez.2016/Ag�ncia O Globo | ||
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Ex-governador do Rio de Janeiro S�rgio Cabral � levado � carceragem da PF em Curitiba |
O ex-governador do Rio S�rgio Cabral (PMDB) negou em depoimento nesta segunda-feira (10) ter cobrado 5% de propina sobre os grandes contratos do Estado, como acusa o Minist�rio P�blico Federal.
Em fala enf�tica ao juiz Marcelo Bretas, o peemedebista classificou a acusa��o como "maluquice". Cabral voltou a afirma que se apropriou de sobras de caixa dois de campanha. Mas negou ter dado contrapartida �s empresas que contribu�ram �s suas campanhas.
"Nunca houve propina. Houve apoios. Vejo que o Minist�rio P�blico sempre fala de delatores que se referem a 5%. Nunca houve 5%. Que 5% � esse? Que 5% era alguma coisa que vigia no governo S�rgio Cabral. Que maluquice � essa? O Minist�rio P�blico tem sido injusto em rela��o a isso", disse o ex-governador.
O ex-governador classificou ainda o trecho da dela��o premiada da Andrade Gutierrez que gerou sua condena��o em Curitiba como "completamente mentirosa e estapaf�rdia". Executivos da empreiteira afirmaram que ele recebeu R$ 2,7 milh�es referentes a obras do Comperj.
Foi a primeira vez que o peemedebista respondeu �s perguntas do juiz. Nos dois primeiros depoimentos -um a Bretas e outro a S�rgio Moro–, ele s� atendeu aos questionamentos da defesa. A mudan�a faz parte de nova estrat�gia de defesa, que inclui um pedido de novo interrogat�rio num dos processos.
Cabral dep�s em processo em que � acusado de lavagem de dinheiro por meio de concession�rias de carro. Resultado da Opera��o Mascate, a a��o penal trata da atua��o de Ary Ferreira da Costa Filho, ex-assessor do peemedebista.
O peemedebista negou que tenha responsabilidade sobre a movimenta��o financeira do ex-assessor. Em depoimento, Filho declarou que recebeu entre R$ 9 milh�es e R$ 10 milh�es de sobras de caixa dois, com os quais adquiriu im�veis.
Cabral n�o reconheceu ter repassado todo esse valor. "Ap�s a campanha, pode ter havido algum pagamento. Mas esse valor eu n�o reconhe�o. Talvez menos que 15% disso", afirmou ele.
O peemedebista indicou tamb�m que deve buscar responsabilizar assessores pela arrecada��o de dinheiro supostamente sem seu conhecimento. Ao negar saber dos repasses das concession�rias de carro � empresa de Carlos Emanuel Miranda, seu ex-assessor, ele disse que seu nome pode ter sido usado.
"Muitas vezes, n�o estou dizendo que � o caso, assessores muito pr�ximos usam nomes do governador, do prefeito, do presidente da Rep�blica, de um juiz, de um ministro do Tribunal de Justi�a, do STJ, do STF. Fui chefe de dois poderes e [sei que] isso � poss�vel", disse o peemedebista.
R�u em 12 a��es penais, Cabral dep�e mais duas vezes esta semana. Vai falar em processos que tratam da movimenta��o financeira no pa�s feita pelos doleiro Renato e Marcelo Chebar e da suposta propina paga pelo empres�rio Eike Batista.
SUPERMERCADO
Em seu depoimento, Ary Filho inclui mais uma empresa n�o citada na Opera��o Lava Jato no esquema Cabral. Ele disse que o Supermercado Prezunic e a cervejaria Itaipava (j� citada em outras investiga��es) repassaram R$ 5 milh�es em dinheiro vivo �s campanhas do ex-governador.
O peemedebista confirmou que elas contribu�ram para as disputas eleitorais, mas n�o confirmou os valores. Mas negou que tenha dado contrapartida �s empresas, citando inclusive multas aplicadas a elas pela Secretaria de Fazenda.
"Basta o governante ter o discernimento de um momento do outro", disse Cabral, sobre os momentos de pedir ajuda eleitoral e tomar decis�es administrativa.
Em nota, o Cencosud, "empresa detentor da Prezunic desde 2012, quando assumiu a opera��o desta rede no Rio, desconhece qualquer pagamento feito de forma irregular e est� � disposi��o das autoridades para qualquer esclarecimento adicional que se fa�a necess�rio".
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