PPS mant�m apoio ao governo Temer, diz Roberto Freire
Bruno Poletti/Folhapress | ||
O ex-ministro da Cultura Roberto Freire, que deixou o cargo na tarde de quinta-feira (18) |
Ministro da Cultura at� a tarde de quinta-feira (18), Roberto Freire, presidente licenciado do PPS � categ�rico ao dizer que seu partido n�o se tornou oposi��o ao governo de Michel Temer.
"Este epis�dio em nada modifica a pol�tica que o partido vinha tendo de apoio � transi��o, ao governo de transi��o, e, em especial, completa participa��o e apoio nas reformas propostas pelo governo de transi��o", disse Freire � Folha na tarde desta sexta-feira (19).
A posi��o confronta nota divulgada na quinta pelo presidente em exerc�cio da legenda, Davi Zaia, que afirmou que "o PPS decidiu deixar o governo federal".
Freire afirmou que seu posicionamento de entregar o cargo foi pol�tico e teve como objetivo demonstrar que defendia a sa�da de Temer.
"Em fun��o da governabilidade, talvez fosse interessante que cri�ssemos um governo a partir da elei��o indireta do Congresso Nacional, nos termos da Constitui��o", disse Freire.
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Como est� o PPS neste contexto de crise?
Este epis�dio em nada modifica a pol�tica que o partido vinha tendo de apoio � transi��o, ao governo de transi��o, e, em especial, completa participa��o e apoio nas reformas propostas pelo governo de transi��o.
Ent�o, o PPS n�o est� deixando a base do governo?
N�o, n�o, n�o. Entregou o cargo, tem uma postura de independ�ncia, mas o compromisso com a transi��o, com o processo p�s-impeachment permanece inalterado e, mais especialmente ainda, o apoio �s reformas propostas pelo governo de transi��o.
E de onde surgiu ent�o esta avalia��o de que o PPS estava deixando a base aliada?
N�o � a avalia��o. At� porque o partido n�o fez nenhuma reuni�o para mudar a posi��o que o diret�rio tinha adotado.
Daniel Carvalho/Folhapress | ||
Carta de demiss�o do ex-ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS) |
Dentro deste contexto, como se explica a entrega de seu cargo?
Simplesmente porque havia uma diverg�ncia em rela��o ao enfrentamento da crise. A posi��o que n�s percebemos � que, continuar como est�, estamos correndo o risco de ingovernabilidade e isso n�o � bom para o governo de transi��o.
Mas por que o PPS resolveu entregar um minist�rio e n�o o outro?
Eu entreguei. Mas n�o mandou sair do governo, entregar os cargos. Quando resolvemos sair do governo, a gente entregou todos os cargos, como foi o caso do [governo] Lula em 2004. Como o ministro n�o quis sair, a gente entregou com tudo, mandou o ministro embora.
Agora foi um posicionamento pessoal do senhor?
N�o. [Foi um posicionamento] pol�tico do partido no entendimento do enfrentamento da crise. Acho que n�o estamos enfrentando bem isso, inclusive em rela��o � quest�o da governabilidade. Mas isso foi o que justificou o ato. Mas o partido n�o modificou a posi��o. N�s ach�vamos que, em fun��o da governabilidade, talvez fosse interessante que cri�ssemos um governo a partir da elei��o indireta do Congresso Nacional, nos termos da Constitui��o. Essa � uma diferen�a em rela��o ao caminho que o governo tomou.
Como foi um entendimento diferente, o senhor tomou esse posicionamento...
�. Mas o partido n�o mudou em nada. N�o vai se associar �quelas for�as pol�ticas que foram derrotadas com o impeachment da Dilma. N�o tem nada disso, que fique bem claro. As pessoas est�o confundindo. A discord�ncia existiu e foi expressada pelo meu ato.
Por que n�o entregar o outro minist�rio [da Defesa]?
Houve uma discuss�o inclusive com o presidente e as For�as Armadas que n�o era uma �rea que entrasse neste tipo de contesta��o. At� porque ele [o ministro Raul Jungmann] n�o foi indicado pelo partido. Ele tinha um relacionamento com as For�as Armadas. A sa�da minha j� respondia a nossa diverg�ncia, a nossa contrariedade em rela��o � determinada pol�tica.
Como foi sua conversa com o presidente?
Foi muito boa, muito respeitosa, como sempre. Ele entendeu, tanto � que sa�. Est� tudo bem.
O sr. acredita que, neste momento, a governabilidade est� mantida?
Parece que o governo conseguiu deter um pouco aquilo que ontem foi muito preocupante. Vamos ver. Estamos torcendo para que isso ocorra.
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