Leia na �ntegra a conversa entre o presidente Temer e Joesley Batista
Eraldo Peres/Associated Press | ||
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Presidente Michel Temer, gravado em conversa com Joesley Batista, dono da JBS |
O STF (Supremo Tribunal Federal) divulgou no final da tarde desta quinta (18) o �udio da conversa entre o presidente Michel Temer e Joesley Batista, dono do frigor�fico JBS.
O di�logo tem cerca de 38 minutos e sua grava��o comp�e o conjunto de provas que o empres�rio ofereceu no seu acordo de dela��o premiada com a Procuradoria-Geral da Rep�blica.
Entre os assuntos tratados entre os dois est�o medidas para conter a Lava Jato e a compra do sil�ncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha, preso em Curitiba na Opera��o Lava Jato.
Michel Temer fez um pronunciamento na tarde desta quinta e disse que n�o vai renunciar ao cargo e que n�o agiu para comprar o sil�ncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conforme relatou Joesley em dela��o.
Temer chamou as grava��es de "clandestinas", afirmou que n�o tem "nada a esconder" e que, por isso, n�o precisa de foro privilegiado.
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Abaixo a �ntegra do di�logo.
Joesley - [trecho inaud�vel] Tudo bem?
Temer - Voc� est� morando fora do Brasil? Soube que voc� est� morando fora. T� nos Estados Unidos?
Joesley - T� ficando muito. A maior parte � l�. Como t� a correria?
Temer - (Trecho inaud�vel) Eu era t�o feliz. Estou fazendo dez meses, parece que foi ontem. Tem a oposi��o. Lan�aram o golpe, golpe, golpe, depois passou. (Diziam que) A Economia n�o vai dar certo. Come�ou a dar certo. Ent�o, os caras (oposi��o) est�o num desespero. Ainda bem que eu tenho apoio do Congresso. Se eu n�o tenho apoio do Congresso, eu t� ferrado. Mas vai dar certo, vamos atravessar isso a�, voc� vai ver. Vamos chegar no final deste ano j� muito melhor. E 2018 vamos comemorar.
Batista - Com certeza. � isso mesmo. Sabe que n�s vamos chegar no fim deste ano olhando pra frente mais animados.
Temer - J� come�ou. Modestamente, mas j� come�ou (o �nimo).
Batista - Muito r�pido.
Temer - Seis meses como titular e olha o que j� fizemos: aprovamos o teto dos gastos, a DRU (Desvincula��o de Receitas da Uni�o), reforma do ensino m�dio, a admissibilidade da (reforma) Previd�ncia, grande acordo na reforma trabalhista, que foi o acordado sobre o legislado.
Batista - Muito r�pido. Economia t� bem, mas tem que baixar o juro r�pido, porque a revers�o da expectativa foi muito r�pida.
Temer - (inaud�vel) Desce mais um (ponto) e vai descendo responsavelmente.
Batista Voc� sempre tem que deixar o mercado com a sensa��o de que foi pouco. Tem que ficar na sensa��o... N�o pode tomar a dianteira. O BC baixou 25 (pontos base), depois 25 (pontos base). A� quando deu aqueles 75, o mercado deu uma animada, mas j� esperava 1 (100 pontos base). Depois d� 1 e acha pouco, pede 1,5 (150 pontos base).
Batista - Presidente, deixa eu te falar. Primeiro, eu vim aqui por dois ou tr�s motivos. Primeiro que eu n�o tinha te visto desde que quando voc� assumiu.
Temer - Quando eu assumi n�o.
Batista - Antes de assumir. Estive no seu escrit�rio dez dias antes quando, tava ali naquela briga, naquela guerra nas redes sociais. Neg�cio de golpe, etc. De l� pra c�, vinha falando com o Geddel, enfim...
Temer - Deu aquele problema... Um idiota (ex-ministro da Cultura Marcelo Calero), uma bobagem que ele fez... Sem consequ�ncia nenhuma, ele aproveitou pra fazer um carnaval.
Batista - Andei falando com o Padilha, mas ele adoeceu, ficou adoentado... Ent�o eu pensei: "deixa eu ir l� dar uma..." Primeiro, dizer o seguinte: "tamo junto". O que o senhor precisar de mim, o senhor me fala. E tamb�m te ouvir um pouco, presidente. Como � o que senhor est� nessa situa��o toda de Eduardo (Cunha), n�o sei o que?
Temer - Eduardo resolveu me fustigar. Voc� viu que... O Moro indeferiu 21 perguntas dele que n�o tinha nada a ver com a defesa dele. Era pra me trolar. Eu n�o fiz nada (inaud�vel) no Supremo Tribunal Federal.
Batista - Eu, o que ia falar, assim, dentro do poss�vel, eu fiz o m�ximo que deu ali, zerei tudo o que tinha de alguma pend�ncia daqui para ali, zerou tudo, liquidou tudo. E ele foi firme em cima. Ele j� tava l�, veio, cobrou, tal, tal, tal. Pronto. Acelerei o passo e tirei da fila. O �nico companheiro dele que est� aqui, porque o Geddel sempre estava, Geddel andava sempre ali, mas o Geddel, com esse neg�cio, perdi o contato, eu n�o posso...
Temer - � complicado...
Batista - E eu n�o posso encontrar ele.
Temer - (Inaud�vel) n�o parecer obstru��o de justi�a.
Batista - Isso isso. O neg�cio dos vazamentos do telefone l� do Eduardo com Geddel volta e meia citava algo meio tangenciando a n�s. Eu t� l� me defendendo. Como � que eu... O que eu mais ou menos me dei conta de fazer at� agora? Eu to de bem com o Eduardo...
Temer - Tem que manter isso, viu? (Inaud�vel)
Batista: Todo m�s
Temer - (Inaud�vel) Tamb�m... t� segurando as pontas, t� indo, t� meio enrolado aqui no processo.
Temer - (Inaud�vel)
Batista - �, sou investigado. Eu n�o tenho ainda a den�ncia. Aqui, eu dei conta de um lado do juiz, dar uma segurada. Do outro lado, um juiz substituto.
Temer - Que t� segurando os dois.
Batista - Segurando os dois... �, eu consegui um procurador dentro da for�a-tarefa.
Temer - Que t� l�...
Batista - Que tamb�m t� me dando informa��o. E eu l� que t� para dar conta de trocar o procurador que t� atr�s de mim. se eu der conta, tem um lado bom e um lado ruim. O lado bom � que d� uma esfriada at� o outro chegar e tal. O lado ruim � que se vem cara com raiva ou com n�o sei o qu�...
Temer - (Inaud�vel)
Batista - O que t� me, me...
Temer - Ajudando?
Batista - N�o, o que t� me ajudando t� bom, beleza. Agora o principal � o que t� me investigando. Consegui colocar um no grupo. Agora t� tentando trocar...
Temer - O que t� em cima de voc�.
Batista - Isso.. estamos nessa. Ele saiu de f�rias. At� nessa semana fiquei preocupado que saiu um burburinho que iam trocar ele. Eu fiquei com medo. T� contando essa hist�ria pra te dizer que eu t� me...
Temer - Se mexendo.
Batista - Me defendendo, me segurando. Os dois l� se mantendo, tudo bem, mas � um (inaud�vel). O Geddel tava aqui, aquele neg�cio da anistia quase n�o deu.
Temer - (Inaud�vel) Mas se todos fizerem isso, (inaud�vel)
Batista - (Inaud�vel) Sabe que eu estive at� com presidente Lula na (inaud�vel), l� no dia que o PT (Inaud�vel)
Temer - (Inaud�vel)
Batista - Presidente, eu n�o sei o quanto o senhor est� ao par, assim, de como (inaud�vel) � uma brutalidade, um neg�cio
Temer - (Inaud�vel)
Batista - Duas ou tr�s semanas atr�s, outro que eu nunca ouvi falar A menina que trabalhava com L�cio no financeiro, nunca ningu�m nosso nunca viu nada. "Ah porque ouvi falar do L�cio que nao sei o qu�"... P�, me rendeu um Fant�stico, um Jornal Nacional, uma confus�o...
Temer - (Inaud�vel)
Batista - Ainda bem que tenho boa rela��o com a imprensa e consegui rapidamente... aquietou.
Temer - (Inaud�vel)
Batista - Sobre esse ponto, estamos tocando.
Temer - (Inaud�vel)
Batista - T� fazendo 50 mil por m�s pro rapaz (Inaud�vel) e me d� informa��o.
Temer - (Inaud�vel)
Batista - (Inaud�vel) reuni�o, falou isso, falou daquilo. O brabo �... Enfim, mas vamos l�. Queria falar como � que �, pra falar contigo, qual melhor maneira, porque eu vinha falando atrav�s do Geddel, eu n�o vou lhe incomodar, evidentemente
Temer - (Inaud�vel)
Batista - Eu sei disso, por isso � que..
Temer - (Inaud�vel) � o Rodrigo (Rocha Loures, deputado federal).
Batista - � o Rodrigo? Ent�o �timo.
Temer - (Inaud�vel) passar para o (Henrique) Meirelles (inaud�vel) da mais estrita confian�a.
Batista - Prefiro combinar assim, se for alguma coisa que eu precisar eu falo com o Rodrigo, se for assunto desses a�
Temer - (Inaud�vel)
Batista - Funciona super bem, posso vir onze da noite, converso dez minutinhos, meia horinha e vou embora. T�, vamos falar de outra coisa.
Batista - E o Henrique, como voc� t� com o Henrique?
Temer - T� muito bem.
Batista - Tranquilo?
Temer - (Inaud�vel) Quer dizer, ele concorda quando eu digo, '� Meireles, n�o porque vai
acontecer isso aqui'. 'Tem raz�o.' A� ele faz o que eu (inaud�vel) muito bem.
Batista - Ele � trabalhador.
Temer - Trabalhador. N�s todos. O que a gente fez com o Brasil � inacredit�vel, inacredit�vel. Mas o Henrique vai muito bem comigo, eu chamo ele todo dia pra trabalhar.
Batista - E ele gosta.
Temer - Ele gosta.
Batista - Ele gosta de trabalhar. Voc� n�o chama ele pra ir pra praia. Se voc� for pra praia e chamar ele, iiiih.
Temer - N�o tem gra�a.
Batista - Se falar, vamo trabalhar. E o Henrique � muito disciplinado, l�gico. Rela��o �tima com ele. Eu j� andei falando com ele alguns assuntos, conhecendo ele. Ele � pra caramba. Um dia eu falei com ele, 'ministro, e o nosso lado no BC ah, e tal'. Ele: N�o, aquilo l� o Ilan faz as coisas' e tira fora. 'Mas n�o � voc� que manda nessa merda?' 'N�o, o Ilan l�.'
Temer - (Inaud�vel) o Ilan
Batista - Ent�o, a� que eu quero. Um dia eu falei assim, 'Henrique, precisa mexer na Receita Federal, porra. Esse Rachid (Jorge Rachid, secret�rio da Receita) a� t� tanto tempo a�. Bota um outro cara a�, mais din�mico, p�. Um monte de coisa pra fazer'. 'Ih, n�o, n�o posso mexer.' A�, beleza. N�o, beleza o planejamento. 'Foi voc� que colocou a Maria Silva l�.' 'N�o, n�o, n�o, isso foi o Juc�, eu'
Temer - (Inaud�vel) Ligou, acertou e tal.
Batista - Queria ter alguma sintonia contigo pra quando eu falar com ele, ele n�o jogar: 'Ah, n�o, o presidente n�o'
Temer - N�o deixa
Batista - 'N�o deixa, n�o quer'. P� Henrique, (inaud�vel) voc� n�o manda porra Eu falei com ele, do Cade. O presidente do Cade ia mudar, n�? Mudou. Sei l�. Botou algu�m a�.
Temer - J� mudou.
Batista - J� mudou, j� botou. Ei, p�. Presidente do Cade, tem que botar "Ah, isso a�..." Quero dizer o seguinte, resumindo: eu tamb�m n�o sei se � hora de mexer alguma coisa porque dentro do contexto geral, tamb�m n�o quero importunar ele, tamb�m... Se eu for mais, eu trabalhei com ele quatro anos, se eu for mais firme nele, p� Henrique... Eu acho que, acho que ele corresponde
Temer - Ele (inaud�vel) Bras�lia tem (inaud�vel) maiores na vida dele, pra mim, foi eu e voc�.
Batista - Eu sei disso. At� voltando um pouco ao caso do Eduardo, na �poca, de "ah, briguei l� e tal pra". �, agora tem que ver se, enfim. Tudo bem. A� ele, uns 15 dias antes dele (inaud�vel) Eduardo Cunha, vem dar uma 'afobadazinha' em mim: "�, agora tem que trabalhar, n�o sei o que tal". "Eduardo, n�o � assim tamb�m, pera�, n�o � assim n�o." "Mas puta que o pariu." A�, Eduardo Uns 15 dias antes, eu: "Eduardo, n�o � assim n�o, pera�, p�". "P�, t� com a Ferrari a�?" Porque ele tinha interesse, ficou Fazenda, Banco Central Banco Central perdeu o status de ministro, n�? O Henrique ficou muito prestigiado... Pera�, o Henrique tamb�m n�o vai sair fazendo... Queria s�, n�o sei se eu, te dar um toque em rela��o a isso. Em rela��o a, eu n�o sei o quanto eu vou mais firme no Henrique, o quanto eu deixo ele com essa pepineira dele a� e tal.
Temer - Se ele, (inaud�vel) est� errado.
Batista - Se ele jogar pra cima de voc�, eu posso bancar? Dizer assim "n�o, n�o qualquer coisa eu falo com ele."
Temer - (Inaud�vel) fazendo escondido (inaud�vel).
Batista - Ah, ent�o. L�gico, l�gico. Eu n�o vou falar nada descabido. Agora, esse presidente do Cade isso seria � important�ssimo ter um presidente do Cade ponta firme.
Temer - (Inaud�vel) foi nomeado?
Batista - J� foi, j� foi, j� foi. Em janeiro agora. Eu falei pra ele. Foi nomeado o presidente.
Temer - (Inaud�vel) conversa franca
Batista - Eu n�o sei. Por exemplo, agora est� o presidente da CVM para trocar, � outro lugar fundamental. Eu queria assim.
Temer - Voc� devia falar com ele
Batista - Se eu falar com ele, e ele empurrar pra voc�, eu poder dizer n�o n�o, n�o
Temer - N�o, pode fazer.
Batista - � s� isso que eu queria, ter esse alinhamento. Pra gente n�o ficar e pra ele perceber que n�s temos
Temer - (Inaud�vel)
Batista - Uhum, uhum. Quando eu digo de ir mais firme no Henrique � isso, � falar "Henrique, voc� vai levar, vai fazer isso? Ent�o t� bom". Porque a� ele vem Ent�o pronto, � esse alinhamento s� que eu queria ter.
Temer - Pode fazer isso.
Batista - E todos os, em termos mais amplos, gen�ricos, ter esse alinhamento pra dizer o
seguinte, quando eu falar um neg�cio, porra, pelo menos vai l� e consulta, vai ver. Eu queria te dizer o neg�cio do BNDES l�, daquela opera��o, o Geddel me falou que teve todo o empenho e esfor�o.
Temer - (Inaud�vel)
Batista - N�o deu de um jeito, mas deu de outro e pronto.
Temer - (Inaud�vel) eu chamei e ela veio me explicar (inaud�vel) jeito e deu certo.
Batista - O BNDES t� bem travado. Esse neg�cio � outra (corte) influ�ncia Hoje com quem que a Maria Silva t� falando com quem? T� problem�tico.
Temer - (Inaud�vel) Tem servidores l� que est�o com os bens indispon�veis. N�o pode mexer, eles t�m medo de mexer em qualquer coisa. T� com um verba de R$ 150 bilh�es parada. (corte) Mas isso a� do Meirelles pode falar.
Batista - Isso que eu quero. E se ele escorregar eu digo
Temer - Consulte-o. Consulte o presidente.
Batista - Geddel voc� tem visto ele?
Temer - Falou comigo hoje, por telefone. (inaud�vel) uma raz�o (inaud�vel)
Batista - Exatamente. Como vai financiar 2018?
Temer - N�o sei. (Inaud�vel) Acho que quando melhorar bem a economia, muda.
Batista - Com certeza. Casa que falta p�o n�o tem le�o. N�o � assim? N�o tem nenhum rem�dio melhor do que as coisas bem, financeiramente. Todo o mundo acalma. No TSE, como � que t�?
Temer - Tudo bem (inaud�vel) foi um tro�o meio maluco. Mas eu acho que n�o passa o neg�cio da minha cassa��o porque eles t�m uma consci�ncia pol�tica (corte). Porra, mais um presidente? Primeiro (inaud�vel). Terceiro, a improced�ncia da a��o. (Inaud�vel) E tem recurso, no TSE, no Supremo. (corte) E at� l� j� terminou o mandato.
Batista - Ent�o t� bom. Puta que o pariu.
Temer - Os aborrecimentos que voc� est� tendo tamb�m.
Batista - Ah, � duro, n� � presidente? Igualzinho o senhor aqui tamb�m, n�? A gente fica equilibrando aqueles pratos. Mas n�o temos s� isso. Tem a empresa, tem o concorrente, tem os Estados Unidos, tem o dia a dia, tem a empresa. E tem que parar por conta de resolver coisas. Eu falo l� pro procurador, "� doutor procurador, o senhor quer me investigar n�o tem problema, mas n�o fica dando solavanco, n�o. N�o fica dando solavanco e fazendo medidas destemperadas, e divulgando pra imprensa. � Doutor, eu posso estar certinho, mas vou chegar l� morto, de tanto solavanco que o senhor d�. Se eu tiver 100% certo,
eu morro. Para com isso". Da �ltima vez eu at� falei, "Faz um favor pra mim, me den�ncia de alguma coisa". "Mas eu n�o tenho nada pra te denunciar." "Mas inventa, inventa. Me denuncia. Que eu n�o aguento, se ficar desse jeito, senhor vai me quebrar." Puta que o pariu, eu sei que � o seguinte. Mas tudo bem, n�s somos do couro grosso.
Temer - Isso vai passar, viu, n�o vai ficar a vida toda assim.
Batista - Tem que Como se diz. (corte) Menos p� no ch�o tamb�m, l�gico, passado � passado. T� faltando talvez, presidente, quando tava ali falando de anistia, o neg�cio da autoridade, a gente t�nha uma coisa objetiva para lutar pelo o que. Estamos lutando, trabalhando... (corte) A gente tinha que pensar, porque se n�o for atr�s de algo, esses meninos, eles n�o tem ju�zo, eles n�o param. Um delata um, que delata o outro, que delata um, que delata o outro. Dela��o sem verdade, que n�o precisa provar nada.
Temer - �, �.
Batista - � o seguinte, eu at� perdoo, j� teve uns quatro ou cinco que delatou n�s, coisa
estapaf�rdia, como o S�rgio Machado. Eu nunca vi esse cara na vida. (cortes) Eu vi o v�deo, eu fico pensando que fala assim: 'fala da a� da JBS', n�o, eu n�o tenho nada', 'ah, ent�o vai preso, ent�o vai embora'. "Mas eu n�o conhe�o esse povo... 'n�o, lembra
se n�o, n�o fecha'.
Temer - �, �.
Batista - Eu vi o v�deo de um pobre coitado do S�rgio que eu nem conhe�o, comemorando o �ltimo cap�tulo, da JBS. Ele decorou, leu um papelzinho l�, tal tal tal... Quando acabou, ah, acabou!.
Temer - O S�rgio Machado?
Batista - �, fala de JBS (corte). N�s nunca passamos perto da Petrobras... da Transpetro.
Nunca vi Sergio Machado na vida, nem ele, nem os filhos dele, nada. Mas a� o procurador vira 'fala, se n�o...'
Temer - Quer se livrar, fala.
Batista - Lembra de alguma coisa.
Temer - Acho que foi gravado pra poder convencer os procuradores a aceitar (inaud�vel).
Batista - Eu fico imaginando. Teve um menino, uma dessas opera��es, que tava preso. Ele teve que falar alguma coisa nossa. Ele contando, � de dar d� do cara. Gente, voc�s n�o sabem, eu fiquei 15 dias humilhado na cadeia porque eu n�o tinha nada para falar. E foi, foi, foi, eu falei. De tudo o que aconteceu conosco at� agora, tem s� um tal dum PIC, que � um procedimento investigativo criminal. N�o tem nada, uma prova, n�o tem um dinheiro meu no exterior que eu depositei. No dia que aconteceu eu estava nos EUA e liguei para o meu advogado. Que que � isso? Ele tamb�m n�o sabia, n�o � criminalista. E disse que o delegado disse que n�o precisava se preocupar, � um PIC. Meia hora depois falou: bloqueou as contas. Hein? Mais meia hora, �, os bens t�o bloqueados. Mais meia horinha disse �, t�o recolhendo os passaportes, n�o pode viajar. T� louco? Daqui a pouco com PIC estou � preso. Foi onde corri l� no Procurador, dei um seguro garantia de R$ 1,5 bilh�o e pronto, resolveu o meu problema. Voc� imagina se eu n�o consigo fazer um neg�cio desse? � muito desproporcional. Ent�o eu acho, presidente tem que criar alguma agenda, alguma coisa. Eu tava lendo o PSDB, agora est�o se mexendo.
Temer - (Inaud�vel)
Batista - Presidente, n�o vou tomar mais seu tempo, n�o. Obrigado, adorei te ver.
Temer - Bom te ver a�.
Batista - N�s estamos combinando o seguinte. Primeiro, precisando de alguma coisa me fala, viu? Fica � vontade. Segundo, estamos l� nos defendendo. Terceiro, o neg�cio do Henrique, �timo. E enfim, se surgir alguma (inaud�vel). Eu gostei desse jeito aqui, viu? Eu venho dirigindo, nem vim com motorista, eu n�o dirijo.
Temer - Ah, voc� veio sozinho?
Batista - Eu tinha combinado de vir com ele. Eu vim sozinho. Mas a� eu liguei pra ele era 11h30. Da� deu 9h50 mandei mensagem para ele. N�o respondeu. Deu 10h05 liguei para ele. Ele disse p�, estou num compromisso, vai l�, passei a placa do carro. Fui chegando, eles abriram. Nem deu meu nome. Fui chegando, eles viram a placa do carro e abriram. Entrei, entrei aqui na garagem. Funcionou super bem. O senhor n�o vai mudar para o outro?
Temer - Mudei pro outro, fiquei uma semana l�. (Inaud�vel) Tem oito, dez dormit�rios, tem
cozinha, tem (inaud�vel). A Marcela t� acordada. Vamos voltar? Fui para a Bahia tr�s dias, n�o aguentei. (Inaud�vel)
Batista - L� � muito frio, aqueles vidr�o. Como a Dilma aguentava ficar sozinha l�? Deixa
eu ir embora que j� � tarde. Estou bem. Deixa eu pegar... (Inaud�vel).
Temer - Voc� emagreceu.
Batista - Reeduca��o alimentar. T� me alimentando bem, comendo coisa mais saud�vel, menos doce, menos industrializado.
Livraria da Folha
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