PSDB discute reconhecer 'erros' e refundar sigla para superar Lava Jato
Eduardo Fraz�o/FramePhoto/Folhapress | ||
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O prefeito Jo�o Doria, potencial presidenci�vel do PSDB |
O impacto da Lava Jato sobre os principais nomes do PSDB levou uma ala da c�pula tucana a planejar uma "refunda��o" do partido, em um movimento para recuperar sua imagem at� a elei��o de 2018 e fazer frente � ascens�o de candidatos vinculados � antipol�tica, como o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Parte do comando da sigla –inclusive nomes ligados a A�cio Neves, presidente do partido– passou a defender que o PSDB reconhe�a "erros", em especial no financiamento de campanhas, e reforce compromissos �ticos e bandeiras liberais.
Nas �ltimas semanas, dois tucanos procuraram Fernando Henrique Cardoso para discutir o assunto. O ex-presidente, segundo esses aliados, se mostrou favor�vel � estrat�gia de "retorno �s origens �ticas e ideol�gicas".
Para esse grupo, o PSDB foi gravemente ferido pelas suspeitas lan�adas contra seus quadros na Opera��o Lava Jato por ter portado, desde o esc�ndalo do mensal�o, um forte discurso �tico contra o PT.
Esses tucanos avaliam ter perdido um eleitorado cativo, que s� pode ser recuperado com o reconhecimento de erros e uma defesa enf�tica do combate � corrup��o.
Parte dos dirigentes da sigla quer colocar o plano em marcha no segundo semestre deste ano, a tempo de amenizar o desgaste da legenda rumo �s elei��es de 2018.
A articula��o n�o � consenso na c�pula do partido. Outros tucanos pr�ximos a A�cio e o grupo do governador paulista, Geraldo Alckmin, resistem em apoiar movimentos dr�sticos de renova��o por temerem perder espa�o na estrutura partid�ria.
Esses grupos defendem um movimento mais brando, em que o partido defenda seus l�deres e a pol�tica, e resgate sua hist�ria, como a implanta��o do Plano Real, para se apresentar como uma "op��o vi�vel" para a supera��o de crises pol�ticas e econ�micas.
"O PSDB n�o tem que se envergonhar de nada. Tem que se orgulhar do que j� fez pelo pa�s, mas tem sempre que se atualizar, com posturas mais claras e transparentes", afirma o governador do Paran�, Beto Richa.
A aposta na pol�tica tradicional como alternativa � uma tentativa de reposicionamento diante do crescimento de nomes considerados "forasteiros", como Bolsonaro, nas �ltimas pesquisas eleitorais.
Presidente da sigla, A�cio diz que o PSDB vai recuperar esse eleitorado. "� natural que muitos eleitores flertem com outras candidaturas. No momento do voto definitivo, eles v�o votar no caminho seguro, do aprofundamento das reformas e da experi�ncia na gest�o, que � o PSDB."
PERFIL DORIA
O movimento de parte da c�pula tucana foi precipitado por pesquisas internas levadas h� cerca de um m�s ao comando da sigla.
Elas mostraram que a crise pol�tica desencadeada pelas revela��es da Lava Jato e o apoio da sigla ao governo Michel Temer distanciaram o partido de seus eleitores.
O cen�rio, de acordo com essas sondagens, prejudicou partidos tradicionais, rachou o eleitorado classificado como "antipetista" e, nesse grupo, favoreceu a ascens�o de candidatos menos identificados com a pol�tica.
Os slides apresentados aos tucanos diziam que os eleitores rejeitam a maior parte dos pol�ticos, que consideram elitistas, com discursos vazios.
Passaram a buscar algu�m que "tenha lado" e "fale o que pensa". Ao fim da apresenta��o, uma foto do prefeito paulistano Jo�o Doria apareceu no tel�o como exemplo.
A poss�vel candidatura de Doria � Presid�ncia em 2018 ainda � motivo de controv�rsia na c�pula do PSDB, especialmente nos entornos de A�cio e Alckmin, mas ganhou terreno em grupos que identificam a apresenta��o de um nome "novo" como a melhor alternativa para o partido superar sua crise de imagem.
PERDA DE ESPA�O
Pesquisa divulgada pelo Datafolha no domingo (30) mostra que o PSDB perdeu espa�o em segmentos tradicionalmente alinhados ao partido, como o eleitorado mais escolarizado e que declara renda mais alta.
O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), poss�vel candidato ao Planalto, tem seus melhores desempenhos exatamente nesses grupos e chega a ficar em primeiro lugar nessa fatia de entrevistados.
O �nico tucano testado pelo Datafolha que recupera parte desse espa�o � o prefeito de S�o Paulo.
Entre eleitores com curso superior, ele teria 19%, empatado numericamente com Lula e tecnicamente com Bolsonaro, com 17%. Em outros cen�rios, os tucanos A�cio Neves e Geraldo Alckmin atingiriam 7% no segmento.
As proje��es de segundo turno mostram que os nomes tradicionais do PSDB t�m dificuldades para conquistar o apoio de eleitores mais ricos e mais escolarizados, mesmo em disputa direta com Lula.
Nesse grupo, A�cio teria 27% contra 30% do petista – 42% prefeririam votar em branco ou nulo. Se Doria fosse o candidato do PSDB no segundo turno contra Lula, o prefeito de S�o Paulo chegaria a 44% nessa faixa. Branco e nulos cairiam para 23%.
A pesquisa mostra ainda que Doria tem potencial maior que o de A�cio de "herdar" eleitores de Bolsonaro caso v� ao segundo turno contra Lula.
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