Empresas de �nibus pagaram R$ 500 milh�es em propina, diz Procuradoria
Jos� Lucena/Futura Press/Folhapress | ||
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Movimenta��o na sede da Pol�cia Federal, no Rio, durante a Opera��o Ponto Final |
As empresas de �nibus do Rio distribu�ram, de acordo com o Minist�rio P�blico Federal, cerca de R$ 500 milh�es de propina para pol�ticos entre 2010 e 2016.
O valor � quase o dobro do movimentado pelos alvos da Opera��o Ponto Final, deflagrada na manh� desta segunda-feira (3) para cumprir 11 mandados de pris�o preventiva e tempor�ria.
"� um dos esquemas criminosos mais antigos do Rio, e um dos mais mal�ficos, por atingir a popula��o de baixa renda", afirmou o procurador Eduardo El Hage.
De acordo com as investiga��es, a propina paga a agentes p�blicos vinculados ao ex-governador S�rgio Cabral (PMDB) receberam cerca de R$ 260 milh�es neste per�odo –dos quais R$ 122 milh�es para o peemedebista, segundo as investiga��es.
Os cerca de R$ 240 milh�es restantes foram pagos a autoridades com foro privilegiado, cujos nomes n�o foram revelados.
O detalhamento da propina foi feito pelo doleiro �lvaro Novis, que teve a dela��o premiada homologada pelo Superior Tribunal de Justi�a. Ele era o respons�vel por gerenciar o pagamento de propina.
O grupo de Cabral mantinha o dinheiro na transportadora de valores Trans-Expert, j� citada na Opera��o Calicute, que prendeu o peemedebista, em 2016. De acordo com os investigadores, a empresa era a respons�vel por recolher o dinheiro, onde o ex-governador permanecia com um cr�dito. Novis era um dos respons�veis por controlar a atribui��o dos recursos aos seus respectivos donos.
Outra transportadora de dinheiro foi citada pelos procuradores. De acordo com eles, a Prosegur passou tamb�m a prestar os mesmos servi�os, principalmente ap�s a pris�o de Novis em 2015, numa das fases da Lava Jato.
As duas empresas eram respons�veis por movimentar o dinheiro vivo usado para pagar propinas.
A Pol�cia Federal afirmou que encontrou na casa de Octac�lio de Almeida Monteiro, presidente da Rio �nibus (sindicato das empresas do setor na capital) tamb�m preso, R$ 1 milh�o em dinheiro vivo. O empres�rio Jacob Barata Filho foi detido no domingo (2) com R$ 50 mil em esp�cie.
PR�MIOS
Hage afirmou que Cabral recebia "pr�mios" ap�s decis�es que beneficiassem as empresas do setor. Citou, al�m de reajustes tarif�rios, benef�cios fiscais, como o desconto do IPVA. A Folha revelou que a decis�o para reduzir a al�quota de cobran�a sobre �nibus tramitou por apenas um dia no governo do Estado.
"Est� em investiga��o um aumento acima do esperado pelos relat�rios t�cnicos. Era esperado um reajuste de 2% e foi concedido 7%", disse a procuradora Marisa Ferrari.
Um dos detidos � o ex-presidente do Detro (Departamento Estadual de Transporte Rodovi�rio) Rog�rio Onofre. Ele foi preso numa casa de luxo em Jurer� Internacional, em Florian�polis (SC).
Tamb�m foram presos preventivamente L�lis Marcos Teixeira (presidente da Fetranspor), Marcelo Tra�a Gon�alves (vice-presidente da Fetranspor), Jo�o Augusto Morais Monteiro (empres�rio do setor), Cl�udio S� Garcia de Freitas, David Augusto Sampaio e Carlos Roberto Alves e En�as Bueno.
Paulo Lisboa -27.abr.2017/Brazil Photo Press/Folhapress | ||
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O ex-governador S�rgio Cabral e a mulher, Adriana Ancelmo |
OUTRO LADO
A Fetranspor afirmou em nota que "colabora com as autoridades policiais e est� � disposi��o da Justi�a para os esclarecimentos necess�rios".
A defesa do ex-governador afirmou "que n�o houve qualquer pagamento vinculado ao aumento das tarifas de �nibus no Rio de Janeiro".
"Durante o governo Cabral, o Rio foi o Estado que menos aumentou a tarifa na regi�o Sudeste e que criou o Bilhete �nico, barateando a tarifa para o usu�rio. N�o se pode afirmar nada baseado �nica e exclusivamente na
palavra de um delator, sem nenhuma prova", diz a nota da defesa de Cabral.
As defesas dos demais suspeitos n�o se pronunciaram.
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