Cabral diz que usou sobras de 'caixa 2' em benef�cio pr�prio e exime mulher
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S�rgio Cabral em seu primeiro depoimento � Lava Jato |
O ex-governador do Rio S�rgio Cabral (PMDB) afirmou que usou "sobras de caixa 2" de campanhas eleitorais para adquirir bens pessoais, como ternos, m�veis e vestidos para sua mulher, Adriana Ancelmo.
Em seu primeiro depoimento em processo da Opera��o Lava Jato, Cabral negou ter recebido propina pela constru��o do Comperj, como relatado por executivos da Andrade Gutierrez em dela��o premiada.
Ao juiz S�rgio Moro, de Curitiba, ele reconheceu contudo que fez uso de recursos de caixa 2 eleitoral. E buscou em todo momento eximir a mulher Adriana Ancelmo de responsabilidade sobre as compras em dinheiro.
"N�o posso negar que uso de caixa 2 e uso de sobras de campanha de recursos. Em fun��o de eu ter sido um pol�tico sempre com desempenho eleitoral muito forte no Estado, o financiamento acontecia... Esses fatos s�o reais", afirmou ele, ao explicar a origem dos recursos par adquirir bens pessoais.
"Minha mulher n�o tem responsabilidade sobre esses gastos. N�o tem liga��o nenhuma com as pessoas que est�o a�. Me sinto indignado com o nome dela vinculado a esses fatos", afirmou ele.
Cabral tamb�m fez um discurso citando o pr�prio Moro ao defender "um trabalho para se ter uma outra vis�o sobre caixa 2, financiamento de campanha".
"O sr tem ouvido muitas observa��es sobre caixa 2, sobras de campanha. Isso � fato. � um fato real na vida nacional. Reconhe�o esse erro", disse ele.
PETROBRAS
Cabral prestou depoimento no processo em que � acusado de receber propina da Andrade Gutierrez em raz�o das obras do Comperj. Ele negou ter tratado do complexo petromqu�mico da Petrobras com qualquer executivo da empreiteira.
O ex-governador disse ainda que teve uma rela��o "muito dif�cil" com a estatal durante o seu governo.
"N�s tivemos muitas lutas, lit�gios entre o meu governo e a Petrobras. S�o fatos not�rios. T�nhamos quest�es na Justi�a por maiores receitas de royalties e participa��es especiais. [Pelo] Campo de Libra, a Petrobras pagou muito a menor do que ach�vamos ser o nosso direito. Pagamentos de ICMS. Tivemos muitos embates com a Petrobras no in�cio da nossa gest�o. Isso se agu�ou a partir de 2009, quando houve a proposta da legisla��o do pr�-sal. Enxergamos ali um preju�zo enorme primeiro para o Brasil. E para o Rio de Janeiro, as consequ�ncias eram dram�ticas. Organizamos duas grandes manifesta��es contra essas decis�es do governo federal. Vimos ali um preju�zo gigantesco para o Brasil e o Rio de Janeiro", afirmou ele.
O peemedebista responde a outros seis processos decorrentes da Lava Jato no Rio. O Minist�rio P�blico Federal o acusa de obter mais de R$ 300 milh�es de propina pelas obras no Estado.
COMPRAS
Adriana Ancelmo, que o Minist�rio P�blico Federal diz ter usado dinheiro de propina para fazer compras, tamb�m se eximiu das acusa��es. Ela afirmou que era a respons�vel pela escolha de objetos para a casa, mas n�o efetuava os pagamentos -embora as notas fiscais tenham sido emitidas em nome dela.
Na den�ncia, constam compras de m�veis, itens de decora��o e vestidos e ternos pelo casal.
Em depoimento a Moro, ela disse que era respons�vel por escolha de "tudo o que era pertinente � casa e aos filhos", como mobili�rio, mas que encaminhava as despesas � secret�ria de Cabral, que fazia os pagamentos.
As quita��es desses d�bitos, segundo a den�ncia, eram feitas de forma fracionada, em quantias menores que R$ 10 mil, para dissimular ou ocultar as compras.
"Quero deixar muito claro aqui � que eu jamais defini como se dariam esses pagamentos. Na minha vis�o, esses pagamentos seriam realizados conforme conviesse ao S�rgio, a vista ou parcelado", disse a Moro. "Existem compras a� que eu n�o sabia da exist�ncia, como ternos e carrinhos el�tricos".
Ancelmo disse que "desconhecia completamente" a origem do dinheiro. "Eu n�o sei exatamente qual o montante que o S�rgio tinha quando n�s nos casamos, como ele n�o sabia o que eu tinha".
Ela afirmou repetidamente que tinha uma "rela��o de absoluta confian�a" com o governador. "Ele dizia que eram recursos l�citos e eu acreditei. Meu marido".
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