Bolsonaro era agressivo e tinha 'excessiva ambi��o', diz ficha militar
Lincon Zarbietti - 19.jan.2017/O Tempo/Folhapress | ||
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O deputado Jair Bolsonaro, em formatura de soldados da Policia Militar de Minas, em Belo Horizonte |
Documento sigiloso produzido pelo Ex�rcito na d�cada de 1980 mostra que oficiais superiores do hoje presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSC) o avaliaram como dono de uma "excessiva ambi��o em realizar-se financeira e economicamente".
A avalia��o foi protocolada sob sigilo, em 1987, no gabinete do ent�o ministro do Ex�rcito, Leonidas Pires Gon�alves, durante um processo a que Bolsonaro foi submetido no Conselho de Justifica��o (esp�cie de inqu�rito).
Conforme a Folha divulgou nesta segunda-feira (15), no processo Bolsonaro reconheceu ato de indisciplina e deslealdade por ter divulgado um texto, sem autoriza��o de seus superiores, com pedido de aumento salarial. Ele foi condenado pelos tr�s coron�is que compunham o conselho mas, ap�s um recurso, conseguiu a absolvi��o no STM (Superior Tribunal Militar).
Segundo a "ficha de informa��es" produzida em 1983 pela Diretoria de Cadastro e Avalia��o do minist�rio, Bolsonaro, na �poca tenente com 28 anos de idade, "deu mostras de imaturidade ao ser atra�do por empreendimento de 'garimpo de ouro'. "Necessita ser colocado em fun��es que exijam esfor�o e dedica��o, a fim de reorientar sua carreira. Deu demonstra��es de excessiva ambi��o em realizar-se financeira e economicamente".
Em interrogat�rio a que foi submetido no conselho, Bolsonaro reconheceu ter feito garimpo "na cidade de Sa�de, pr�ximo de Jacobina [BA]", durante as f�rias, na companhia de tr�s tenentes e dois sargentos paraquedistas, dois dos quais "estavam sob seu comando". Bolsonaro disse que n�o teve lucro e classificou a atividade como "hobby ou higiene mental".
Ouvido pelo conselho, o superior de Bolsonaro, coronel Carlos Alfredo Pellegrino, disse que tentou demov�-lo da ideia do garimpo, mas conheceu "pela primeira vez sua grande aspira��o em poder desfrutar das comodidades que uma fortuna pudesse proporcionar".
Ao regressar, Bolsonaro procurou o oficial. Por um lado ele se "retratou", mas por outro teria "confirmado sua ambi��o de buscar por outros meios a oportunidade de realizar sua aspira��o de ser um homem rico".
Em sua decis�o final, o Conselho de Justifica��o concordou com a avalia��o da ficha de informa��es. "A imaturidade � de um profissional que deveria estar dedicado ao seu aprimoramento militar, atrav�s do adestramento, leitura e estudos, e n�o aventurar-se em conseguir riquezas."
Segundo o coronel Pellegrino, Bolsonaro "tinha permanentemente a inten��o de liderar os oficiais subalternos, no que foi sempre repelido, tanto em raz�o do tratamento agressivo dispensado a seus camaradas, como pela falta de l�gica, racionalidade e equil�brio na apresenta��o de seus argumentos".
OUTRO LADO
Em entrevista por telefone, Bolsonaro disse: "V� catar coquinho, Folha de S.Paulo. Voc�s est�o recebendo de quem para fazer mat�ria? Voc�s est�o recebendo de quem para me perseguir?".
Prosseguiu: "Publica essa porra de novo agora sem falar comigo. Eu s� falo com voc�s gravando", disse o parlamentar. "Continue escrevendo essas porcarias a� na Folha."
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